11 de setembro de 2015

Carta de um cadete da AMAN em 2020

Autor desconhecido

Queridos Pai e Mãe,
Aproveitei um descuido dos meus inspetores cubanos e coloquei esta carta na bolsa da vovó.  Acreditei que ela,  devido à idade e ao mal de Alzheimer,  não seria revistada e tive sorte.  Caso contrário,  teria sido detido para "interrogatório ideológico ".
Desde que o Presidente Lula assumiu o poder em 2018 e colocou as Forças Armadas sob o controle da UNASUL,  a vida dos brasileiros,  que já era ruim,  ficou pior.
Mas,  colocar a culpa no Lula sozinho,  é injustiça.  Lembro bem que,  em 2015,  o Exército foi omisso em relação ao decreto  8515,  assinado pela então  Presidente Dilma, hoje ministra da Fazenda,   quando o nosso Comandante era o General Villas Boas. Mas nisto ele também não estava sozinho.  Omissos foram o Almirante Bacellar,  na Marinha,  e o Brigadeiro Rossato na Força Aérea. Naquele momento,  eles deixaram que o poder total fosse para as mãos dos vermelhos. E o que aconteceu com eles depois?  Meu Deus! 
Hoje,  metade da minha turma é formada por cotistas oriundos dos "Movimentos Sociais" e a maior parte deles tem como único mérito ser filho de gente ligada ao partido único .  Como sou filho de sargento do Exército,  sou discriminado pelos meus professores e colegas "progressistas".  E por falar nos mestres,  foi cruel o que fizeram com aquele velho professor de Geometria Descritiva que vocês conheceram quando meu irmão estudou aqui.  O nosso novo Comandante Venezuelano achou que ele era "burguês " demais e aproveitou que ele tossiu enquanto fazíamos a saudação semanal à imagem de Hugo Chávez e o enviou para um campo de aprendizado na Bolívia. Sabemos que não retornará. Porém,  ele ficará presente de forma limpa na nossa lembrança.  O contrário do nosso professor de português,  que aprovou todos os filhos e parentes dos membros do partido,  mesmo aqueles praticamente analfabetos e com isso conseguiu assumir a chefia da Seção de Coordenação Pedagógica.
Amanhã teremos exercícios conjuntos com cadetes do Califado,  embora oficialmente eles não existam.
Vou terminando e agradeço demais o envio escondido do papel higiênico e dos sabonetes.  Sei como está difícil conseguir estes itens no mercado negro e o quanto meu pai se arrisca para me propiciar um pouco de conforto.
Abraços e beijos
Seu filho.

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