14 de julho de 2016

Rio 2016: militares da Força Nacional reclamam das condições de alojamento e da alimentação. Bem vindos ao clube, companheiros.

A mensagem abaixo está circulando no Whats App, juntamente com as imagens que aparecem nesta postagem.
O autor se identifica como um integrante da Força Nacional, trabalhando na segurança da Rio 2016. 
Embora anônimo, o texto condiz com a reportagem publicada por Marco Antônio Martins, na Folha de ontem, cuja manchete é:

Leiam o texto, transcrito tal qual foi recebido, sem correções na escrita. Volto a seguir.

"Estou trabalhando aqui no rio, para a Olimpíada! Vim para o contingente da força nacional!
Queríamos denunciar o abuso que está acontecendo. Estamos trabalhando mais de 60 horas semanais, numa escala de 12 por 24. Onde essas 24 horas de folga se tornam 16, pois temos que estar prontos duas horas antes do início do serviço, e quando largamos o serviço levamos quase duas horas para chegar no local de descanso!
Descanso esse que foi fornecido pela caixa, uns apartamentos, no meio de uma favela, ontem nos falta água para tomar banho, onde não podemos ter fogão para fazer comida, temos que ficar fazendo engenhocas para comer! Temos apenas uma farda, e não podemos nem ter um varal na rua para que ela seja lava e seca.
Sem contar o serviço de 12 horas que é em pé, com um fuzil na mão, onde não podemos nem descansar! Temos tempo contato para comer, e se quisermos por acaso tirar um cochilo, esse cochilo é no chão duro! Como segue na foto que vou te mandar!

Quando estou de serviço das 7 às 19. Me acordo às 4 da manhã para as 5 estar pronto. Chego no meu local de trabalho e fico até as 19. Onde só chego no local onde seria meu conforto de descanso, quase 21 horas!



Sem contar que as diárias prometidas não estão sendo pagas, nem mt menos a diária que seria dobrada como tbm foi prometido. Estamos com menos de 3500 homens e mulheres aqui, em condições sub-humanas. Estamos dormindo em colchão de ar, que tivemos que comprar pois não nos forneceram beliches nem colchões. Falta quase um mês para a Olimpíada, e mais da metade do efetivo inclusive os 200 quem vieram de Santa Catarina estão pensando em abandonar o barco, nessas condições ficaremos doentes, e não conseguiremos prestar um serviço de excelência que nos é cobrado!

Estamos sendo cobrados ao extremo, e o nosso comando nos ameaça, pois perdeu o controle da sua tropa!
Tropa está que esta adoecendo e pedindo socorro."


Voltei
Bem vindos ao clube, companheiros da Força Nacional de Segurança!
Caso não saibam, essa situação de penúria a que estão sendo submetidos é rotineira para as tropas das Forças Armadas que participam de missões como essa.
Em abril de 2014, publiquei aqui a postagem
Woodstock? Não! Acampamento do Exército Brasileiro na Maré!Nela, comparei o lendário festival de rock com as 'acomodações' da tropa que participava da operação no complexo de favelas do RJ.


Assista a matéria da Tv Record sobre o assunto:



Voltando mais um pouco no tempo, chegamos à greve da PM baiana, em fevereiro de 2012. A imagem é precária, assim como precárias foram as acomodações da tropa do Exército que esteve na Bahia naquela época.


A pergunta que não quer calar
Se com os integrantes da Força Nacional- que contam com representantes políticos e têm poder de pressão - está acontecendo isso, o que aguarda os 21.000 militares das Forças Armadas, sem voz e sem vez, que atuarão na Rio 2016?


Arquivo do blog

Compartilhar no WhatsApp
Real Time Web Analytics