2 de fevereiro de 2018

O General Mourão passou para a reserva. Resta aguardar os desdobramentos no campo político

Do site Defesa Net
Gen Mourão se despede do quadro da ativa
Com direito a uma cerimônia anunciada nas redes sociais pelo pré-candidato a presidente e deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o general do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão se despediu nesta quarta-feira do quadro da ativa das Forças Armadas. Em setembro do ano passado, o oficial foi criticado pelos próprios colegas após fazer um discurso em que falava da possibilidade de intervenção militar diante da crise das instituições no país.
“Os Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução… e essa imposição não será fácil, ela trará problemas”, afirmou à época.
A atitude de Mourão pode sinalizar uma participação do general em uma futura chapa de Bolsonaro. A assessoria de imprensa do Comando do Exército informou que Mourão “solicitou sua transferência para a reserva remunerada, uma vez que atendeu os requisitos previstos no Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880), passando para a situação de agregado (deixando de ocupar vaga na escala hierárquica de seu quadro)”.
A cerimônia aconteceu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista, no Rio de Janeiro, onde o militar serviu. Também houve um coquetel em homenagem ao oficial.
Em dezembro do ano passado, a situação de Mourão ficou ainda mais complicada depois que ele fez críticas ao governo Michel Temer, dizendo que se equilibra mediante um “balcão de negócios”. À época, o general foi transferido da função de secretário de Economia e Finanças para adido na Secretaria-Geral do Exército.
No mesmo período, Mourão fez elogios a Bolsonaro e passou a ser cogitado como um possível integrante da chapa do pré-candidato.
“O deputado Bolsonaro já é um homem testado, é um político com 30 anos de estrada, conhece a política. E é um homem que não tem telhado de vidro, não esteve metido aí nessas falcatruas e confusões”, disse.
DefesaNet/montedo.com

Em 10 de dezembro de 2017, publiquei esta postagem

Ao elogiar Bolsonaro e dizer que 'não há portas fechadas', Mourão sinaliza para projeto político

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General Mourão (Imagem: EB)
O que ficou muito claro após as declarações da última quinta-feira é que o general Mourão está seguindo cuidadosamente um roteiro previamente traçado. Não tenho certeza sobre seu objetivo final, mas permito-me fazer algumas ponderações dominicais. Vamos lá!

Fala aos maçons: ocasional, pero no mucho!
Já não parece tão ocasional a fala de Mourão aos maçons no dia 15 de setembro. Respondendo a uma pergunta, ele disse que os militares poderão ter de "impor isso [intervenção]" e que essa "imposição não será fácil".

Panos quentes
"Esta questão está resolvida internamente. Punição não vai haver. A maneira como Mourão se expressou deu margem a interpretações amplas, mas ele inicia a fala dizendo que segue as diretrizes do comandante. E o comando segue as diretrizes de promover a estabilidade, baseada na legalidade e preservar a legitimidade das instituições", disse o general Villas Bôas sobre o assunto no Programa do Bial.

Seguindo as diretrizes, só que nao!
Mourão não estava seguindo as diretrizes do Comando na semana passada, ao defender novamente a aberração jurídica da intervenção militar 'dentro dos preceitos constitucionais'.

Bolsonaro
Ao afirmar que "...obviamente, nós, seus companheiros, dentro das Forças, olhamos com muito bons olhos a candidatura do deputado Bolsonaro", Mourão quis passar a impressão de que falava em nome do Alto Comando. Nada mais falso. Basta relembrar a trajetória do pseudo-mito para saber que o Exército nunca morreu de amores por Bolsonaro, chegando inclusive a proibí-lo de entrar nos quarteis. O general deu tom definitivo a uma opinião individual, que está longe de ser consenso.

Portas abertas para a política?
A declaração de simpatia pela candidatura de Bolsonaro vai ao encontro desta outra: "Eu apenas digo uma coisa: não há portas fechadas na minha vida", disse Mourão sobre uma possível candidatura.

Caso pensado
Analisando todos os fatos, fica evidente que Mourão agiu deliberadamente para provocar uma situação limite, tornando imperativa uma atitude enérgica do Governo e do Exército. Com isso, ganhou mais visibilidade e atenção da mídia. Claramente, está semeando. Resta saber o que espera colher.

Cenas dos próximos capítulos
A provável passagem Mourão para a reserva nos próximos dias e os desdobramentos do cenário político deverão indicar com mais clareza qual o objetivo do general. Aguardemos.

Junte com o último Twiter de Bolsonaro na virada do ano e tire suas conclusões


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