11 de setembro de 2011

HAITI: EXÉRCITO NÃO SAI ANTES DE 2016

Exército brasileiro não tira ‘UPP’ do Haiti antes de 2016
Militares só sairão quando polícia local souber cuidar da segurança pública sozinha

Damaris Giuliana
Quando o Itamaraty fala em diminuição “gradual” das tropas no Haiti, um dos fatores levados em conta é a capacidade de a Polícia Nacional do Haiti (PNH) cuidar da segurança pública do país sozinha. Por isso, embora o Brasil já planeje reduzir em até 800 homens a presença militar na ilha em março do ano que vem, a retirada da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah) — comparada às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio — não deverá acontecer antes de 2016.
Segundo um alto oficial do Exército brasileiro que integrou a Minustah, um estudo realizado no início da missão, em 2004, apontava que o país caribenho precisaria de 14 mil a 18 mil policiais para garantir a segurança em todo o território. Na época, eram 5 mil policiais. Hoje, há 10 mil. A Academia de Polícia tem capacidade de formar 700 homens por ano. Isso significa que, para atingir o número mínimo de policiais, são necessários mais cinco anos. A deficiência de efetivo tem de ser suprida com a presença internacional.
A pacificação das favelas de Porto Príncipe, capital do Haiti, deveu-se à ocupação permanente. De acordo com um oficial brasileiro, a retirada gradativa permite monitorar se a PNH tem condição de realizar sozinha as missões que hoje são feitas com policiais e militares das Nações Unidas. A preocupação não é tão grande com a eficiência para manter os patamares de segurança, mas com a capacidade de resposta rápida.
Militares brasileiros afirmam que o nível de qualificação da Polícia Nacional do Haiti (PNH) aumentou. Porém, a comunidade internacional receia uma saída precipitada. De 1997 a 2000, a Missão de Polícia Civil das Nações Unidas no Haiti, comandada pelo Canadá, reequipou a PNH. Depois que os estrangeiros deixaram o país, os policiais venderam as viaturas 4x4 para desmanches.
Entre os brasileiros, há quem lamente a redução do efetivo. Integrar a missão representa uma renda extra.
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