Ministro Paulo Vannuchi defende que não haja caráter representativo.
Eduardo Bresciani
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) cobrou nesta terça-feira (20) que representantes dos militares tenham assento na comissão da verdade que vai investigar crimes cometidos durante a ditadura militar. A cobrança foi feita ao ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), que esta à frente do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), que prevê a criação da comissão. Vannuchi participa de audiência conjunta das comissões de Direitos Humanos e de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
A criação da comissão da verdade é uma das polêmicas do programa. O texto já foi alterado após pressão do Ministério da Defesa e das Forças Armadas. Uma comissão está elaborando a minuta de um projeto de lei que será encaminhado ao Congresso Nacional para a criação da comissão.
Bolsonaro afirmou que a comissão só será “da verdade” se contar com representantes dos militares. Ele defendeu uma comissão paritária entre os militares e quem lutou contra o regime. “Quero saber se o senhor concordaria em integrar representantes dos militares porque se sete marginais forem julgar o Fernandinho Beira-Mar ele será absolvido. Se sete de vossas excelências forem julgar será uma comissão da mentira”.
Vannuchi afirmou que a sua ideia é de que a comissão não tenha representantes de nenhuma das partes envolvidas no conflito. “A nossa intenção é que a composição seja do recorte de figuras respeitadas nacionalmente por seu engajamento na defesa da democracia e não com representante dos segmentos. Nos países em que a comissão foi composta por representantes dos lados houve paralisia e fracasso de resultados. Mas será o poder Legislativo, os deputados, os senadores que decidirão se querem a comissão e como querem.”
Outras polêmicas
Bolsonaro provocou mais polêmica ao dizer que a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff participou de um assalto quando lutou contra a ditadura. “Queremos saber onde a Dilma enfiou US$ 3 milhões que roubou”. O deputado Flávio Dino (PC do B-MA) pediu que o trecho fosse retirado das notas taquigráficas.
Bolsonaro provocou mais polêmica ao dizer que a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff participou de um assalto quando lutou contra a ditadura. “Queremos saber onde a Dilma enfiou US$ 3 milhões que roubou”. O deputado Flávio Dino (PC do B-MA) pediu que o trecho fosse retirado das notas taquigráficas.
A assessoria de Dilma Rousseff informou ao G1 que a pré-candidata jamais participou de qualquer ação armada.
O deputado do PP também gerou alvoroço ao afirmar que integrantes do PT seriam os responsáveis pela morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel. “Tem que apurar o caso Celso Daniel. Ele foi executado por integrantes do PT”. Parlamentares do PT também pediram que este trecho seja registrado dos registros da Casa.
O ministro destacou em sua exposição o caráter plural do programa. Ele destacou que foram realizadas várias conferências antes de se chegar às 521 proposta apresentadas. Ele enfatizou também a participação de 31 ministérios.
Vannuchi afirmou novamente que serão feitas mudanças no plano. Ele disse que aguardava apenas esta audiência antes de realizar as alterações. Segundo as falas do ministro, temas como a defesa da legalização do aborto, a retirada de símbolos religiosos de locais públicos, mudanças no trâmite de regularizações de terra e possibilidade de controle de meios de comunicação terão novas redações. Ele não anunciou, no entanto, os novos textos destes trechos do programa.
G1