Portal ORM - Belém/PA 
O policiamento de nove dos 11 estados do  país que   têm fronteira seca vai receber reforço a partir de 15 de junho deste  ano. A   cidade de Breves (PA) será a primeira a receber um batalhão com  policiais   civis e militares treinados para atuar no combate ao crime na região   fronteiriça. O efetivo vai contar com equipamentos de última geração  como   binóculos com câmera, aviões anfíbios, helicópteros tripulados e   não-tripulados e lanchas que conseguem navegar em lâminas de 20  centímetros   de água. O país tem 16,8 mil quilômetros de fronteira seca.
Cada estado receberá verba federal de até  R$ 9   milhões para implementar o projeto, chamado Policiamento Especializado  de   Fronteira (Pefron), que está previsto no Programa Nacional de Segurança    Pública com Cidadania (Pronasci).  Segundo Daniel Rocha, coordenador do    Pefron, serão investidos R$ 144 milhões nos dois primeiros anos. A  partir de   2012, o custo total estimado pelo governo Federal é de R$ 55 milhões  por   ano.
O objetivo é combater crimes típicos da  região   como o tráfico de drogas, contrabando de armas e munições, roubo de  cargas e   veículos, tráfico de pessoas, exploração sexual e crimes ambientais.  Segundo   o Ministério da Justiça, até sexta-feira (30), os governos do Paraná e  do   Rio Grande do Sul ainda não haviam assinado o convênio. Participarão do    programa policiais do Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Acre, Rondônia,  Mato   Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Os policiais civis e militares serão  formados   pelo Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP). "A primeira turma  de   agentes entrou na sala de aula no fim de abril e estará pronta até 15  de   junho deste ano. A primeira base móvel do Pefron será instalada no  Estreito   de Breves, que tem cerca de 80 metros de profundidade e é um local   estratégico no combate ao crime na região", disse Geraldo Araújo,  secretário   de Segurança Pública do Pará.
Cada base terá cerca de 46 agentes e  receberá   equipamentos de acordo com a geografia da região. "No Pará, o nosso  objetivo   será combater o narcotráfico, a entrada de armamento ilegal vindo do   Suriname, o tráfico de drogas da Colômbia e assaltos a embarcações de  carga   e de passageiros nos rios paraenses", afirmou Araújo.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública  (Senasp)   espera reduzir o número de registro de pessoas desaparecidas no país.   Segundo dados do órgão, cerca de 33 mil casos são registrados  anualmente no   Brasil e as vítimas seriam transportadas pelas fronteiras secas até os   países vizinhos.
Araújo disse ao G1 que foram presos 2,7 mil    traficantes no estado apenas em 2009. "Investimos R$ 17 milhões em   equipamentos de inteligência policial. A próxima etapa será a aquisição  de   12 helicópteros não-tripulados, capazes de voar a três quilômetros de  altura   e fazer imagens precisas das áreas sobrevoadas." Para operar os  helicópteros   serão necessárias dez pessoas.
Atualmente, o policiamento de fronteira  cabe aos   estados e às Forças Armadas. O Ministério da Justiça cita o Grupo  Especial   de Fronteira (Gefron) como exemplo de eficiência na atuação repressiva  na   região fronteiriça. O Pefron tem o objetivo de intensificar esse  trabalho.
A primeira etapa do Pefron no Pará será a   formação dos policiais selecionados e a aquisição de embarcações,  carros com   tração 4x4, binóculos com câmera digital, microcâmeras sem fio,  microfones,   geradores e equipamentos de visão noturna.
O projeto atingirá 571 municípios  brasileiros que   estão localizados nas fronteiras da Guiana, Guiana Francesa, Suriname,   Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. O   cronograma do Pefron prevê a construção de 11 bases móveis nos  primeiros 12   meses e a incorporação de 1.100 policiais na corporação
