26 de agosto de 2010

EXAME FÍSICO: O "TERROR" DOS CANDIDATOS ÀS ESCOLAS MILITARES

Exame físico também reprova candidatos em escolas militares
Como se não bastassem os complexos exames teóricos, as escolas militares têm uma etapa extra em suas seleções: os testes médicos e físicos.
Cobrança de física e matemática é alta em escolas militares
Essa fase é rigorosa sobretudo em AFA, Escola Naval e Espcex. O edital de cada concurso determina os pré-requisitos para que o candidato seja aprovado.
Entre as exigências estão peso e altura mínimos e máximos, abdominais a ser realizados, tempo e/ou distância a percorrer em corrida.
"Não adianta estudar para caramba e não conseguir fazer duas barras", diz o professor de cursinhos pré-militares Flávio Marinho.
Ele lembra o caso de um ex-aluno que, pela prova, estaria entre os primeiros na Espcex, mas foi tido como inapto por não conseguir subir na barra nenhuma vez.
Para Marinho, a escola que afugenta mais candidatos antes mesmo da prova intelectual é a AFA. "Quem é daltônico nem tenta", diz.
E foi pelo rigor da Academia da Força Aérea que Fernanda Sarkiss, 19, ficou reprovada no ano passado. Ela tinha nota suficiente na prova escrita, mas não passou pela altura. "Faltaram 4 centímetros", lamenta a aluna, que media 1,60 m na época.
A reprovação não fez com que Fernanda desistisse do sonho de ser aviadora. A menina resolveu fazer a prova da AFA de novo, neste ano, pela terceira vez.
Embora o resultado oficial não tenha saído, ela acredita ter média para passar. Para que a altura não a elimine novamente, Fernanda procurou tratamento médico, fez RPG (reeducação postural global), alongamentos, pilates e natação.
Todo o esforço fez com que ela ganhasse 2 cm. E a agonia continua. De hoje até os exames médicos, que vão até o fim do ano, Fernanda precisa crescer outros 2 cm.
A AFA explica que a exigência de estatura se deve a uma limitação prática de operação da cadeira de ejeção de uma das aeronaves que os alunos aprendem a pilotar, o T-27 Tucano. Os candidatos de ambos os sexos devem medir, no mínimo, 1,64 m e, no máximo, 1,87 m.
 
MENOS RIGOR
Apesar de também terem etapas médicas e de condicionamento físico, o IME e o ITA não são tão exigentes.
No Instituto Militar de Engenharia é raro haver reprovados no teste de saúde, afirma o coronel Leão, chefe da divisão de concursos.
Já na parte física, diz o coronel, a corrida e a barra eram os testes que costumavam trazer mais dificuldades aos candidatos. Mas, a partir deste ano, foi eliminada a obrigatoriedade da barra. O exercício foi mantido apenas a título de diagnóstico.
"Temos que considerar que o candidato ao IME passa muito tempo estudando e pode não ter o condicionamento físico ideal", diz.
No ITA não é muito diferente. De acordo com a reitoria da instituição, nos últimos dois anos, não houve reprovados no exame médico.
Folha Online/Jornal Pequeno