15 de outubro de 2010

MARABÁ: SOLDADO DO EXÉRCITO É ABSOLVIDO DE CRIME DE DESERÇÃO

Jhony Rodrigues de Oliveira, que servia no 52º Batalhão de Infantaria de Selva (52º BIS), em Marabá, foi considerado desertor em julho de 2008, por desaparecer do Exército para cuidar da mãe. No mesmo mês, ele foi capturado em sua residência e submetido a exame de saúde, onde ficou constatado que estava apto ao serviço militar. Ele foi reincorporado para responder na Justiça Militar pelo crime de deserção.
O julgamento do militar aconteceu no final de semana passado e foi defendido pelo advogado Odilon Vieira Neto, que entre outros argumentos, defendeu a tese de que Jhony de Oliveira havia desertado para se dedicar melhor à mãe dele, Maria das Graças Oliveira Moreira, que estava com câncer de mama. Cerca de três meses antes de desertar, o pai de Jhony facaleceu.
O Conselho Permanente de Justiça em Belém acabou acatando os argumentos do advogado e absolveu o soldado por cinco votos a zero. O soldado foi reincorporado e deve concluir um ano de serviço militar. 
 
Comento:
Já testemunhei alguns casos como esse. Trata-se de um flagrante claríssimo da falta de sensibilidade de militares em função de comando que, incapazes de perceber a real situação do subordinado, limitam-se apenas a aplicar a letra fria dos regulamentos, como se estes fossem trilhos e não trilhas.
Assim, uma situação familiar que poderia ser resolvida à luz da própria legislação do serviço militar torna-se um um crime. Trata-se de mediocridade e insensibilidade em alto grau.