21 de dezembro de 2010

LULA E UMA "CONFISSÃO" AOS MILITARES. OU: FALTAM SÓ 11 DIAS!

Reinaldo Azevedo
E as sessões de psicanálise a céu aberto, com a exposição dos detalhes da patologia agora catalogada como SIPP (Síndrome da Inveja do Próprio Pênis) continuam. Lula fez seu último discurso aos oficiais-generais das Forças Armadas, em almoço oferecido pelos militares no Clube Naval, em Brasília:
“Vocês vão encontrar um país onde a auto-estima da sociedade é do tamanho do território nacional”.
“Nós somos respeitados porque o Brasil ousou fazer aquilo que não deveria nunca ter abdicado de fazer.”
Quando é que o Brasil deixou de fazer o que tinha de ser feito? Lula preferiu driblar os problemas — compra dos caças ou tentativa de rever a Lei da Anistia — e exaltar as próprias glórias. Como de hábito. E disse um troço que o define bem:
“Foi preciso chegar à Presidência da República para reconhecer a importância de vocês. Eu e muitos de fora tínhamos uma visão totalmente equivocada”.
Bem, Lula tinha uma visão totalmente equivocada sobre, deixe-me ver:
- o Plano Real;
- a abertura da economia;
- a Lei de Responsabilidade Fiscal;
- o superávit primário;
- as metas de inflação;
- a reforma da Previdência;
- a relação do Brasil com o FMI;
- os programas assistenciais;
- o método para combater a miséria extrema….
A propósito: digam-me aí um tema sobre o qual o Apedeuta não tinha uma visão totalmente equivocada.
O homem é menos estranho ao governo militar do que parece. Sua mentalidade tem muito daquela tecnoburocracia, “aliada” ao capital nacional, da era Geisel, que ainda é o maior criador de estatais do Brasil — e, talvez, tomado individualmente, do mundo.
O Babalorixá, não custa lembrar, também foi interlocutor de primeira hora de Golbery do Couto e Silva, que contava com ele para fraturar o bloco esquerdista-populista remanescente de 1964, que, na visão daquele militar, poderia assombrar a transição. Golbery foi bem-sucedido no esforço para levar um Leonel Brizola ou um Miguel Arraes à obsolescência? Besteira! Foi o crescimento econômico do ciclo militar — e o operariado de classe média do ABC, que deu à luz um Lula — que tirou aqueles dois da jogada. Golbery “planejou” uma fatalidade! Mas isso fica para outra hora.
Lula levou adiante seus equívocos nesta segunda e defendeu até a política de aproximação com o Irã, cobrindo um equívoco com o véu do pragmatismo chulo.
Faltam só 11 dias!