17 de dezembro de 2010

TAPAS, CHICOTADAS E HUMILHAÇÃO EM TREINAMENTO MILITAR

Treinamento da Aeronáutica no Pará tem tapas, chicotadas e humilhação
As imagens do curso de formação do pelotão de operações especiais da Aeronáutica foram gravadas no comando aéreo regional em Belém.
O treinamento no pelotão de operações especiais da Aeronáutica, a tropa de elite das Forças Armadas, tem imagens fortes, violência, xingamentos e humilhação. O vídeo foi gravado ano passado em Belém, mas só divulgado agora.
As agressões começam já no primeiro exercício. A demora para guardar a mochila é punida com pauladas nas costas, tapas no rosto e batidas na perna.
O treinamento vira uma sessão de agressões. Em outro momento, o instrutor passa orientações. “O ajuste aqui, senhores, é entre os senhores mesmo. É lambada da moda mesmo, é para quebrar no pau”, disse um militar.
São três minutos de chibatadas. Depois do exercício, um soldado se contorce de dor e mal consegue ficar em pé.
As imagens do curso de formação do pelotão de operações especiais da Aeronáutica foram gravadas no comando aéreo regional em Belém. O vídeo revela que a preparação dos soldados da Aeronáutica era feita por policiais militares da Ronda Tática Metropolitana, que atua em situações como assaltos e sequestros.
O comando da Aeronáutica não quis dar entrevista. Em Nota, informou que é comum a participação de instrutores da Marinha, do Exército e também da Polícia Militar nos cursos de formação.
A Aeronáutica reconhece que houve abuso no treinamento e determinou a abertura de um inquérito militar para investigar o caso.
G1

Atualização das 16:40h
PM IDENTIFICA AGRESSORES
Suspeitos de envolvimento em treinamento com agressões no Pelotão de Operações Especiais da Aeronáutica foram identificados por meio de vídeo. As imagens, gravadas há um ano pela Polícia Militar (PM) do Pará, mostram agressões de instrutores contra soldados. A corporação estadual vai colaborar com o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado hoje pela Aeronáutica.
Sobre as medidas a serem tomadas, o responsável pela comunicação da PM do Pará, Jorge Vasconcelos, afirma que "as ações serão as que sempre foram tomadas, baseadas no Código de Processo Penal Militar". "O resultado vai mostrar o que ocorreu realmente", diz.
A preparação e conduta adotadas nos treinamentos não é compatível ao suposto caso de agressão, segundo Vasconcelos. "Isso nunca é ensinado. A violência não tem que ser usada nos nossos treinamentos, e preparamos os policias para lidar com situações extremas", afirma.