20 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA NO RJ: DESABRIGADAS ESCREVEM SOS COM TRIGO E SÃO RESGATADAS PELA FAB

OPERAÇÃO SERRANA - Após escrever SOS com trigo, adulto e crianças são resgatados pela FAB
A ideia era chamar a atenção para deixar Santa Rita, localidade em área de risco de desabamentos na cidade de Petrópolis. Com trigo e pedras, um adulto e três crianças desenharam as letras SOS. Assim que a comunicação foi avistada, um helicóptero H-34 da FAB pousou e resgatou a doméstica Adriana Gonçalves, de 31, as irmãs Ana Lívia Maria da luz, de 8 e Larissa Maia da Luz, de 13, além de Larissa Francisca, de 14. As quatro eram vizinhas na comunidade. As famílias delas ficaram na localidade. Elas foram transportadas para Itaipava, de onde seguiram para Teresópolis. Vão residir com familiares.
“Dissemos umas para as outras: vamos pedir ajuda? Então, escrevemos. Usamos trigo para escrever SOS. O helicóptero desceu. Sair de lá foi um alívio, de um lado, mas, por outro, estamos tristes”, disse Larissa Francisca(assista a entrevista). Ela explica que deixaram as famílias para que ficassem mais tranquilas. “Perdemos muitos amigos. Ficaram soterrados lá perto de nós”, emocionou-se.
Esse também é o problema para Adriana Gonçalves (veja entrevista). Feliz por ter embarcado no helicóptero, mas consternada por ter deixado “os amigos enterrados. Lá tudo acabou”. Ana Lívia, a mais nova do grupo, ainda não entendia o que havia acontecido. “Ficou tudo destruído. Estou muito triste”. A irmã, Larissa Luz, disse que a família vai morar em Teresópolis.


Apoio
O Tenente Alexandre Paiva Vidual, um dos pilotos que fez o resgate, explicou que foi possível avistar o SOS de longe. “Assim que vimos, fomos pousar. Foi uma atitude simples e muito importante que elas tomaram. Procuraram um local plano e fizeram a comunicação bastante visível”. 
Depois de resgatadas, elas foram encaminhadas para o Hospital de Campanha da Aeronáutica e examinadas por clínicos e pediatras. Nenhuma delas apresentou qualquer problema de saúde. Integrantes da Defesa Civil e da Polícia Militar no Rio de Janeiro encaminharam todas para o centro de assistência social do município, de onde seriam levadas por terra para Teresópolis. Antes de irem, Larissa Francisca lembrou de uma frase que ouviu logo depois da tragédia: o mundo acabou. “Eu falei: não acabou. Vão ter pessoas para nos ajudar”. Ela tinha razão.

Larissa Francisca e Ana Lívia
Adriana Gonçalves e Larissa Luz
Fonte: Agência Força Aérea