Em entrevista a TV portuguesa, Dilma defende criação da Comissão da Verdade
Presidente disse confiar na aprovação do projeto de lei que instaura o órgão
A presidente Dilma Rousseff defendeu, em entrevista a uma TV portuguesa, a criação da Comissão da Verdade, órgão do governo que ficará responsável por apurar crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985), como morte, tortura e desaparição forçada.
Durante a conversa, que durou cerca de 45 minutos e será exibida no domingo (27), Dilma afirmou que “é muito importante” que o Congresso aprove o projeto de lei que instaura a Comissão da Verdade.
O texto, encaminhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Legislativo em maio do ano passado, está parado na Câmara dos Deputados desde então.
- Eu confio que será aprovada. Eu confio no meu apoio parlamentar.
Na entrevista, a presidente também foi perguntada sobre a visita do colega americano, Barack Obama, ao Brasil. Indagada se havia ficado chateada pelo fato de o início dos bombardeios à Líbia ter ocorrido enquanto Obama estava no país, Dilma afirmou que “não gosta de declaração de guerra onde quer seja”.
Ao lembrar a decisão de reajustar o salário mínimo para R$ 545, enfrentando a resistência dos trabalhadores, Dilma ponderou que, quando chega ao poder, um governante precisa tomar algumas medidas duras nos primeiros meses de mandato. O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento também foi mencionado.
Quanto à relação com figuras polêmicas, como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o senador Fernando Collor (PTB-AL), a presidente afirmou que quem estiver de acordo com seu projeto de governo será bem-vindo.
- O Brasil é um país de grandes diversidades, e quem não entender estas diversidades não pode governar um país como o Brasil.
Dilma viaja a Portugal na próxima semana. Durante a visita, ela participará da cerimônia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o título de doutor honoris causa da Universidade de Coimbra.
AGÊNCIA ESTADO