30 de abril de 2011

ARTIGO QUESTIONA MORTE DE MILITARES DO EXÉRCITO EM OBRAS DE UBERABA

E substitui-se o homem...
O Exército Brasileiro tem prestado inestimável trabalho à cidade de Uberaba, construindo aqui trevos de acessos, obras-de-arte e pequenos trechos.
Não podemos, entretanto, deixar ao esquecimento alguns fatos que, se não indagados e respondidos, permanecem atendendo a interesses que o povo literalmente desconhece quando deveria ser o primeiro a conhecer. A Constituição Federal nos ampara para questionarmos e sermos respondidos. Ver Art. 5º - XXXIII.
A que título o 11º Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Araguari, executa obras em Uberaba? Se a referida unidade militar não participa dos trabalhos de duplicação da Rodovia BR-050 que passa pela sua própria cidade sede, seu labor aqui soa no mínimo estranho. Quais são os critérios para essa parceria?
Sabe-se que acidentes de causas elementares têm ceifado vidas preciosas de trabalhadores, digam-se militares e civis, devotados a tais obras aqui. “O militar/ ao entrar para a caserna/ sabe que estará sempre em combate/ mesmo estando em tempo de paz!”. Ouvi essa frase de um cioso general. Concordo, todavia, não se pode perder o combate para um “simples” acidente por imperícia, que, no fundo, tem sua origem nas primeiras vértebras de uma espinha dorsal. Não se muda uma peça de lugar sem ordem superior.
Aprendizado, Familiarização e Domínio. Três fases que se forem rigorosamente cumpridas pelo homem no trato com máquinas e equipamentos, o acidente não lhe ocorrerá. Uma quarta fase, o Desafio, pode desmoronar as anteriores. No caso em tela, entendemos ser desafiante ter em operação, no canteiro de obras, máquinas e equipamentos com décadas de uso e chances mínimas de reposição.
No dia 15/04/11, tivemos aqui o acidente fatal com o 1º tenente de Engenharia Amilcar Piccoli e Souza; o quarto de uma nefasta série. Seria o jovem oficial tão inexperiente a ponto de expor seu corpo a uma ruidosa patrol? Improvável. O ruído de fundo no local e o próprio tráfego de veículos são intensos, mas uma simples sirene de ré estaria instalada na patrol para alertar Amilcar? Agora substitui-se o homem, como se número fosse. E as máquinas continuam?
Srs. titulares do Ministério da Defesa, Exército Brasileiro, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Denit, Comando do 11º BEC, Prefeitura e Câmara Municipal de Uberaba e Crea/MG; um alerta: Outros Amilcar estão na linha de tiro nas obras de Uberaba.
(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro - forumarticulistas@hotmail.com
Jornal da Manhã

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