10 de agosto de 2011

MULHER MORTA EM QUARTEL DA FAB: MAIS DOIS MILITARES PODEM ESTAR ENVOLVIDOS

Aeronaútica investiga mais dois militares

Adaíra Sene e Ana Paula Neiva
A Aeronáutica investiga a participação de mais dois soldados no incidente que resultou na morte da estudante Monique Valéria de Miranda Costa, 20 anos, no último sábado, dentro de uma suíte do Hotel de Trânsito do Parque de Material da Aeronáutica (Pama) no Ibura. O inquérito policial militar instaurado na última segunda-feira investiga o envolvimento dos outros militares na facilitação da entrada das jovens no local proibido. Em depoimento, Monique Freitas da Silva, 20, a jovem que confessou ter disparado acidentalmente a arma contra a amiga, afirmou que os outros dois militares, além dos três já detidos, também estavam no local na hora da ocorrência. A dupla teria permanecido na porta da suíte dando cobertura e fugido após escutar o disparo. Monique Valéria foi baleada no rosto e já chegou sem vida na Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura. Os três soldados envolvidos diretamente no caso continuam presos à disposição da Justiça Militar.
A situação dos militares, no entanto, poderá se complicar ainda mais. Isso porque além de terem abandonado o posto durante o serviço e ter consumido bebida alcoólica, eles também responderão por entregar a arma a um civil e por ter colocado pessoas sem autorização dentro do Pama. Em paralelo, também vão responder ao inquérito aberto pela Polícia Civil para investigar a morte da estudante Monique Valéria. Os soldados poderão ser indiciados por crime de homicídio com dolo eventual, em que teriam assumido riscos, adiantou ontem o delegado Igor Leite. Já a estudante que efetuou o disparo irá responder por crime de homicídio culposo (sem intenção).
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O resultado da investigação sobre o homicídio acarretará agravantes ao inquérito policial militar. “O abandono de posto e o consumo de bebida em serviço, por si, já são considerados crimes gravíssimos no Código Militar. Estamos apurando tudo que aconteceu naquele dia e todos envolvidos serão punidos. Não podemos admitir que, por conta da irresponsabilidade de alguns, a corporação toda fique mal vista pela sociedade”, afirmou o tenente-coronel da Aeronáutica Antônio Silva Filho. Ao final da investigação, os militares envolvidos poderão até ser expulsos da Aeronáutica, conforme decisão da Justiça Militar, e ainda cumprir pena dentro de uma instalação militar.
Até agora, cerca de 20 pessoas já prestaram depoimento no inquérito militar. “Estamos investigando desde o pessoal da guarda que facilitou na entrada até qualquer outro militar que tenha contribuído para o incidente. Todos os nomes serão encaminhados para a Justiça Militar e não serão apenas os três que já estão presos”, falou o tenente-coronel Henry Munhoz, da assessoria de Comunicação da Aeronáutica. 
Diario de Pernambuco