29 de setembro de 2011

MILITARES DO EXÉRCITO MUDARAM PARA MELHOR, DIZ JORNALISTA. E A ESQUERDA MUDOU PARA PIOR, DIGO EU.

Os militares do Exército mudaram para melhor

Sidney Rezende
O Exército brasileiro está mais arejado hoje do que em qualquer outro momento da história brasileira. Eu diria que está mais sintonizado com os valores da democracia e o que nos acostumamos chamar de "ventos da modernidade".
Não é inteligente mantermos a visão envelhecida de que os militares de hoje repetem modelos ideológicos daqueles que assumiram o poder em 1964. A esmagadora maioria dos comandantes de agora sequer era nascida naquela década. Os valores são outros.
Hoje eu fiz uma palestra no Centro de Estudos de Pessoal/Forte Duque de Caxias, no Leme, zona sul do Rio de Janeiro, e lá pude conversar com generais e oficiais. E, o que é melhor, pude expressar o que penso sem nenhum tipo de constrangimento.
O tema central da Semana de debates é "Mídia e Profissional de Comunicação Rumo a 2030", embora o que tenha tratado fosse "Tendências da Mídia Brasileira e Internacional Rumo a 2030". Um olhar para diante, o que é instigante por si só.
A exemplo da Petrobras que tem um plano estratégico voltado para 2020, as Forças Armadas estão olhando mais longe, dez anos depois. Mas o que me chamou atenção nos militares desta manhã? Vou tentar resumir nas próximas linhas.
Primeiro, não existiu em nenhum momento qualquer tipo de orientação do que eu deveria falar ou tratar na conferência. Liberdade total. Isto foi muito reconfortante. Desde o primeiro convite há meses até o momento da despedida do Forte, já na porta de saída, o respeito intelectual foi absoluto. Irretocável.
Outra boa impressão foi o tom do que ouvimos do palestrante que me antecedeu, General Barcellos, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército. Ele expôs com franqueza ações vitoriosas do Exército e também desconfortos diante de militares que agem com incorreção em operações nas favelas do Rio.
Não podemos esquecer, afinal, dos onze militares do Exército que entregaram três jovens da favela do Morro da Providência para traficantes da favela do Morro da Mineira, no Rio.
Nesta mesma palestra, o General Barcellos defendeu atualização de conteúdo que envolva eventos militares em redes sociais, como o Facebook. Ele também ressaltou a importância da comunicação digital. Isto sem esquecer a liderança do rádio e da TV nos lares brasileiros.
Por fim, senti nos militares uma grande vontade de aprofundar seu prestígio junto à sociedade pelo caminho da conquista da confiança e não da imposição. Isto é um grande avanço. É um atitude inteligente.
Só para repetir uma frase que disse à plateia, e que nem é minha, é do cineasta Glauber Rocha: "No Brasil existem três instituições sólidas: a Igreja, a Imprensa e as Forças Armadas".
Não podemos fracassar nestes três pilares. Instituições fortes são certeza de estabilidade.
SRZD


Comento:
A análise é correta, sob o prisma de alguém que vê o Exército do lado de fora. Internamente, sabe-se que essa 'mudança para melhor' virou o fio e tornou-se uma constrangedora subserviência aos   caprichos de uma vertente ideológica que retornou das cinzas do regime militar e que, hoje, não vê nenhum empecilho em fazer gato e sapato com as Forças Armadas. Os generais assistem a tudo quietinhos, engolem sapos cada vez maiores para manter-se no comando enquanto a tropa sofre com o equipamento sucateado e os salários cada dia mas defasados. O Exército mudou, sim. Para melhor? Pode ser. Mas a velha esquerda continua aí, cada vez mais fortalecia e pior, muito pior.