28 de outubro de 2011

MEMBROS DE 53 GANGUES ESTÃO INFILTRADOS NO EXÉRCITO AMERICANO

As gangues infiltradas nas Forças Armadas dos EUA

Stanilaw Calandreli
O FBI lançou uma nova avaliação sobre gangues (via Stars and Stripes– o jornal das Forças Armadas), anunciando que existem 1,4 milhões de membros nas gangues dos EUA, um aumento de 40 por cento desde 2009, e que muitos desses membros estão se infiltrando no serviço militar.
O relatório diz que os militares têm identificado membros de 53 gangues vindos de 100 regiões, alistando-se em todos os segmentos das Forças Armadas. Membros de todas as grandes gangues de rua, algumas gangues da prisão, e gangues de motoqueiros fora da lei (OMGs) têm sido relatados em ambas instalações militares, tanto nas nacionais como nas internacionais.

Do relatório:
Através de transferências e implantações, os membros das quadrilhas infiltrados na área militar expandiram sua cultura e operações para novas regiões pelo país e pelo mundo, minando os esforços de segurança e da aplicação da lei para combater o crime. Membros de gangues com formação militar representa uma ameaça única para agentes da lei por causa de seu porte de armas e por ter recebido treinamento especial para combate, e sua capacidade de transferir essas habilidades para os colegas de gangue.
O relatório observa que, embora os membros das gangues tenham sido relatados em todos os ramos de serviço, eles estão concentrados no Exército dos EUA, na Reserva do Exército, e na Guarda Nacional do Exército.
Muitos membros das gangues de rua ingressam no setor militar para escaparem desse estilo de vida ou como uma alternativa ao encarceramento, mas muitas vezes voltam a ter relacionamento com as suas associações de quadrilha, uma vez que eles encontram outros membros da gangue entre os militares. Algumas gangues almejam os setores militares e os sistemas de defesa dos EUA para expandir seu território, facilitar suas atividades criminosas, tais como tráfico de armas e de drogas, ou para receberem treinamento de combate e manuseio de armas para que possam transferir de volta o conhecimento adquirido à suas gangues. Os incidentes de roubo e tráfico de armas podem ter um impacto negativo sobre a segurança pública ou representar uma ameaça para os agentes da lei.
O FBI aponta que muitas quadrilhas, especialmente os motociclistas, ativamente recrutam membros com formação militar e aconselham seus membros mais jovens sem antecedentes criminais para ingressarem no serviço militar afim de terem acesso às armas e experiência de combate.

Algumas notas do FBI:

Colaboração e Alianças das gangues
A colaboração entre gangues rivais e as organizações criminosas além das melhorias crescente nas comunicações, transporte e tecnologia permitiram que gangues a nível nacional ampliassem e protegessem suas redes criminosas em todo EUA e em outros países.
1) De acordo com relatórios do NGIC (National Gang Intelligence Center), os membros das gangues da Califórnia estão colaborando com os membros de gangues rivais para aumentarem suas atividades criminosas, como a distribuição de drogas, prostituição de menores, e lavagem de dinheiro.
2) Gangs no sistema penitenciário estão cometendo crimes para outras gangues, em um esforço para confundir e iludir a lei.

Sofisticação das Gangues
Membros de gangues estão se tornando mais sofisticados em sua estrutura e operações e estão modificando sua atividade para minimizar as investigações dos agentes e contornarem a aplicação das leis anti gangue. As gangues de diversas jurisdições têm modificado ou abandonados seus indícios tradicionais ou estereótipos e não mais exibem as suas cores, tatuagens, ou sinais de mão. Outros estão formando gangues híbridas para evitarem a atenção da polícia e dificultarem a ação dos agentes da lei em identificá-los e monitorá-los, de acordo com relatórios da NGIC. Muitas quadrilhas estão se engajando em outros sofisticados esquemas criminosos, incluindo o crime do colarinho branco e crimes cibernéticos, objetivando e infiltrando em sistemas complexos para ganhar acesso a áreas sensíveis ou informações, a fim de monitorarem os agentes da lei.

Gangues não tradicionais
Gangues híbridas
A expansão das gangues híbridas - quadrilhas não tradicionais com múltiplas afiliações - é um fenômeno contínuo em muitas jurisdições por todo o país. Por causa de suas filiações múltiplas, etnias, a natureza migratória, e sua estrutura nebulosa, as gangues híbridas são difíceis de serem detectadas, identificadas e seguidas por serem transitórias e estarem em constante evolução. Além disso, essas gangues multi- étnica, de gênero misto, representam um desafio único para a aplicação da lei, porque elas estão adotando símbolos nacionais e, frequentemente praticam a rotação entre seus membros. As gangues híbridas merecem atenção especial da lei, porque seus membros aumentam a sua atividade criminosa, a fim de ganharem destaque e respeito.
A coordenação crescente entre os cartéis de drogas mexicanos, redes de transporte ilegal de imigrantes, e as gangues norte-americanas.
Os agentes federais, estaduais e locais estão observando uma conexão crescente entre os cartéis de drogas mexicanos, as gangues que transportam os imigrantes ilegais, e as gangues norte-americanas. As redes de transportes de estrangeiros que operam ao longo da fronteira sudoeste são incapazes de executar seu serviço através dos corredores controlados pelos cartéis da droga sem pagarem uma taxa. O imigrante ilegal, típico mexicano, paga cerca de US $ 1.200 a $ 2.500 para entrar nos Estados Unidos. A taxa é consideravelmente maior para os estrangeiros contrabandeados de outros países que não o México, podendo até ser mais atraente para os cartéis. Estima-se que os criminosos ganham bilhões de dólares a cada ano contrabandeando imigrantes através do México para os Estados Unidos.

Gangues e grupos criminosos organizados
Um relatório de Janeiro 2010 do FBI indica que algumas OMGs e gangues de rua estão tendo um estreito relacionamento com grupos do crime organizado dos africanos, asiáticos, eurásios e italianos para facilitar os crimes a nível de rua como extorsão, execução, cobrança de dívidas e lavagem de dinheiro.
A NGIC coletou informações de agentes da lei em todo o país numa tentativa para identificar as associações entre gangues e organizações criminosas. A gráfico a seguir representa as porcentagens das gangues que têm laços com as organizações criminosas fornecidas pelos agentes locais das juridições.

Comento:
Ainda bem que no Brasil isso não aocntece!
(É ironia, tá?)