19 de abril de 2012

Assassino frio, 'Sem Cérebro' é cabo reformado da Marinha

'Sem Cérebro' matava comerciantes para comandar venda de gás, diz polícia

LIVIA ARAGÃO
Marcos Paulo Moreira da Silva, conhecido como “Marquinhos Sem Cérebro”, preso nesta terça-feira em Bangu, na Zona Oeste, é acusado de matar donos de lojas de gás para, em seguida, tomar o comércio. Segundo o delegado da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, foram três vítimas de 2010 a 2012. Em cada um dos três depósitos, "Sem Cérebro" vendia 900 botijões por mês a R$ 45. Ele foi preso dentro de casa, em Bangu, e não reagiu. Na residência, policiais da Divisão de Homicídios também apreenderam um veículo Corolla blindado preto, uma carabina de ar comprimido, pistola e R$ 10 mil.
"Ele já dominava Bangu e estava expandindo suas ações para Padre Miguel. A ação era sempre muito violenta, ele chegava e disparava à queima-roupa nas vítimas. Primeiramente ele tentava comprar o comércio pelo preço que queria, mas o proprietário não queria vender. Ele então matava o comerciante e dominava as vendas naquele local", disse Barbosa.
Ainda segundo o delegado, na casa onde Marquinhos foi preso havia uma saída secreta nos fundos. "Ele não escapou porque cercamos a casa por todos os lados", explicou. Ele se entregou à polícia com um filho no colo.


Assista vídeo com flagrante de assassinato:
Reformado da Marinha por problemas psiquiátricos, em 2004, o acusado ganhou então o apelido "Sem Cérebro". Ele conseguiu certificado de registro para tiro prático esportivo, expedido pelo Comando Militar do Leste (CML). Com o documento, Marquinhos – apontado pela polícia como segurança do contraventor Fernando Iggnacio de Miranda – se filiou à Confederação Brasileira de Tiro Prático (CBTP) e à Federação de Tiro Prático (FTP).
Na casa do acusado, foram apreendidas armas e dinheiro | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Acusado fez curso de segurança de autoridades
Federado nas duas instituições, o militar passou a ter direito de treinar disparos de escopeta, pistola, revólver e fuzil em clubes de tiro do Rio. O cabo também fez na Academia de Polícia (Acadepol) o curso de formação de segurança pessoal de autoridades.
O Dia OnLine/montedo.com (colaborou: Mário)

Comento:
A pergunta óbvia é: como um militar reformado por problemas mentais consegue do CML um registro para Tiro Prático Esportivo?