23 de junho de 2012

Cesto sem tampa: Forças Armadas abrem temporada de caça os professores fardados

Força Militar: Pente fino nos docentes

MARCO AURELIO REIS
As Forças Armadas estão passando um pente fino em seus quadros para descobrir militares que lecionam para aumentar a renda. A ordem é do Tribunal de Contas da União e se se baseia em regra Constitucional que só libera acúmulo de dois cargos públicos para professores e médicos e prevê, ainda, dedicação exclusiva para militares, inclusive os com formação docente e de saúde.
O pente fino expõe num só ato os baixos soldos e uma incoerência para um País onde faltam professores, sobretudo de Química e Geografia, disciplinas amplamente estudadas nos meios militares.
“A Constituição permite o acúmulo de cargos (professores e médicos) a funcionários públicos civis, mas por que não aos militares?”, criticou uma fonte da Força Aérea, que está respondendo a uma sindicância interna pelo acúmulo de matrículas.
“São 5 mil militares da FAB nessa situação, sendo 2,4 mil só no Rio, somados aos que já estão na reserva, que também respondem à mesma sindicância”, completa o militar, destacando que “o estresse é muito grande”.
Outro militar decidiu apelar ao Congresso para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 008/2009, que permite a acumulação de cargo militar com outro cargo público de magistério.
Força Militar (O Dia Online)/montedo.com

Comento:
É o velho caso do cesto de caranguejos: para que tampar, se os próprios militares puxam os companheiros para baixo?
- Ah, mas é contra a lei, Montedo! Pois sim. Contra a lei é não pagar um direito (28,86%) que o STF já garantiu como líquido e certo.
A lei está errada? Pois mude-se a lei, ora bolas!
Mas ao invés de fazer gestões nesse sentido, os chefes militares abrem a temporada de caça aos professores fardados. Os mesmos, aliás, que não tem oportunidade de exercer a função dentro de sua Força. 
Mostrar serviço para os Ministros do TCU parece bem mais importante e urgente que tentar melhorar a vida da tropa, que come salsicha nos quartéis e convive com traficantes nas favelas, por não ter dinheiro para alugar uma casa decente.