23 de dezembro de 2012

'Não compete ao Exército fiscalizar as delegacias', diz coronel após explosão em Maceió

'Não compete ao Exército fiscalizar as delegacias', diz comandante
Responsabilidade é do próprio Estado, afirmou.
Delegacias devem solicitar o recolhimento de material pelo Exército.

Não é de competência do Exército Brasileiro fiscalizar delegacias, afirmou o comandante do 59º Batalhão, cel. Pinto Sampaio. De acordo com o comandante, o Exército tem competência para autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico, porém, "a fiscalização de conteúdos armazenados nas delegacias deve ser feita pelo Estado", afirmou.
O assunto veio à tona após a explosão na Delegacia de Recursos Especiais do Tigre, ocorrida na noite desta quinta-feira (20). Diversas autoridades cobraram o Exército pela fiscalização do local onde era armazenado o material apreendido pela polícia.
Segundo o coronel, as delegacias que não possuem a capacidade de armazenar material bélico, deve fazer uma solicitação junto ao Exército para que seja feito o recolhimento de maneira adequada.
“Nós fiscalizamos pessoas físicas e jurídicas, a exemplo dos atiradores, que possuem registros e autorização para o manuseio desse material. Realizamos uma fiscalização anual com essas pessoas”, disse Sampaio.
O coronel disse ainda que quando há uma solicitação feita pelas delegacias, o Exército recolhe o material e descarta em Recife. “Esse é o procedimento padrão feito pelo Exército. Já fizemos isso várias vezes. Se tivessem solicitado a retirada desses materiais da sede do Deic, nós teríamos retirado”.

Sindpol
O segundo vice presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) José Carlos, afirmou que os materiais bélicos eram armazenados de forma irregular na sede da Delegacia de Recursos Especiais do Tigre (onde também funciona a Divisão Especial de Investigação e Capturas - Deic).
“Sabíamos que os materiais eram armazenados de forma amadora. Um agente responsável pelo local comunicou à Polícia Civil e à Secretaria de Estado de Defesa Social sobre as condições. Porém, nada foi feito”. Ainda segundo o sindicalista, a trágedia deve servir para que o governador Teotonio Viela Filho reavalie o modelo de gestão oferecido aos agentes. “As delegacias não oferecem a mínima segurança, não apenas para os policiais, como também para os presos. A explosão foi o estopim para que o governador possa repensar o modelo de segurança”.
De acordo com o Secretário de Defesa Social, Dário César, é preciso uma ordem judicial para que os produtos sejam transferidos para o Exército. "Realmente há uma demora porque precisa dessa decisão judicial".
G1 AL/montedo.com