17 de abril de 2013

General Elito convence parlamentares sobre atuação da Abin no porto de Suape

General nega que GSI tenha monitorado reduto de Eduardo Campos
Ministro participou de audiência em comissão do Senado

JÚNIA GAMA
BRASÍLIA - O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general José Elito Siqueira, negou nesta quarta-feira, na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), denúncias de suposta mobilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar portuários contrários à Medida Provisória (MP) dos Portos, no Porto do Suape, em Pernambuco, reduto do possível adversário da presidente Dilma Rousseff em 2014, o governador Eduardo Campos (PSB).
Elito negou que tenha havido infiltração da agência em Suape, conforme reportagem do jornal “Estado de S. Paulo” de abril. Os parlamentares presentes evitaram questionamentos mais incisivos ao ministro – com exceção do deputado Paulinho da Força (PDT-SP) –, e afirmaram terem ficado satisfeitos com as explicações oferecidas.
- Essa notícia não é verdadeira e houve a resposta correta. Falamos a verdade sim. Temos 21 portos que acompanhamos diariamente e, destes, há seis que acompanhamos e não há citação sobre Suape. Mobilização dos portuários, risco de greve e ajuda de outros setores, como caminhoneiros. Identificar demandas por parte de empresários e trabalhadores locais. Identificar medidas que possam ser usadas para minorar efeito de paralisação nos portos. E informação se há ou não paralisação. Se houvesse paralisação, podem imaginar as consequências. O objetivo era alertar as autoridades para medidas preventivas se houvesse a greve -, justificou o ministro do GSI.
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O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), líder no Senado do partido comandado por Eduardo Campos, preferiu não travar embate com o general. Afirmou que, quando soube da notícia, ligou para o general e ouviu sua negativa a respeito das denúncias. Questionou apenas se a Abin monitora outras greves, além da dos portos. Elito respondeu que, logo que a reportagem foi publicada, telefonou a Eduardo Campos para esclarecer os fatos.
- Nosso acompanhamento é de temas, não de pessoas. A análise pela Abin visa a prestar uma assessoria para o governo, não investigar alguém. É absolutamente falso que a Abin tenha uma equipe de infiltrados nos sindicatos -, afirmou Elito.
Paulinho da Força, presidente da Força Sindical, que esteve à frente dos protestos contra a MP dos Portos, afirmou que, caso a Abin estivesse de fato investigando os sindicalistas, iria denunciar o Brasil à Organização Internacional do Trabalho (OIT). O deputado afirmou considerar “muito grave” investigação a respeito da movimentação dos trabalhadores, mas aceitou as explicações de Elito de que não havia operação da Abin para vigiar movimentos sindicais.
O Globo/montedo.com