22 de maio de 2013

Corpo de cadete da AMAN é sepultado em Santos

'Nunca teve problemas', diz madrasta de cadete que morreu em treinamento
Enterro de Anderson Paixão, de 22 anos, aconteceu nesta quarta-feira.
Cadete morreu durante uma prova na Academia de Agulhas Negras.

Anna Gabriela Ribeiro
Do G1 Santos
Cadete Anderson Barbosa da Paixão e Silva, que morreu após prova de corrida na Aman (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
Anderson morreu durante treinamento
(Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
Foi enterrado na manhã desta quarta-feira (22) em Santos, no litoral de São Paulo, o corpo do cadete Anderson Barbosa da Paixão e Silva, de 22 anos, morto nesta segunda-feira (20) durante uma prova de corrida na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ).
Familiares e colegas da Academia compareceram à cerimônia, que foi realizada na cidade onde Anderson nasceu e foi criado. Segundo a tenente Adriana Dabés, assessora de Comunicação Social da Aman, 110 militares foram participar do enterro do jovem. “A gente está muito comovido com a situação. É algo que a gente não esperava”, afirma.
Ainda de acordo com a tenente, o resultado do inquérito, aberto para investigar a morte, será divulgado em até dois meses. “O inquérito é um procedimento normal. Sempre que há um falecimento é aberto um inquérito para investigar as circunstâncias do fato. Deve ficar pronto em até 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20”, explica.
Cadete da academia militar Agulhas Negras é enterrado em Santos, SP (Foto: Anna Gabriela Ribeiro / G1)
Cadete da academia militar Agulhas Negras foi enterrado em Santos, SP (Foto: Anna Gabriela Ribeiro / G1)
A tenente comentou ainda os procedimentos que foram feitos quando o cadete Anderson passou o mal. “Todas essas provas são acompanhadas por uma equipe médica. Então havia uma equipe e uma ambulância. Logo que ele se sentiu mal foi socorrido e encaminhado para o nosso Hospital Escolar, que fica dentro da Academia, a três minutos do local. Ele foi atendido pelo cardiologista e por um anestesista, além do clínico que estava de plantão. Eles tentaram todas as manobras de ressuscitação por cerca de uma hora. A família está sendo assistida pelos próprios comandantes da companhia, os oficiais que trabalhavam diretamente com ele, por um psicólogo, um padre e um assistente social”, finaliza a tenente.
O pai de Anderson, Ari Paixão, disse que ele sempre foi um jovem muito dedicado aos estudos, e que ficou em 20º lugar na prova que seleciona jovens do Brasil inteiro para o curso de cadetes. “Ele acordava às 6h, ia para a biblioteca e depois ia para o cursinho. Eram 12 horas diárias de estudo. Ele era muito dedicado. Geralmente, a família induz o filho a se alistar no Exército, mas ele não, foi porque quis”, diz o pai.
Para a madrasta da vítima, Ilse Petri, o caso foi uma fatalidade. “Ele nunca teve nenhum problema de saúde. Sempre fez os exames de rotina e nada foi apontado. Ficamos muito surpresos. Foi uma fatalidade”, afirma a madrasta.
O pai do jovem fez questão de ressaltar que, para a família, não há nenhuma queixa em relação à Academia. “Não tenho nem o que falar da Aman. Estão nos dando um atendimento excelente. Nos ofereceram a viagem de avião (de Florianópolis à Santos), mas preferi ir de carro. Acho até que estão fazendo mais do que deveriam, até mais do que eu mereço”, afirma. O pai também comentou que a abertura do inquérito para investigar a morte de Anderson não foi um pedido da família, e que este é um procedimento normal no Exército Brasileiro.

Caso
O cadete morreu na tarde desta segunda-feira (20) após passar mal durante uma prova de corrida na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Segundo a Academia, Anderson Barbosa da Paixão e Silva, de 22 anos, era do terceiro ano do curso de artilharia e teve uma parada cardiorrespiratória. De acordo com a Aman, a prova era de 4 km e fazia parte da atividade de todos os cadetes. O Comando da Academia Militar determinou a abertura de um inquérito policial para apurar o caso.
G1/montedo.com