28 de maio de 2013

Exército implode pista usada no garimpo ilegal na reserva Yanomami

Atualização: 28/5 (0h)
O local fica no meio da Amazônia, onde só é possível chegar de avião. Os minérios eram retirados de um garimpo ilegal.
Militares utilizaram dinamite para implodir pista nesse domingo (26).
Serviço de inteligência do Exército detectou clareira na área indígena.

Francisco de Assis 
Da TV RR
Pouco mais de 20 militares que fazem parte da Operação Ágata 7 implodiram nesse domingo (26) uma pista de garimpo ilegal aberta na Floresta Amazônica em Roraima. A pista destruída fica no interior da Terra Indígena Yanomami e é conhecida como Pernambuco, na região de Cachoeira Xiriana, a 50 Km da fronteira com a Venezuela.
A ação conjunta foi realizada pelo 7º Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS) e 6º Batalhão de Engenharia de Construção (6º BEC), sediados em Boa Vista, além do 4º Batalhão de Aviação do Exército (4º BAvEx), sediado em Manaus (AM).
Pista aberta na Terra Indígena Yanomami que era usada no suporte do garimpo ilegal   (Foto: Laudinei Sampaio)
Pista aberta na Terra Indígena Yanomami que era
usada no suporte do garimpo ilegal
(Foto: Laudinei Sampaio)
A clareira foi descoberta pelo serviço de inteligência do Exército há três semanas e estava em atividade na reserva indígena. "Essa era, realmente, uma pista utilizada de forma ilícita. Ela foi destruída com dinamite em três pontos de sua extensão. As crateras deixaram a área inoperante", afirma o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general José Luiz Jaborandy.
Durante a ação, nenhum garimpeiro foi preso. Apesar disso, as Forças Armadas reconhecem a invasão de pessoas ligadas à atividade ilegal na região do Surucucu, situado a 30km da divisa com a Venezuela.
"Existe ao longo dessa área Yanomami uma série de pistas clandestinas que precisam realmente de um trabalho de inteligência para serem descobertas. Nós já identificamos outros pontos e todas elas serão neutralizadas em outras ações", acrescenta.
Segundo o piloto tenente da Aeronáutica, Eugênio Jacobs, as pistas clandestinas, na maior parte das vezes, apresentam condições precárias e oferecem riscos até mesmo para os pilotos mais experientes.
"A Amazônia, no geral, já tem uma característica diferente das demais regiões do país, sobretudo no que diz respeito às questões climatológicas. Para descer nessas pistas de 400 metros de comprimento, esburacadas, é preciso ter muito cuidado porque elas são impróprias para pousos e decolagens", comenta.
O Brasil tem quase 17 mil quilômetros de fronteira, dos quais 11 mil estão localizados na Floresta Amazônica. "A Operação na Amazônia envolve um pouco mais de planejamento pela própria complexibilidade da logística. Aqui, por exemplo, só é possível chegar de avião ou helicóptero. Então, os garimpeiros se aproveitam disso para explorar a reserva", diz o major do Exército, Rodrigo Luiz Soares Evangelista.
Para não despertar a atenção de quem sobrevoa o local, os acampamentos são montados debaixo das árvores e ficam escondidos entre as copas.
Pista implodida pelo Exército na Terra Indígena Yanomami durante a Operação Ágata 7 (Foto: Laudinei Sampaio)
Pista implodida pelo Exército na Terra Indígena Yanomami durante a Operação Ágata 7 (Foto: Laudinei Sampaio)
"Os Yanomami são contra a presença de não-indígenas na área. Cerca de 130 índios moram aqui e eles se sentem incomodados com a presença de quem vem aqui sem autorização do tuxaua", lembra o sargento Rodrigo de Freitas Cortês, um dos coordenadores do batalhão de Surucucu.
BOM DIA BRASIL/G1/montedo.com