Militares em atividade são proibidos de se pronunciar a respeito da remuneração que recebem, de fazer greve ou qualquer outro protesto contra o governo federal – atitudes que são vistas como insubordinação. Assim, acaba ficando com suas esposas a tarefa de fazer reivindicações pelos direitos deles. Há três organizações para isso: a Anemfa (Associação Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas), a Apemfa (Associação de Pensionistas e Esposas de Militares das Forças Armadas) e a Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas), a mais ativa delas, e que tem Ivone Luzardo como presidente.
A União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas Brasileiras surgiu na época em que Ivone morou em Natal, no Rio Grande do Norte. Ela diz que decidiu fazer algo ao saber que uma amiga – casada com um sargento do Exército e mãe de quatro filhos – trabalhava como lavadeira, arrumadeira e babá para ajudar no orçamento doméstico.
Em abril de 2005, no dia da comemoração dos 357 anos do Exército, um grupo de quinze esposas montou um acampamento em frente ao Ministério da Defesa e ao Congresso Nacional. Um ano antes já havia ocorrido uma manifestação com 700 mulheres. Houve conflitos com tropas de choque da Polícia Militar, mas, após negociações, os militares acabaram recebendo um aumento salarial. Graças às suas esposas.
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