21 de junho de 2013

Fuzileiros não protegeram o Itamaraty por falta de superior para dar a ordem

Atualização: 16 h

Fuzileiros navais se encontravam aquartelados, no interior do Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, mas não tentaram impedir a invasão do prédio porque não conseguiram contactar um oficial de patente superior, do 7º Distrito Naval. O grupo lotado no Itamaraty é chefiado por um sargento. Os manifestantes perceberam que o prédio estava vulnerável e tentaram invadi-lo. O movimento dos radicais foi percebido por agentes da P-2 (serviço de inteligência da Polícia Militar) espalhados em meio à multidão, e eles avisaram os superiores imediatamente. A PM, que em princípio não poderia substituir os fuzileiros navais nessa tarefa, se viu obrigada a agir, e usou uma entrada lateral do Itamaraty para chegar à parte da frente do prédio e impedir uma invasão em massa. A brigada de vândalos passou a atirar pedras e rojões contra os PMs, e conseguiu depredar parcialmente o Palácio Itamaraty. Os policiais usaram até extintores de incêndio como "arma" para dispersar os manifestantes.


Patrimônio vandalizado
Há informações de 25 janelões despedaçados, além de obras de arte - incluindo uma valiosa tela de Cândido Portinari que se encontrava no hall de entrada. Os militares lotados no Itamaraty são subordinados ao comandante do Grupamento de Fuzileiros Navais, capitão de-mar-e-guerra Áthila de Faria Oliveira. Nem ele nem seu chefe, vice-almirante José Carlos Mathias, comandante do 7º Distrito Naval, foram encontrados para dar ordens aos acuados soldados.

Reforço tardio
O que também impediu os fuzileiros de agir foi a falta de preparo e de armamento, para fazer a defesa do prédio. Os fuzileiros são pouco mais do que seguranças patrimoniais, do tipo que fazem a guarda de agências bancárias, por exemplo, armados apenas de uma pistola. Após a depredação e de a PM evitar o pior, chegou ao Itamaraty o reforço tardio de uma centena de fuzileiros. O Ministério das Relações Exteriores é protegido pelos fuzileiros navais desde 1808.
Cláudio Humberto/montedo.com