31 de julho de 2013

Em greve, servidores do Hospital das Forças Armadas interrompem o trânsito em Brasília

Os servidores do HFA (Hospital das Forças Armadas) bloquearam duas vias da EPTG (Estrada Parque Taguatinga), na entrada do Parque da Cidade, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (31). Eles pedem a reestruturação da carreira.
Trabalhadores do Hospital das Forças Armadas saíram às ruas ontem para cobrar do governo o cumprimento de acordos antigos. Trânsito foi prejudicado (Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press)
(Antonio Cunha-Correio Braziliense)

Congo: um general brasileiro numa guerra real

Leste do Congo vive dias de batalha e tensão
BBC Brasil
http://blu.stb.s-msn.com/i/8E/C25DA85F7320C3BA7A79739A8F67.jpg
BBC Brasil  "Militares do Exército do
 Congo se reabastecem de munição "
A BBC Brasil acompanhou durante dez dias a rotina do general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, recentemente apontado pela ONU para liderar as forças de paz na República Democrática do Congo.
Santos Cruz preparava suas tropas sob um novo mandato do Conselho de Segurança, mas robusto, que pela primeira vez na história das missões de paz dá aos capacetes azuis o poder para atacar os rebeldes com uma brigada militar fortalecida.
Mas, em meio a esse processo de organização, a guerra entre rebeldes e forças do governo recomeçou com força nos arredores da cidade de Goma. Leia abaixo como isso alterou o cotidiano da cidade e a dinâmica das relações entre as forças em conflito.

Dias de guerra
O som provocado pela explosão dos projéteis de artilharia é seco, abafado pela terra após choque com o solo. Ele tem se repetido dezenas, centenas de vezes nos arredores de Goma, Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo. Nesta área, o Exército do governo e rebeldes do grupo M23 se enfrentam em uma batalha campal que se intensifica e arrefece periodicamente desde o último dia 14.
O M23 é formado por ex-militares treinados que desertaram das Forças Armadas levando grande quantidade de armamento pesado. Eles fazem oposição ao governo e teriam recebido financiamento de Ruanda, segundo relatórios da ONU.
O histórico recente de conflitos entre rebeldes e forças do Exército vinha sendo marcado pelas derrotas das tropas do governo. A principal delas em novembro do ano passado, quando seus soldados debandaram de Goma ao ver a aproximação dos rebeldes do M23 - que, em seguida, tomaram a cidade e só se retirariam após intensa negociação.
Mas, nos últimos dez dias, as tropas da RDC penetraram as linhas rebeldes e as empurraram para longe de Goma.
A campanha foi violenta: só na primeira semana 274 mortos, com baixas de ambos os lados. A política parece ser a de não fazer prisioneiros - apenas seis foram capturados pelas forças do governo (quatro morreram no hospital, segundo uma fonte da ONU).
A cidade de Goma está cercada por um cinturão de proteção formado pelas tropas de capacetes azuis do general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Nos primeiros dias da batalha, famílias inteiras chegaram de vilas próximas com seus pertences em busca de segurança dentro da cidade.
Mas, também em um movimento inverso, multidões de jovens extremamente excitados caminhavam por quase sete quilômetros do centro da cidade em direção à frente de batalha. Desejavam torcer pela vitória de seu Exército nacional.
A cada nova colina tomada pela infantaria na linha de frente, nas ruas da cidade os jovens se atiravam ao chão em êxtase, aos gritos de celebração.
Pela estrada, picapes circulavam em alta velocidade transportando nas caçambas metralhadoras pesadas ou soldados armados com fuzis kalashnikov e lançadores de granadas RPG-7. Eles iam e vinham de Goma para substituir soldados da linha de frente e buscar mais munição.
Mas o entusiasmo da população arrefeceu após os choques iniciais e aparentemente se transformou em revolta. Centenas de manifestantes saíram às ruas para afirmar que o governo de Joseph Kabila não estaria lidando bem com o problema dos grupos armados. Como disse um especialista em África, tentar prever o que acontecerá em Goma é quase impossível.

No limite
Comboio da ONU passa por área rebelde (© foto: BBC)
"Comboio da ONU passa por área rebelde"
A posição da ONU diante do conflito entre o M23 e o Exército congoles é não interferir - desde que populações civis ou capacetes azuis não sejam alvo dos rebeldes.
Essa posição é produto de um cessar-fogo entre os capacetes azuis e o M23 - que vigora enquanto os rebeldes permanecem na rodada de negociações de paz de Kampala, em Uganda.
Dois dias antes do início do da onda de confrontos entre rebeldes e as forças de segurança do governo, era possível testemunhar esse frágil equilíbrio. Santos Cruz e seus oficiais voaram em um helicóptero Super Puma até uma base de capacetes azuis indianos na região de Rutshuro - 40 quilômetros ao norte de Goma - para inspecionar suas instalações.
De lá, o general decidiu seguir em um comboio por terra até Goma - cruzando o coração do território dominado pelo M23. 'Quero um fuzil no meu carro', disse Santos Cruz calmamente aos assessores, mesmo após ser informado que seria escoltado por tropas de infantaria embarcadas em caminhonetes.
O comboio seguiu protegido ainda por diversos blindados. Do céu opaco, permanentemente enevoado pelas cinzas do vulcão Nyiragongo, dois helicópteros de ataque Mi-24 da ONU, armados com metralhadoras e foguetes, surgiram voando baixo e em círculos em uma evidente demonstração de força. O general seguia em seu carro à frente da coluna.
Próximo ao vilarejo de Mutaho, já a poucos quilômetros de Goma, o comboio de Santos Cruz cruzou com duas unidades do M23. Os rebeldes, à beira da estrada, seguravam seus fuzis apontados para baixo e observavam. Forneceram passagem, mas não recuaram de suas posições.
A tensão perdurou até o comboio chegar ao posto de guarda de Muningi, a posição avançada da ONU nos limites da região de Goma. Menos de dois dias depois, a área toda estaria conflagrada pela batalha.
O M23 combate o Exército em uma frente e aparenta manter a trégua com a ONU enquanto acontecem as negociações de Kampala - que fazem parte de um esforço diplomático massivo do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para levar a paz à região. Nem os rebeldes nem a ONU querem ser culpados por fechar a porta para uma eventual solução pacífica para o conflito.
Enquanto o tenso cessar-fogo permanece, os capacetes azuis devem adotar a estratégia de reforçar suas posições e aumentar a pressão sobre os rebeldes - até que eles concordem em assinar um acordo político permanente ou se desmobilizem.
Mas isso não significa que o confronto entre a ONU e o M23 seja uma possibilidade remota. Se o M23 atacar uma de suas posições, os capacetes azuis devem fazer uma demonstração de força. E eles estão amparados legalmente para fazer isso.
Segundo o novo mandato aprovado recentemente pelo Conselho de Segurança, eles podem usar 'todos os meios necessários' para atacar os rebeldes.
MSN/montedo.com

A base de treinamento da guerrilha urbana

Anarquistas dos protestos se reúnem no MT para fazer coquetel molotov

LEONEL ROCHA
GLADIADORES É assim que se autoproclamam os anarquistas das manifestações (Foto: Felipe Dana/AP)
GLADIADORES
É assim que se autoproclamam os anarquistas das manifestações
(Foto: Felipe Dana/AP)
Primeiro, a ONG Defensoria Social espalhou voluntários pelo país para defender manifestantes presos por vandalismo. Agora, os anarquistas também recebem treinamento de instrutores experientes. Nos fins de semana, os jovens se reúnem em cidades de Mato Grosso para fazer coquetel molotov e escudo de madeirite e produzir líquidos que anulam o efeito do gás lacrimogêneo. Nesses encontros, eles escolhem bancos e empresas multinacionais como alvos de depredação. Participam dessas reuniões os anarquistas Anonymous, Anarcopunk e Acción Directa, ex-militantes do MST, alguns dissidentes das Farc e remanescentes da guerrilha uruguaia Tupamaros e da Central Operária Boliviana. Os próximos atos de vandalismo como ação política estão previstos para o desfile de 7 de setembro e o Rock in Rio.
Felipe Patury (ÉPOCA)/montedo.com

Na chincha: 'novas tratativas' com a Defesa fazem Marinha cancelar folga nas sextas-feiras

Defesa enquadra Marinha, que desiste da ideia de reduzir jornada de trabalho
Comunicado distribuído aos militares definia que eles não trabalhariam às sextas-feiras para cortar gastos

VINÍCIUS SASSINE
Militares da Marinha não trabalham mais às sextas-feiras
Divulgação
BRASÍLIA — A Marinha do Brasil recuou da polêmica decisão de reduzir a jornada de trabalho em um dia da semana, como chegou a ser divulgado em comunicado interno para os militares. Em resposta aos cortes de orçamento que atingem o Ministério da Defesa, a Marinha chegou a decidir pela redução da jornada. A medida durou menos de 24 horas, por decisão do Ministério da Defesa. No Exército e na Aeronáutica, a redução da jornada está em estudo como forma de reduzir gastos.
“A Marinha esclarece que, em virtude das restrições orçamentárias em curso, considerou, como uma das medidas de economia a ser adotada, a redução da jornada de trabalho. Após análise e consonante com as novas tratativas com o Ministério da Defesa, tal medida não será adotada”, diz nota do Centro de Comunicação Social da Marinha divulgada no início da noite desta terça-feira, 30.
O dia de folga seria a sexta-feira e a medida já começaria a valer nesta semana, a partir do dia 2. As exceções apontadas no comunicado seriam os servidores das organizações militares das áreas de saúde, ensino, Programa do Submarino Nuclear e Programa Nuclear da Marinha. O comunicado interno que chegou a ser divulgado ainda ressalta que órgãos de direção devem adotar medidas de economia e cumprir as metas estabelecidas diante dos cortes orçamentários. A reação negativa da medida no Ministério da Defesa levou o comando da Marinha a recuar da decisão.
Leia também:
Economia: Marinha suspende expediente às sextas-feiras
A Defesa foi a segunda pasta mais afetada nos dois cortes no Orçamento da União de 2013 anunciados pelo governo federal. No anúncio de maio, dos R$ 28 bilhões a serem cortados, R$ 3,67 bilhões se referem à Defesa, valor de corte inferior apenas da previsão de redução de gastos do Ministério das Cidades. Na semana passada, o governo anunciou uma nova redução no Orçamento, no valor de R$ 10 bilhões. O Ministério da Defesa terá menos R$ 919 milhões para seus gastos. Ao todo, a pasta terá R$ 4,58 bilhões a menos.
A redução das jornadas de trabalho está em análise nas outras duas Forças Armadas. O Exército estuda o impacto dos cortes no Orçamento do Ministério da Defesa e pode adotar “medidas adicionais”, segundo o Centro de Comunicação Social do Exército. O centro não nega que a redução da jornada é uma das medidas estudadas, mas também não dá detalhes sobre o que poderá ocorrer. Uma definição está prevista para a próxima semana.
A Aeronáutica também avalia a possibilidade de redução da jornada de trabalho dos militares. “A Força Aérea está estudando as medidas que se fizerem necessárias e divulgará oportunamente”, diz o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, que não detalha quais são as medidas nem descarta a hipótese de uma jornada de trabalho menor na Força Aérea
O Globo/montedo.com

Governo corta R$ 919 milhões do orçamento da Defesa

Ministérios da Fazenda e Defesa têm maiores cortes no orçamento
Bloqueio se aproxima de R$ 1 bilhão em cada uma destas pastas.
Do total de R$ 10 bi, somente R$ 4,4 bi são em gastos não obrigatórios.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
Os ministérios da Fazenda e da Defesa serão os mais afetados pelo corte no orçamento anunciado na semana passada pelos ministros Guido Mantega e Miriam Belchior. Os cortes nas despesas das pastas serão de R$ 990 milhões e R$ 919 milhões, respectivamente. Com esse bloqueio, os recursos anuais destes dois Ministérios cairão para R$ 4,12 bilhões e para R$ 17,56 bilhões.
O detalhamento do corte adicional de R$ 10 bilhões no orçamento federal deste ano foi divulgado nesta terça-feira (30), por meio de decreto presidencial publicado no "Diário Oficial da União".
Do valor total do bloqueio, R$ 5,6 bilhões acontecerão nas chamadas despesas obrigatórias, sendo R$ 4,4 bilhões somente uma reestimativa de ressarcimento do Tesouro Nacional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por conta do processo de desoneração da folha de pagamentos. Outros R$ 4,4 bilhões do bloqueio total – entre os quais estão os cortes na Fazenda e na Defesa – se darão em cima das chamadas "despesas discricionárias", as não obrigatórias. O orçamento dos Ministérios que não é considerado "obrigatório".

Por Ministérios
Juntos, os Ministérios da Fazenda e da Defesa respondem por cerca de 44,2% do bloqueio total em despesas discricionárias de competência do poder Executivo. Quando foi feito o anúncio do bloqueio, na última semana, o governo informou que o corte nas despesas discricionárias acontecerá em diárias e passagens, material de consumo, locação de imóveis, locação e aquisição de veículos, máquinas e equipamentos, serviços terceirizados, energia elétrica e serviços de tecnologia da informação.
Ainda segundo o decreto divulgado nesta terça-feira, o Ministério da Previdência sofreu um bloqueio de R$ 280 milhões, ao mesmo tempo em que o Ministério da Justiça terá um corte de R$ 275 milhões em seu orçamento. Já o Ministério do Planejamento, responsável por implementar o corte, terá um bloqueio de R$ 219 milhões, enquanto que os Ministérios da Ciência e Tecnologia e das Relações Exteriores terão um corte de, respectivamente, R$ 163 milhões em R$ 146 milhões.
O governo federal também informou que reduziu em R$ 179 milhões sua previsão de pagamento de encargos financeiros e em R$ 407 milhões as transferências a estados e municípios. Estes valores também estão incluídos no bloqueio de gastos discricionários de R$ 4,4 bilhões.

Objetivo do corte
O objetivo declarado do governo com estas limitações de despesas é atingir a meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de 2,3% do Produto Interno Bruto – o equivalente a R$ 110,9 bilhões neste ano.
Essa meta já prevê um abatimento de R$ 45 bilhões em gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nos quatro últimos anos, somente em 2011 a meta fiscal foi atingida sem o uso de manobras contábeis.
Segundo o governo, este corte adicional tem por objetivo fazer uma "reserva" para "eventual frustração do resultado primário dos estados e municípios (previsto para R$ 47,8 bilhões neste ano)".
De acordo com o Ministério do Planejamento, o ajuste nas despesas foi orientado para redução do custeio administrativo e a preservação de programas prioritários, entre eles o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa Minha Vida e as principais áreas sociais, como Saúde, Educação e o Brasil Sem Miséria.
G1/montedo.com

Brasil gastou R$ 689 mi de adicional para militares no Haiti


RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
O governo brasileiro gastou R$ 689 milhões, em valores atualizados, apenas com adicionais salariais para os militares que servem na missão das Nações Unidas no Haiti, no período que vai do início da operação, em 2004, até dezembro de 2012.
O valor, obtido pela Folha em consultas aos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica --com base na Lei de Acesso à Informação--, era desconhecido até então e não integrava os balanços do governo nem de grupos de fiscalização de gastos federais.
Previsto em lei aprovada pelo Congresso, o adicional, que tem o nome técnico de "indenização", funciona da seguinte forma: o militar que é escolhido para participar da operação no Haiti ganha uma remuneração mensal em dólar, paga em espécie, sem prejuízo do vencimento normal que já recebe no Brasil.
Um terceiro-sargento, por exemplo, que recebe no Brasil em média R$ 2.700 líquidos, obtém mais US$ 3 mil (R$ 6.700) mensais pela missão no Haiti --há hoje 231 terceiros-sargentos atuando no país caribenho.
O valor escalonado dos adicionais foi estabelecido em 2004 por meio de lei elaborada pelo governo. As despesas com os adicionais só em 2012 (R$ 106,3 milhões), por exemplo, foram o dobro do desembolsado pelo Exército com o programa "preparo e emprego combinado das Forças Armadas".
Na justificativa enviada ao Congresso quando da aprovação da lei, o então ministro da Defesa, José Viegas, procurou relativizar o gasto, ao dizer que "o custo de uma operação de paz estará, em linhas gerais, limitado aos gastos com pagamento de pessoal no exterior e às despesas com viagens de inspeção, apoio e coordenação".
Segundo Viegas, "os demais custos" seriam "reduzidos ou cobertos pelas indenizações e reembolsos previstos na legislação da ONU para esse tipo de evento".

REEMBOLSOS
O reembolso da ONU ficou muito abaixo dos gastos reais. Em 2004, o Brasil passou a comandar a missão no Haiti como parte da estratégia do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) de buscar apoio internacional para obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU --o que até hoje não ocorreu.
Com as "indenizações", o gasto total do governo brasileiro no Haiti de 2004 a dezembro de 2012 atingiu R$ 3,04 bilhões, em valores atualizados pela inflação. No mesmo período, a ONU reembolsou o Brasil em R$ 709 milhões, em valores igualmente corrigidos. Assim, o Tesouro brasileiro desembolsou efetivamente R$ 2,33 bilhões.
Em nota à Folha, o Ministério da Defesa afirmou que os reembolsos da ONU "cobrem os custos gerados pelo emprego efetivo da tropa na missão de paz".
"Os custos referentes às fases anteriores e posteriores ao emprego da tropa (mobilização, preparo e desmobilização) são, em geral, arcados pelo país contribuinte, como no caso do Brasil", diz o texto do ministério.
Não há previsão oficial para a saída das tropas brasileiras do Haiti --hoje são 1.120 militares na missão.
Em ao menos duas ocasiões, o ministro da Defesa, Celso Amorim, já manifestou sua preocupação sobre evitar "uma zona de conforto" no Haiti. Em maio último, disse que o Brasil pretende "progressivamente deixar para o Haiti a responsabilidade por sua segurança e pela manutenção da lei e da ordem".
Indagado pela Folha sobre os benefícios da presença brasileira no Haiti, o Exército disse, em nota, que a missão "traz crescente prestígio à política externa e às Forças Armadas brasileiras, aumentando a projeção nacional no cenário mundial".
Folha de São Paulo/montedo.com

Militares do GSI e PF disputam comando da segurança para a Copa

APÓS FALHAS, PF PODE PERDER SEGURANÇA DA COPA
A Polícia Federal pode ser excluída da segurança da Copa do Mundo de 2014 após erros sequenciais na visita do Papa Francisco ao Brasil. O Planalto identificou falhas na interlocução com outros poderes e na coordenação, além de dificuldades no trato pessoal. Na despedida do pontífice na Base Aérea do Galeão, um agente da PF chegou a dar voz de prisão a suboficial das Forças Armadas, anfitriã da despedida.

INJEÇÃO DE GRANA
Policiais federais e militares, ligados ao GSI, travam cabo de guerra para comandar a segurança de grandes eventos, como a Copa.

CULPA DA PF
Secretário de Transportes do Rio, Carlos Osório disse que a Prefeitura sequer foi informada pela PF do trajeto do Papa, que pegou via errada.

SEM NOÇÃO
O Planalto reclama da falta de comando e até da postura de agentes, que sorriam para fotos ao lado do Papa e atrapalhavam o cerimonial.
DIÁRIO DO PODER/montedo.com

Comissão da (in) Verdade recebe lista de militares que combateram no Araguaia

CNV recebe lista de militares que combateram Guerrilha do Araguaia

Os nomes de cerca de 300 militares que participaram das expedições de repressão à Guerrilha do Araguaia foram encaminhados nesta terça-feira à Comissão Nacional da Verdade (CNV) pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A ideia é que a CNV ouça os militares da ativa e da reserva que participaram das ações. Os nomes também foram encaminhados à Justiça Federal que, em 2003, responsabilizou o Estado brasileiro pela busca e localização dos restos mortais dos guerrilheiros mortos.
"Isto é um trabalho realizado pela Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos que, em 2001, 2002, chegou a essa relação de nomes e, na época, chegou a ser oficiado ao Ministério da Defesa, solicitando especificar onde residiriam essas pessoas. Pelo menos com relação às pessoas que estariam na ativa ou aposentadas, o Exército teria a obrigação de saber onde se encontravam", disse à Agência Brasil o procurador da República Ivan Cláudio Marx, que acompanha o processo movido, desde 1982, por parentes dos guerrilheiros mortos e desaparecidos. Marx declarou que, na época, o ofício não teve resposta, mas que agora, pela situação atual da investigação, "a gente achou interessante solicitar que o Judiciário ouvisse essas pessoas. Também estamos indicando (os nomes) à Comissão Nacional da Verdade como de possível interesse para oitiva", completou.
De acordo com presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Marco Antônio Rodrigues Barbosa os nomes foram apurados durante os trabalhos de investigação da comissão e traz a expectativa de os depoimentos dos militares trazerem mais informações sobre o que aconteceu e contribuir nas buscas dos restos mortais dos guerrilheiros, e que tanto a CNV como o Judiciário "poderá intimá-los a depor e que isto possa trazer novas informações que ajudem a colocar luz na luta dos parentes que até hoje não tiveram a plenitude da resposta do Estado brasileiro", disse.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento político no começo da década de 1970, que surgiu para enfrentar a ditadura militar. Ela ocorreu na divisa dos Estados do Pará, Maranhão e Tocantins (à época Goiás) e foi combatida pelas Forças Armadas a partir de 1972, em quatro operações. Até hoje, dezenas de militantes que participaram da guerrilha estão desaparecidos.
Em 2009, a juíza da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, Solange Salgado, determinou que o governo federal reiniciasse as buscas na região. Em 2012, o governo promoveu, por meio do Grupo de Trabalho Araguaia, diversas expedições para localizar os restos mortais dos desaparecidos durante a guerrilha. Foram exumados oito restos mortais, localizados nos Estados do Pará e Tocantins. Os despojos estão em Brasília para análise pericial.
Ao todo, 25 restos mortais foram encontrados desde a década de 1990 na região. Eles foram levados para capital federal e encaminhados à Universidade de Brasília (UnB) para exames antropométricos - nos quais são feitas diversas medidas corporais para efeito de comparação com dados anteriores à morte - e, posteriormente, análises periciais. Dois restos mortais foram identificados: os de Maria Lúcia Petit e de Bergson Gurjão. Parentes dos desaparecidos aguardam a identificação das outras ossadas. "O fato até hoje é que não houve essa descoberta plena e essa resposta a que fazem jus os parentes. Existe a perspectiva de outras expedições que podem ser corroboradas com essas informações e necessárias porque existe uma sentença judicial e como tal ela tem que ser cumprida", disse Barbosa.
Agência Brasil/montedo.com

Nota do editor:
 "A Guerrilha do Araguaia foi um movimento político no começo da década de 1970, que surgiu para enfrentar a ditadura militar" e visava implantar uma ditadura comunista, sempre é bom lembrar.

Economia: Marinha suspende expediente às sextas-feiras

Militares da Marinha não trabalham mais às sextas-feiras

Militares da Marinha não trabalham mais às sextas-feiras
Medida é para cortar gastos | Foto: Divulgação
A Marinha do Brasil decidiu reduzir a jornada de trabalho em um dia útil para economizar, após corte orçamentário imposto pelo governo federal. Marinha, Exército, Aeronáutica e o Ministério da Defesa tiveram bloqueados R$ 3,67 bilhões por determinação da União, que quer cortar um total de R$ 28 bilhões em gastos do Orçamento de 2013. Os comandantes das três forças foram orientados a propor soluções para conter gastos, sem cortar ações consideradas essenciais ou previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo a Marinha, a partir do próximo dia 2 de agosto os militares não mais trabalharão às sextas-feiras, com exceção dos que atuam diretamente nas áreas de saúde, ensino e também com o projeto de submarino nuclear. Em caso de feriado nas sextas, a folga será no dia anterior. Além de reduzir a jornada de trabalho em um dia útil, a instituição militar brasileira determinou que as organizações internas também tomassem providências para cumprir metas financeiras, "mediante a adoção de medidas de economia pertinentes". De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a Aeronáutica estuda medida similar. No entanto, em vez de não trabalharem às sextas, os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) teriam folga às quartas. A decisão, contudo, ainda não foi formalizada.

Ministério das Comunucações: Exército pede apoio de Paulo Bernardo para interligar hospitais militares

Exército quer apoio do MiniCom para interligar hospitais militares
Ministro General MG 4153
Foto: Herivelto Batista
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o secretário-executivo interino, Genildo Lins, receberam na tarde desta sexta-feira o general Sérgio Westphalen Etchegoyen, chefe do Departamento Pessoal do Exército Brasileiro.
Acompanhado de outras autoridades do Exército, como o vice-chefe do Departamento de Pessoal, Marco Edson Gonçalves Dias, e o responsável pelo Departamento de Direitos de Saúde, Josemar Câmara Feitosa, o general demonstrou a intenção de buscar apoio do Ministério das Comunicações para interligar os hospitais militares do país. Segundo ele, a conexão entre esses centros tem potencial não só para telemedicina, mas também para a educação.
Bernardo afirmou que se trata de um projeto de suma importância para o país e ressaltou que o governo tem se empenhado em ampliar as redes de conexão em regiões desprovidas de rede de fibra óptica, como a Amazônia e as áreas de fronteiras com outros países.
Como exemplos, o ministro citou o linhão de fibra óptica interligando Manaus com Tucuruí e, futuramente, com Macapá; além do anel que sai de Brasília até a Bahia, passando no Pará e demais Estados do Nordeste. Bernardo reforçou ainda a importância estratégica do satélite que o governo vai lançar em breve, tanto para as comunicações militares quanto para o fornecimento de internet em regiões remotas.
Durante a audiência, o secretário-executivo interino do MiniCom afirmou que a proposta do Exército será analisado por uma equipe técnica do Ministério das Comunicações, que contará também com apoio da Telebras.
MiniCom/montedo.com

30 de julho de 2013

Forte Coimbra: jornada cultural nos confins do Pantanal

Sítio militar de MS fundado em 1775 é palco de jornada cultural
THIAGO ANDRADE 
“Repelir o inimigo ou sepultar-se debaixo das ruínas do forte”. A inscrição está na fachada do Forte de Coimbra e foi escrita por Ricardo Franco, tenente-coronel português que o projetou. Ele foi o comandante de um contingente de 49 anos, que resistiram durante sete dias ao ataque espanhol de 1801. Informações como essa foram oferecidas aos mais de 30 participantes da 1a Jornada Cultural no Forte de Coimbra, que aconteceu entre 26 e 28 de julho. O evento organizado pelo Comando Militar do Oeste (CMO), teve como objetivo resgatar a história e demonstrar o potencial turístico da instalação militar, localizada no Pantanal de Nabileque, a cerca de 100 quilômetros ao sul de Corumbá.
O acesso ao forte que passou por dois ataques militares – o espanhol, em 1801, e o paraguaio, em 1864 – é difícil. Quem participou da jornada enfrentou quatro horas de ônibus, indo de Campo Grande a Porto Morrinho, onde o M Parnaíba (U-17), um monitor encouraçado da Marinha do Brasil, aguardava. De navio até o forte são cinco horas de ida e sete na volta. A embarcação também tem uma longa história, iniciada em 1937 e, no ano seguinte, foi incorporado à flotilha de Mato Grosso afim de operar nos rios da planície inundável. Por isso, recebeu o apelido de “Jaú do Pantanal”. Trata-se do único navio da Marinha que participou da 2a Guerra Mundial e ainda está na ativa.
“É uma verdadeira viagem pela história e não se trata de um momento qualquer, mas de um ponto ímpar na história de Mato Grosso do Sul. O oeste brasileiro deve sua existência aos atos de Ricardo Franco”, afirma o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS), Hildebrando Campestrini, um dos convidados e palestrantes da jornada. Embora o acesso seja difícil e a estrutura seja mínima para turistas, existe a possibilidade de que o público civil visite o local. É necessário entrar em contato com o Comando Militar do Oeste para agendamentos e previsão de custos.
Mesmo que haja intempéries, o local proporciona um agradável espaço em que turismo, lazer e aventura se encontram. “Seria interessante estimular mais ações turísticas aqui no espaço. Os moradores da vila poderiam se organizar em uma rede de turismo comunitário. Também é preciso potencializar a região com atividades de observação de pássaros e outros atrativos”, aponta o jornalista Fábio Pellegrini, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Situado em uma região tipicamente pantaneira, banhada pelo Rio Paraguai, o Forte de Coimbra também tem atrativos como a gruta Ricardo Franco e trilhas em meio à vegetação praticamente intocada da região. A pesca também é um dos fortes do local.
“Meu marido é pescador e vive aqui há 25 anos. O que não falta é peixe”, aponta a moradora da vila do Forte de Coimba, Laura Pereira da Cruz, de 30 anos. Para ela, o investimento no potencial turístico da região poderia transformar o cotidiano da população, que hoje é composta de imigrantes paraguaios e bolivianos, pescadores e militares. Primeiro item tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Estado, o Forte de Coimbra também é um espaço de devoção religiosa e mitos.
Uma das maiores festas do distrito é o Dia de Nossa Senhora do Carmo, a quem se atribui o milagre que permitiu a evacuação do forte durante o ataque paraguaio, em 1964. Ainda no encerramento da jornada, uma reportagem sobre os 200 anos do forte escrita em 1975 pelo jornalista Montezuma Cruz para o Correio do Estado, foi oferecida à 3ª Companhia de Fronteira e Forte Coimbra, Companhia Portocarrero. Em três dias, os participantes foram impregnados pela história, em uma pequena aventura num local que poderia servir de cenário para os romances de Joseph Conrad. O polaco autor que situou seu trabalho mais famoso, “Coração das trevas”, em um rio africano não nomeado provavelmente ficaria estonteado com a beleza do pantanal que margeia o Rio Paraguai.
CORREIO DO ESTADO/montedo.com

PM que matou cabo do Exército foge da cadeia no Amazonas

Policial que matou ex-mulher e soldado [cabo] do exercito foge da cadeia

Fugiu do Presídio de Humaitá no Amazonas, na data provável de 28/07, o ex-Policial Militar Ezequiel Galdino Ramos que matou a ex mulher e um Cabo do Exército do 54 BIS de Humaitá ano passado no Amazonas.
Leia também:
Crime passional: PM mata cabo do Exército e ex-esposa no sul do Amazonas
A Polícia Militar do Amazonas ao fazer a contagem dos apenados do Presídio de Humaitá notaram a falta do ex-Policial Militar de Rondônia. A Justiça do Amazonas já decretou o seu mandado de prisão. A Polícia Militar do Amazonas está a procura do foragido.
Autor : RONDONIA VIP Fonte : RONDONIA VIP
portalrondônia/montedo.com

Soldado dos EUA é considerado culpado de maioria das acusações em caso WikiLeaks

Medina Roshan
Uma juíza militar dos Estados Unidos considerou nesta terça-feira o soldado Bradley Manning culpado da maioria de 21 acusações criminais, mas não de ajudar um inimigo, por ter entregado documentos ao WikiLeaks, no maior escândalo de vazamento de informações na história do país.
A juíza Denise Lind disse que Manning, acusado de divulgar mais de 700 mil arquivos secretos dos Estados Unidos ao site antissigilo, não era culpado da acusação mais grave, que acarretaria uma pena de prisão perpétua sem liberdade condicional.
O governo dos EUA estava pressionando pela pena máxima para o que é visto como uma grave violação da segurança nacional, que inclui relatórios do campos de batalha de guerras no Iraque e Afeganistão. Já ativistas antissigilo elogiaram a ação de Manning como um foco de luz sobre as operações obscuras dos Estados Unidos no exterior.
Promotores do Exército sustentaram durante o julgamento marcial que a segurança dos EUA foi prejudicada quando o site WikiLeaks publicou vídeos de um ataque realizado por um helicóptero Apache norte-americano, telegramas e detalhes secretos sobre prisioneiros detidos em Guantánamo, enviados por Manning ao site enquanto ele era um analista de inteligência no Iraque, em 2009 e 2010.
Um grupo de cerca de 30 apoiadores de Manning se reuniu do lado de fora do Fort Meade antes da leitura do veredicto.
Terra/montedo.com

Brasileiros da guerrilha estão vivos, diz comandante das Farc

Brasileiros que aderiram à guerrilha estão vivos, diz comandante das Farc
Caso de Vladimir, Marcelo e Radamés se tornou público na época porque familiares no Brasil saíram à procura deles

Por Brasil Econômico - Gilberto Nascimento
Um dos comandantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que negocia um acordo de paz com o governo colombiano em Cuba, Jesús Santrich, revelou que vários brasileiros integram as fileiras do grupo armado no país vizinho. Ele não disse quantos seriam, nem onde estão exatamente e o que fazem. Alegou questões de segurança. Mas deu uma informação importante: três jovens paulistas que aderiram à guerrilha colombiana entre 2000 e 2002 – o estudante da UFRJ, Vladimir Machado Bittar e os professores de História Antonio Marcelo Manzoni e Radamés Sebastão Pereira – estão vivos. “Não posso dar mais detalhes. Mas há brasileiros sim e não apenas estes. O que posso dizer é que os três estão vivos”.
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O Exército e a Polícia Nacional da Colômbia afirmam não ter informações sobre guerrilheiros brasileiros em seu território. O Itamaraty também não tem noticias. O caso foi investigado no Brasil pela Polícia Federal e Polícia Civil de São Paulo. Em conversas reservadas, militantes de esquerda paulistas falam sobre a presença de vários outros brasileiros nos quadros das Farc. O caso de Vladimir, Marcelo e Radamés se tornou público porque familiares saíram à procura deles. Eles mantiveram contatos com a família durante dois anos, depois não deram mais notícias. Os outros que estão na selva colombiana ainda mantêm contatos regulares com a família. Por isso, ninguém fala sobre o assunto por medo de represálias ou receio de ser monitorado por órgãos de segurança.
Estariam ainda nas selvas colombianas ao menos outros dez brasileiros. Há poucas informações sobre os esses outros brasileiros. Quatro são ex-estudantes da USP, cinco são jovens da zona leste paulistana ligados a movimentos populares e outro um militante de esquerda carioca que residia em São Paulo. Ao menos dois outros rapazes também viajariam a Colômbia para fazer parte da guerrilha, mas desistiram na última hora. Procurados, se recusaram a falar sobre o assunto.
iG/montedo.com

E assim caminha o Brasil: estagiário perde batalha contra ministro

Estagiário perde batalha contra ministro
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Montagem EV sobre fotos do Google Imagens

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu o arquivamento do procedimento (notícia crime) de iniciativa ex-estagiário do STJ Marco Paulo dos Santos contra o ministro Ari Pargendler. O processo ficou parado no gabinete de Gurgel por quase três anos.
O episódio envolvendo o agora ex-estagiário e o então presidente do STJ ocorreu no dia 19 de outubro de 2010. Segundo relato de Marco Paulo à Polícia Civil do Distrito Federal, ele aguardava sua vez de utilizar um caixa eletrônico no prédio do STJ quando foi advertido pelo ministro Pargendler, que estava usando o caixa naquela hora.
"Quer sair daqui que eu estou fazendo uma transação pessoal?" - disse o magistrado, segundo contou o rapaz à polícia. Na sequencia, o estagiário afirmou ter respondido: "Senhor, estou atrás da faixa de espera".
Ainda de acordo com a versão do ex-estagiário, o ministro retrucou exigindo que ele utilizasse outro caixa. O rapaz, então com 24 anos, respondeu dizendo que somente naquele caixa poderia fazer a operação desejada.
Ainda segundo Santos, o ministro, então, afirmou: "Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido". Em seguida, o ministro perguntou o nome do rapaz e teria arrancado o crachá do pescoço do estagiário.
Segundo o parecer do procurador-geral da República, o ministro Pargendler puxou o crachá de Marco Paulo apenas para ver o nome do estagiário.
"Pelo que se extraí das declarações do noticiante (o ex-estagiário), a conduta do magistrado de puxar o crachá em seu pescoço não teve por objetivo feri-lo ou humilhá-lo, mas apenas o de conhecer a sua identificação", afirmou Gurgel em seu parecer encaminhado na quinta-feira (25) ao STF.
Prossegue Gurgel: "Do próprio relato feito pelo noticiante não se extrai da conduta do magistrado a intenção de ofendê-lo de qualquer modo, tendo agido movido pelo sentimento de que o noticiante encontrava-se excessivamente próximo, não mantendo a distância necessária à preservação do sigilo da operação bancária que realizava".
Ainda conforme o PGR, o fato de Pargendler ter demitido o estagiário em razão do episódio "não alcança relevância penal". Apesar de haver câmeras de segurança próximas ao caixa, que poderiam ter gravado o incidente, fontes do STJ e o ofício de Gurgel indicam que as imagens não foram requisitadas,
O pedido de arquivamento feito por Gurgel ainda será analisado pelo relator do processo no Supremo, ministro Celso de Mello. Mas, como cabe ao Ministério Público promover a investigação, o arquivamento do caso é dado como certo. (Petição nº 4848).

Outros detalhes
* Marco Paulo Santos era estagiário da Coordenadoria de Pagamentos do STJ, mas, segundo ele, não reconheceu o ministro. "Só o havia visto por fotos", explicou o estudante. Ao ser confrontado pelo magistrado, disse ter respondido que estava a uma distância correta. Ele se encontrava - segundo ele - antes da linha marcada no chão para sinalizar onde começa e termina a fila.
* Diante da resposta, o ministro teria se alterado e dito: "Eu sou o ministro Ari Pargendler. Você está fora daqui, isto aqui acabou para você".
* O estudante disse que o ministro teria puxado diversas vezes seu crachá para ver seu nome. "Tive que me curvar para ele conseguir levar o crachá embora, porque ficou puxando com muita força", relatou o estudante, que disse ter continuado na fila e feito o depósito depois que o ministro foi embora.
* Ao voltar à sala onde trabalhava, recebeu a notícia de que estava demitido. O chefe de Santos disse a ele que o ministro pediu pessoalmente a demissão porque teria sido afrontado "gravemente" pelo estagiário.
* "Fui injustiçado, fiquei sem emprego", reclamou o estudante. "Acham que não, mas existe no funcionalismo público muito preconceito contra estagiários e terceirizados. Se eu fosse um advogado, tenho certeza que não me trataria daquela forma". Ele acredita que o ministro o reconheceu como estagiário porque vestia calça jeans e camisa polo, enquanto os funcionários de alto escalão costumam trajar terno.
* Inicialmente, o processo tramitou em segredo de justiça no STF. A relatora sorteada foi a então ministra Ellen Gracie, que se declarou por impedida. O novo relator sorteado, Celso de Mello, suspendeu o sigilo judicial: "A Assembleia Nacional Constituinte, em momento de feliz inspiração, repudiou o compromisso do Estado com o mistério e com o sigilo, que fora tão fortemente realçado sob a égide autoritária do regime político anterior" - escreveu o ministro. (Da base de dados do Espaço Vital - edições de 20.10.2010 e 17.12.2010).
Espaço Vital/montedo.com

Agora vai: Comissão de Ética da Presidência vai analisar uso de aviões da FAB por ministros

Nota do editor: aos leitores não familiarizados com o estilo do blog, esclareço que a manchete aí em cima é uma ironia.

Viagens suspeitas
Comissão vai analisar se houve desvio ético no uso de aviões da Força Aérea Brasileira por ministros
Casos foram distribuídos para relatores, que decidirão pela abertura de procedimento preliminar
Imagem: Ricardo Hebmuller - Montagem: montedo.com

A Comissão de Ética da Presidência da República vai analisar os casos de uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) por ministros em viagens particulares e acompanhados por parentes.
O presidente da comissão, ministro Américo Lacombe, disse nesta segunda-feira que, após receber as denúncias contra os ministros do Esporte, Aldo Rebelo, e da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, os casos foram distribuídos para relatores, que decidirão pela abertura ou não de procedimento preliminar.
Lacombe evitou comentar as denúncias e o possível desvio ético dos ministros no uso das aeronaves.
— Não posso falar sobre isso, isso depende do que for julgado, se eu falasse agora estaria pré-julgando — disse.
Rebelo usou avião da FAB para ir a Cuba com a família no carnaval deste ano. Já Garibaldi viajou de um compromisso oficial no Ceará para o Rio de Janeiro em avião oficial para assistir à final da Copa das Confederações, disputada no dia 30 de junho no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
O caso de Rebelo terá como relator o conselheiro Marcelo Alencar de Araújo e o de Garibaldi será analisado pelo conselheiro Mauro Menezes. A próxima reunião da comissão está marcada para o dia 19 de agosto.
Na sessão desta segunda-feira, a comissão decidiu arquivar o caso do ex-secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, por usar carro oficial para ir à academia.
Segundo Lacombe, Teixeira usaria o carro para ir do ministério para casa, mas o deixou na academia. Como o percurso até o local era menor que o de casa e o carro oficial não teve que esperá-lo, a comissão considerou que não houve desvio ético.
No entanto, segundo Lacombe, Teixeira levou "um puxão de orelha" pela "imprudência". Teixeira foi exonerado do ministério no começo de julho e nomeado para a função de assessor do gabinete adjunto de gestão e atendimento do gabinete pessoal da Presidência da República.
O colegiado também arquivou nesta segunda-feira o procedimento preliminar aberto contra o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, pelo acúmulo da chefia da pasta com o cargo de vice-governador de São Paulo.
AGÊNCIA BRASIL/montedo.com

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Exército assina termo, e Atlético-PR já pode demolir prédio ao lado da Arena

Notícia recuperada (1 de julho)
Rubro-Negro e Exército chegam a um acordo, e quatro blocos onde famílias dos militares moravam já podem ser demolidos
Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, em reunião (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Divulgação)
Luiz Felipe Carbonell e Mario Celso Petraglia assinam termo (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Divulgação)
Por GLOBOESPORTE.COM
Curitiba
O Atlético-PR e o Exército brasileiro assinaram um termo de entrega provisória nesta segunda-feira, e os prédios que ficam ao lado da Arena da Baixada já podem ser demolidos. O local, que era habitado por famílias de militares, está vazio desde o último fim de semana - quando os últimos moradores deixaram o prédio.
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Através do site oficial, o clube garante que, com a assinatura do termo, as obras terão um avanço significativo, inclusive com a contratação de mais operários.
Segundo o secretário municipal da Copa do Mundo em Curitiba, Reginaldo Cordeiro, a demolição pode começar já na terça-feira:
- A partir de amanhã (terça-feira), o clube já pode começar a demolir o prédio. A prioridade é um bloco que fica ao lado do estádio e precisa ser retirado para a obra evoluir - falou.
O presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, o diretor administrativo do clube, Fernando Delek, e o comandante da 5ª RM (Região Militar), Luiz Felipe Kraemer Carbonell, firmaram o acordo em reunião no Quartel General do Exército. O mandatário rubro-negro comemorou a decisão:
- É muito gratificante e estamos muito felizes. É mais uma etapa cumprida do nosso projeto. Foram longos seis anos de trabalho e persistência para que conseguíssemos essa posse. Felizmente a missão foi cumprida e podemos inicializar a demolição. Estamos com o prazo apertado, mas estamos trabalhando e daremos continuidade ao setor que estava parado dependendo disso - falou Petraglia em entrevista ao site oficial do clube.
Como contrapartida, o Atlético-PR vai construir dois prédios para as famílias dos militares. Enquanto eles não ficam prontos, o clube vai pagar 18 meses de aluguel.
Globo Esporte/montedo.com

Frio? Destacamento da FAB operou com - 14,1 graus em Santa Catarina

TRÁFEGO AÉREO – Militares da FAB trabalham a 14,1° graus negativos
Enquanto várias cidades do Sul do país ganham as páginas dos jornais com temperaturas próximas ao zero grau Celsius, os 40 militares da FAB que trabalham em Urubici, em Santa Catarina, veem seus termômetros em temperaturas bem mais baixas. Nesta quarta-feira (24/7), o Destacamento do Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) da cidade registrou uma temperatura de 14,1 graus negativos, além de neve e formação de placas de gelo. A sensação térmica estimada foi de -30°C.
Responsável por manter em operação um radar capaz de visualizar todo o espaço aéreo entre o Rio Grande do Sul e o interior de São Paulo, o DTCEA está localizado no alto do Morro da Igreja, a 1.882 metros de altitude. Todos os anos o local registra temperaturas abaixo dos 10 graus negativos, mas não nevava desde 2010. Além do frio, rajadas de vento na região podem chegar a 130 km/h.
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Localizado a 160 km de Florianópolis, o morro é considerado um local turístico para quem procura uma foto em um lugar tão frio em pleno Brasil. Mas a rotina dos militares da FAB em Urubici não parece programa de férias. Diariamente, eles percorrem mais de 60 km na pequena estrada que sobe o morro para ir trabalhar. Nessa época do ano, é necessário ainda utilizar roupas especiais sobre o uniforme. Uma equipe técnica também precisa passar a noite no local, onde precisa garantir que o radar e outros equipamentos de comunicação funcionem 24 horas por dia.
"A gente é acostumado. E é militar, não é? A missão tem que ser cumprida", diz o Suboficial Lincoln Souza da Silva, que trabalhava em Curitiba (PR) mas pediu transferência para Urubici. "É um lugar bonito. Vale a pena pela vista", conta.
Ao lado de outros quatorze Destacamentos localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, o DTCEA de Urubici é subordinado ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), de Curitiba (PR). As operações no alto do Morro da Igreja foram iniciadas em novembro de 1987. Fonte: Agência Força Aérea
FAB/montedo.com

Cocalero Evo quer criar forças armadas dos 'Povos de Nossa América'. 'Inclua-nos fora dessa!'

Evo Morales sugere formação de Forças Armadas da Alba

O presidente da Bolívia, Evo Morales, sugeriu nesta sexta-feira (26) a formação das Forças Armadas da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), com a finalidade de defender a soberania regional.
“Nossas Forças Armadas da Alba devem defender a soberania regional de qualquer intervenção imperial e assumir que uma agressão contra um de nossos povos significa uma agressão a todo o bloco”, disse o presidente boliviano.
Morales lançou a proposta durante a abertura do Seminário Internacional de Segurança e Defesa da Alba, e precisou que a missão deste Exército deve consistir em proteger a independência e a autonomia econômica da região a partir da paz e do desenvolvimento.
Para o presidente boliviano, “a soberania é independência e autonomia econômica para nossos povos, é industrialização e intercâmbio complementar, mas é também política social redistributiva”.
Evo também pediu a formação de uma doutrina com identidade estratégica comum cujos pilares sejam a unidade, a solidariedade e a complementaridade.
A Alba é integrada por Antigua y Barbuda, Bolivia, Cuba, Dominica, Equador, Nicarágua, San Vicente y Granadinas e Venezuela. Hispan TV
Vermelho/montedo.com

Comento:
Forças Armadas da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, com Bolívia, Cuba, Equador, Venezuela e congêneres. É o próprio caldeirão do inferno. Nem o Marco Aurélio 'top-top' Garcia embarcou nessa. Por enquanto.

Copa 2014: Projeto de reforma do zoológico do CIGS ainda no papel

A proposta do Exército era de fazer reformas para melhorar a estrutura existente no local, que é considerada satisfatória para os animais
Para  Sérgio Citti, o valor final da obra só poderá ser estipulado quando o projeto básico estiver pronto
Para Sérgio Citti, o valor final da obra só poderá ser estipulado quando o projeto básico estiver pronto (Márcio Silva)
JÉSSICA VASCONCELOS
O projeto de reforma do zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), previsto para ser um dos pontos de visitação durante a Copa do Mundo de 2014, não saiu do papel ainda.
Segundo o secretário-executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Sérgio Citti, a expectativa era de que a reforma fosse feita até o evento, mas isso não é uma condicionante e hoje o empreendimento está em fase de contratação da empresa que irá elaborar o projeto da reforma.
Médico da Divisão Veterinária do Cigs, o capitão Carlos Palhares Neto informou que a proposta do Exército era que fossem feitas reformas para melhorar a estrutura existente no local, que é considerada satisfatória para os animais. “O que nós queríamos é que fossem feitas melhorias na acessibilidade, na estrutura elétrica e hidráulica além de lojas de ‘souvenir’ e espaço para uma praça de alimentação para os visitantes”, explicou Carlos Palhares.
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Ideia prevê mudanças no ‘status’ do lugar
De acordo com o capitão Carlos Palhares houve uma conversa com as secretarias do Estado para que fossem feitos os investimentos, mas até o momento o Exército aguarda uma sinalização para saber se as obras serão realizadas.
Sobre o valor da obra, estimada em R$ 30 milhões, o técnico da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan), Roney Peixoto, informou que a reforma previa a reestruturação e a transformação do zoológico em um “espaço de estudos da sociobiodiversidade da região voltado para a visitação turística, pesquisa científica e intercâmbio de informações”.
Para Sérgio Citti, o valor final da obra só poderá ser estipulado quando o projeto básico estiver pronto. “O andamento do projeto está dentro do prazo”, garantiu Citti.
Para Carlos Palhares, o Ministério da Defesa não tem recursos para investir nas obras de reforma do zoológico e portanto espera-se que o Estado faça melhorias no local para que os turistas que visitem a cidade durante a Copa possam aproveitar melhor o ponto turístico.
“Não queremos a ampliação até por que não seria justo desmatar a área preservada dentro da cidade, o que se espera são as melhorias”, disse o capitão.
aCRÍTICA/montedo.com

28 de julho de 2013

Fala, Joaquim!

Joaquim Barbosa: Brasil não está preparado para um presidente negro
Presidente do STF falou com exclusividade à colunista Míriam Leitão

MÍRIAM LEITÃO
RIO - Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda há bolsões de intolerância racial não declarados no Brasil. Ele afirma não ser candidato e diz que seu nome tem aparecido com relevância em pesquisas eleitorais por causa de manifestações espontâneas da população. Segundo ele, que se define politicamente como alguém de inclinação social democrata à europeia, o Brasil precisa gastar melhor seus recursos públicos, com inúmeros setores que podem ser racionalizados ou diminuídos.


Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal
Foto: Camilla Maia / O Globo
Joaquim Barbosa, presidente do
Supremo Tribunal Federal 
Camilla Maia / O Globo
O senhor é candidato à presidente da República?
Não. Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política. Não tenho laços com qualquer partido político. São manifestações espontâneas da população onde quer que eu vá. Pessoas que pedem para que eu me candidate e isso tem se traduzido em percentual de alguma relevância em pesquisas.
As pessoas ficaram com a impressão de que o senhor não cumprimentou a presidente.
Eu não só cumprimentei como conversei longamente com a presidente. Eu estava o tempo todo com ela.

O Brasil está preparado para um presidente da República negro?
Não. Porque acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes e não declarados no Brasil. No momento em que um candidato negro se apresente, esses bolsões se insurgirão de maneira violenta contra esse candidato. Já há sinais disso na mídia. As investidas da “Folha de S.Paulo” contra mim já são um sinal. A “Folha de S.Paulo” expôs meu filho, numa entrevista de emprego. No domingo passado, houve uma violação brutal da minha privacidade. O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel modesto nos Estados Unidos. Tirei dinheiro da minha conta bancária, enviei o dinheiro por meios legais, previstos na legislação, declarei a compra no Imposto de Renda. Não vejo a mesma exposição da vida privada de pessoas altamente suspeitas da prática de crime.

Como pessoa pública, o senhor não está exposto a todo tipo de pergunta e dúvida dos jornalistas?
Há milhares de pessoas públicas no Brasil. No entanto os jornais não saem por aí expondo a vida privada dessas pessoas públicas. Pegue os últimos dez presidentes do Supremo Tribunal Federal e compare. É um erro achar que um jornal pode tudo. Os jornais e jornalistas têm limites. São esses limites que vêm sendo ultrapassados por força desse temor de que eu eventualmente me torne candidato.

Que partido representa mais o seu pensamento?
Eu sou um homem seguramente de inclinação social democrata à europeia.

Como ampliar o Estado para garantir direitos de quem esteve marginalizado, mas, ao mesmo tempo, controlar o controle do gasto público para manter a inflação baixa?
O primeiro passo é gastar bem. Saber gastar bem. O Brasil gasta muito mal. Quem conhece a máquina pública brasileira, sabe que há inúmeros setores que podem ser racionalizados, podem ser diminuídos.
O senhor disse que o Brasil está numa crise de representação política. O que quis dizer com isso?
Ela se traduz nessa insatisfação generalizada que nós assistimos nesses dois meses. Falta honestidade em pessoas com responsabilidade de vir a público e dizer que as coisas não estão funcionando.

Quando serão analisados os recursos dos réus do mensalão?
Dia primeiro de agosto eu vou anunciar a data precisa.

Eles serão presos?
Estou impedido de falar. Nos últimos meses, venho sendo objeto de ataques também por parte de uma mídia subterrânea, inclusive blogs anônimos. Só faço um alerta: a Constituição brasileira proíbe o anonimato, eu teria meios de, no momento devido, através do Judiciário, identificar quem são essas pessoas e quem as financia. Eu me permito o direito de aguardar o momento oportuno para desmascarar esses bandidos.

Por que o senhor tem uma relação tensa com a imprensa? O senhor chegou a falar para um jornalista que ele estava chafurdando no lixo.
É um personagem menor, não vale a pena, mas quando disse isso eu tinha em mente várias coisas que acho inaceitáveis. Por que eu vou levar a sério o trabalho de um jornalista que se encontra num conflito de interesses lá no Tribunal. Todos nós somos titulares de direitos, nenhum é de direitos absolutos, inclusive os jornalistas. Afora isso tenho relações fraternas, inúmeras com jornalistas.

A primeira vez que conversamos foi sobre ações afirmativas. Nem havia ainda as cotas. Hoje, o que se tem é que as cotas foram aprovadas por unanimidade pelo Supremo. O Brasil avançou?
Avançou. Inclusive, entre as inúmeras decisões progressistas que o Supremo tomou essa foi a que mais me surpreendeu. Eu jamais imaginei que tivéssemos uma decisão unânime.

Nos votos, vários ministros reconheceram a existência do racismo.
O que foi dito naquela sessão foi um momento único na história do Brasil. Ali estava o Estado reconhecendo aquilo que muita gente no Brasil ainda se recusa a reconhecer, e a ver o racismo nos diversos aspectos da vida brasileira.

Os negros são uma força emergente. Antes, faziam sucesso só nas artes e no futebol, mas, agora, eles estão se preparando para chegar nos postos de comando e sucesso em todas as áreas. Como a sociedade brasileira vai reagir?
Ainda não vejo essa ascensão dos negros como algo muito significativo. Há muito caminho pela frente. Ainda há setores em que os negros são completamente excluídos.

Como o Brasil supera isso?
Discutindo abertamente o problema. Não vejo nos meios de comunicação brasileiros uma discussão consistente e regular sobre essas questões.

Como superar a desigualdade racial, mantendo o que de melhor temos?
O que de melhor nós temos é a convivência amistosa superficial, mas, no momento em que o negro aspira a uma posição de comando, a intolerância aparece.

Como o senhor sentiu no carnaval tantas pessoas com a máscara do seu rosto?
Foi simpático, mas, nas estruturas sociais brasileiras, isso não traz mudanças. Reforça certos clichês.

Reforça? Por quê
Carnaval, samba, futebol. Os brasileiros se sentem confortáveis em associar os negros a essas atividades, mas há uma parcela, espero que pequena da sociedade, que não se sente confortável com um negro em outras posições.

O senhor foi discriminado no Itamaraty?
Discriminado eu sempre fui em todos os trabalhos, do momento em que comecei a galgar escalões. Nunca dei bola. Aprendi a conviver com isso e superar. O Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil.

O senhor não passou no concurso?
Passei nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou. Todos.
O Globo/montedo.com