21 de agosto de 2013

Promotoria militar pede 60 anos de prisão para Manning

Bradley Manning
A promotoria militar dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira que o soldado Bradley Manning cumpra pelo menos 60 anos de prisão por ter vazado arquivos confidenciais ao site Wikilieaks.
O promotor, capitão Joe Morrow, fez um apelo à juíza militar, coronel Denise Lind, para que aplique uma pena severa, "de forma a dar um recado a qualquer soldado que esteja pensando em divulgar informações secretas".
O ex-analista de inteligência júnior, de 25 anos, é acusado de espionagem e fraude eletrônica e pode passar mais de um século na cadeia.
A juíza Lind conduz o julgamento em Fort Meade - uma base militar nos arredores de Washington - e decidirá quanto tempo o jovem, que já pediu desculpas, deverá ficar preso.
Morrow rejeitou os argumentos da defesa, que alegou que Manning foi ingênuo, mas bem intencionado, ao expor os abusos de conduta dos Estados Unidos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
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Ao contrário, o promotor disse que os vazamentos são "destrutivos" e afirmou que Manning é um "espião determinado que explorou um sistema imperfeito".
"Devemos nos assegurar de que nunca mais assistiremos este circo", destacou o promotor, convencido de que a "traição" do soldado havia danificado as relações diplomáticas dos Estados Unidos.
O jovem militar reconheceu ter entregado 700.000 documentos confidenciais ao site WikiLeaks. Ele se declarou culpado de cerca de dez acusações, que podem valer uma condenação de 20 anos de prisão, mas a juíza Lind o considerou culpado de fatos de espionagem e fraude.
O advogado de Manning, David Coombs, criticou o governo por considerar que "quer que apodreça na prisão" e que "só se interessa pelo castigo" e não pela reinserção de um acusado "jovem", "humanista", "muito inteligente", "ingênuo, certamente, mas bem intencionado".
Considerando sua juventude, sua "saúde emocional" e "a pureza de suas intenções", o advogado pediu à juíza que castigue seu cliente, mas com uma pena que dê a ele a "possibilidade de viver (...), talvez de encontrar o amor, de se casar, de ter filhos e de vê-los crescer".
Enquanto o advogado de defesa se esforçou para convencer que "o impacto a longo prazo" da fuga era limitado e que "diversos países já a tinham esquecido", o promotor militar insistiu no aspecto "destrutivo" do comportamento de Manning, que havia escolhido "conscientemente" ser analista de inteligência no Iraque e "abusado de sua posição de confiança".
Após dois meses e meio de julgamento em uma corte marcial, a juíza Denise Lind vai se retirar para deliberar ao meio-dia de terça-feira. AFP
Terra/montedo.com