9 de novembro de 2014

Sisfron pretende contar com apoio de inteligência das Forças Armadas paraguaia e boliviana

Em coletiva, CMO explica funcionamento do Sisfron e revela que ainda não conta com colaboração de países vizinhos 

Marcelo Varela
Coletiva de imprensa no Centro de Operação do Comando Militar do Oeste explica funcionamento do Sisfron
Coletiva de imprensa no Centro de Operação do Comando Militar do Oeste explica funcionamento do Sisfron
(Foto: Victor Chileno)

Campo Grande (MS) - O Comando Militar do Oeste (CMO) realizou fim da manhã desta sexta-feira (7) uma coletiva de imprensa dentro do Centro de Operações, onde detalhou o funcionamento de implantação e funcionamento do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que é um dos principais Projetos Estratégicos da Força Terrestre. O Comando Militar do Oeste é responsável por ações e atividades táticas militares desde Guaporé no Estado do Mato Grosso até Mundo Novo em Mato Grosso do Sul. 
Questionado pelo Diário Digital, o general Juarez Aparecido de Paula Cunha, comandante do CMO, sobre o relacionamento entre países vizinhos como Paraguai e Bolívia, dentro do Sisfron, o mesmo informou que o sistema ainda não abrange esses países vizinhos, mas que demandará um esforço coletivo e atividade política para se integrar com países vizinhos como Paraguai e Bolívia. 
"O Sisfron é basicamente um projeto para levantamento de dados de inteligência, que serão processados para se chegar a um conhecimento mais apurado da região de fronteira. Como nos vamos atuar no outro lado? O atuar do outo lado, e essa integração com países amigos, é fundamental. Particularmente sobre o Sisfron ainda não temos, enquanto Exército, mas a ideia é que isso ainda deva acontecer. Não adianta nós montarmos um sistema enorme como o Sisfron, se do outro lado da rua existem lá uma infinidade de armazéns vendendo armas da maneira como é. Estamos solicitando uma atividade de nível político, com Paraguai, para que possamos fazer contato com nosso correspondente do outro lado. Se conseguirmos trabalhar juntos com as autoridades paraguaias, aí muita coisa vai ficar simplificada. Mas é um detalhe importantíssimo, que nós temos que buscar uma solução para isso”, explicou o general Juarez. 
 Conforme o CMO, a concepção geral e o planejamento inicial do Sistema constam do seu Projeto Básico, elaborado em 2010 e 2011. O Projeto-Piloto do Sistema foi implantado na área da 4a Brigada de Cavalaria Mecanizada (4a Bda Cav Mec), sediada em Dourados. Essa Brigada, subordinada ao Comando Militar do Oeste, possui a maioria de suas Unidades desdobradas na faixa de fronteira com o Paraguai, compreendendo uma frente de mais de 600 km no Estado do Mato Grosso do Sul. 
Os meios de sensoriamento do Sisfron serão desdobrados ao longo dos 16.886 quilômetros da faixa de fronteira, monitorando uma área de aproximadamente 27% do território nacional, o que potencializará o emprego das organizações subordinadas aos Comandos Militares da Amazônia, do Oeste e do Sul.
DIÁRIO DIGITAL/montedo.com