11 de dezembro de 2014

General quatro estrelas da ativa diz que relatório da Comissão da Verdade é 'leviano'.

General critica inclusão do pai em lista da Comissão da Verdade
Leo Guedes Etchegoyen, já morto, é acusado de violações durante ditadura.
Na nota, família diz que afirmações sobre o general são levianas.
General Etchegoyen (Foto: Sargento Fabro/EASA)
Do G1, em São Paulo
A família do general Leo Guedes Etchegoyen, morto em 2003, protestou contra a inclusão do nome dele na lista de 377 agentes do Estado considerados responsáveis por crimes na época da ditadura. Em nota, a família do militar afirmou que as conclusões da Comissão Nacional da Verdade, divulgadas nesta quarta (10), têm o propósito de "puramente denegrir".
O texto é assinado pela viúva de Etchegoyen e cinco filhos, entre eles Sergio Westphalen Etchegoyen, general da ativa do Exército brasileiro.
A comissão é criticada na nota por não ter contactado a família a respeito das acusações.
"Ao apresentar seu nome, acompanhado de apenas três das muitas funções que desempenhou a serviço do Brasil, sem qualquer vinculação a fatos ou vítimas, os integrantes da CNV deixaram clara a natureza leviana de suas investigações."

Funções desempenhadas
O G1 entrou em contato com o general Sergio Westphalen Etchegoyen para saber se houve reação dentro das Forças Armadas quanto ao seu posicionamento público, mas ainda não obteve resposta.
Na lista divulgada pela comissão, é citado funções desempenhadas por Leo Guedes Etchegoyen: "General de brigada. Secretário de Estado de Segurança Pública do Rio Grande do Sul de novembro de 1964 a fevereiro de 1965. Foi chefe do Estado-Maior do II Exército de agosto de 1979 a julho de 1981. Assumiu a chefia do Estado-Maior do III Exército em agosto de 1982".

Leia abaixo a nota assinada pela família do general Etchegoyen:
A comissão nacional da verdade (CNV) divulgou ontem seu relatório final, onde relaciona 377 nomes sob a qualificação de "autores de graves violações de direitos humanos". Nela consta o nome de Leo Guedes Etchegoyen.
Sobre o fato, nós, viúva e filhos, manifestamos a nossa opinião.
Jamais fomos contatados por qualquer integrante ou representante daquela comissão, nem o Exército recebeu qualquer solicitação de informações ou documentos acerca de Leo G. Etchegoyen.
Ao apresentar seu nome, acompanhado de apenas três das muitas funções que desempenhou a serviço do Brasil, sem qualquer vinculação a fatos ou vítimas, os integrantes da CNV deixaram clara a natureza leviana de suas investigações e explicitaram o propósito de seu trabalho, qual seja o de puramente denegrir.
Ao investirem contra um cidadão já falecido, sem qualquer possibilidade de defesa, instituíram a covardia como norma e a perversidade como técnica acusatória.
No seu patético esforço para reescrever a história, a CNV apontou um culpado para um crime que não identifica, sem qualquer respeito aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
Leo Guedes Etchegoyen representa a segunda geração de uma família de generais que serve o Brasil, com retidão e patriotismo, há 96 anos.
Seguiremos defendendo sua honrada memória e responsabilizando os levianos que a atacarem.
Porto Alegre, RS , 11 de dezembro de 2014
Lucia Westphalen Etchegoyen, viúva
Sergio Westphalen Etchegoyen, filho
Maria Lucia Etchegoyen Orlandi, filha
Alcides Luiz Westphalen Etchegoyen, filho
Marcos Westphalen Etchegoyen, filho
Roberto Westphalen Etchegoyen, filho