Troca de tiros aconteceu de madrugada depois de manifestação fechar Linha Amarela
Manifestantes bloquearam pistas da Linha Amarela na altura da Vila do João na noite de segunda-feira (Foto da leitora Alcineia Silva / Eu-Repórter) |
ANTÔNIO WERNECK
RIO - No mesmo dia em que o governador Luiz Fernando Pezão revelou que a Polícia Militar assumirá o policiamento da Maré em julho, substituindo militares das Forças Armadas, o Exército informou na tarde desta terça-feira que duas pessoas morreram e três militares ficaram feridos, dois deles atingidos de raspão, no mais violento confronto do ano envolvendo a Força de Pacificação e traficantes no Complexo da Maré. A intensa troca de tiros aconteceu depois de uma manifestação que começou pacífica na noite de segunda-feira e terminou na madrugada desta terça com violência, o fechamento da Linha Amarela e fogo em pneus, lixeiras e em um veículo.
A Polícia Militar vai entrar na comunidade até o fim de junho, para a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), com a presença de dois mil homens.
Segundo o coronel Costa Neto, chefe da assessoria da Força de Pacificação da Maré, militares que estavam em patrulhamento no interior da Maré foram surpreendidos por um grupo de homens que estavam em motocicletas e atiraram contra a tropa. Houve reação e troca de tiros. Três militares ficaram feridos: um atingido por estilhaços e dois de raspão. Dois homens ainda não identificados foram baleados e socorridos para hospitais da região por populares.
— Dois homens foram alvejados, socorridos, mas morreram no hospital — disse o coronel.
O Exército revelou que a manifestação começou por volta das 19h de segunda-feira, com cerca de cem pessoas e, em princípio, tinha por objetivo protestar contra a política de pacificação. Segundo o coronel, o protesto prosseguiu, pacificamente, por aproximadamente duas horas:
— No entanto, após grande parte da população retornar aos seus lares, a situação evoluiu e, a partir das 21h30m baderneiros e apops (agentes perturbadores da Ordem Pública) na Linha Amarela começaram a enfrentar a Polícia de Vias Especiais e militares da Força de Pacificação, realizando disparos contra as tropas, lançando pedras e rojões.
A Força de Pacificação atua desde abril de 2014, em regime de dedicação exclusiva, para garantir a lei e a ordem (GLO) nas comunidades do Complexo da Maré. Ao todo são cerca de três mil homens: 2.450 do Exército, 570 da Marinha e 200 PMs.
O Globo/montedo.com