Quadrilha repassava o material para ladrões de caixas eletrônicos da região.
Penas variam de 9 a 13 anos de reclusão, segundo o Ministério Público.
Munições exclusivas do Exército desviadas pelos ex-militares de Campinas (Foto: Reprodução/ EPTV) |
Do G1 Campinas e Região
O Ministério Público de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (25) que dois ex-militares de Campinas (SP) foram condenados pela Justiça. Eles são acusados de integrar uma quadrilha especializada em desviar armas, acessórios e munições das Forças Armadas e fornecer os equipamentos para ladrões de caixas eletrônicos e traficantes de drogas da região. A pena do ex-sargento é de 13 anos de prisão e a do ex-soldado, 9 anos. No entanto, a decisão ainda cabe recurso.
A denúncia foi feita em março de 2014 pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Campinas, após investigações realizadas pelo MP em conjunto com o Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (Deic) da Polícia Civil.
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Mensagens de texto
Na época, o sargento Ivan Carlos da Silva e o soldado Geraldo Júnior Rangel dos Santos eram militares do 28º Batalhão de Infantaria Leve em Campinas. Depois da prisão, os dois foram expulsos. A quadrilha desviou mais de 700 munições de calibre 7.62 mm, de uso exclusivo do Exército, além de armas e explosivos. O ex-sargento mandava mensagens de texto pelo celular durante as negociações. As ligações foram interceptadas com autorização da Justiça.
Segundo o MP, o esquema começou a ser desvendado com a prisão em flagrante de um dos acusados, em fevereiro de 2013, quando ele se preparava para explodir caixas eletrônicos. Ele e outro denunciado negociavam com os dois integrantes do Exército a compra de armas, munições e artefatos explosivos pertencentes às Forças Armadas.
Mais prisões
Além dos ex-militares, dois ladrões de bancos foram condenados a 12 e 10 anos de prisão. O ex-soldado conseguiu um habeas corpus e pode responder em liberdade. Os outros envolvidos não têm esse direito.
O advogado Samuel Pacheco, que representa o ex-soldado, disse vai recorrer. Já o representante do ex-sargento não foi encontrado para falar sobre o caso.
G1/montedo.com