Fábio Pereira Ribeiro*
Muitos de nossos verdadeiros heróis ainda resistem bravamente em nosso Brasil. Nossos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ainda nos enchem de orgulho e honra. 70 anos atrás, no dia 21 de fevereiro de 1945 a FEB mostrava ao mundo o valor do soldado brasileiro em lutar contra o mal, em acabar com domínio alemão na Itália. Depois de três investidas, desde 24 de novembro de 1944, a FEB tomou por completo Monte Castelo na Itália. Sob domínio nazista, os brasileiros literalmente “botaram para correr” o mal. Hitler começou a sentir a força do pracinha brasileiro.
A FEB apresentava a realidade do povo brasileiro. Com muita humildade, miscigenação, cultura, alegria, vontade e principalmente paixão, o soldado brasileiro apresentou o seu vigor com todas as deficiências e fraquezas de infra-estrutura que a Força Brasileira tinha. Sob o comando do Quinto Exército Americano, a FEB soube transpassar os problemas e apresentar um nível de eficiência que muitos exércitos não conseguiram demonstrar nos teatros de combate na Europa.
No dia 21 de fevereiro de 1945 o fogo brasileiro apertou o peito e mostrou ao mundo que o Brasil era mais forte. A clava da justiça e das Forças Armadas do Brasil se consolidavam na tragédia da guerra mundial. É com orgulho que devemos prestar homenagens e honras aos nossos pracinhas. O Brasil contribuiu para o mundo em uma verdadeira luta contra o mal, e lembrar a história de nossos pracinhas nada mais é do que lembrar que o mal sempre deve ser combatido com intensidade e que a paz deve ser soberana sempre!
A tropa era formada pelo IV Corpo do V Exército dos Estados Unidos e estava sob o comando do General Willis D. Crittenberger. Mais de 20 mil soldados alemães foram capturados pelos soldados brasileiros no decorrer de toda participação da FEB na Segunda Grande Guerra Mundial.
Uma das grandes características da FEB na Itália era o grande respeito que os pracinhas tinham com todos os oponentes e também com a população local. A FEB sempre foi reconhecida pela sua cordialidade, característica do povo brasileiro.
Nós brasileiros não devemos esquecer de nossos pracinhas, tampouco da tragédia da Guerra Mundial. Devemos pensar o quanto nossos soldados deram suas vidas para acabar com o mal. Nossos verdadeiros heróis da FEB formam o orgulho do povo brasileiro.
Parabéns Força Expedicionária Brasileira!
“Canção do Expedicionário”
- Letra: Guilherme De Almeida/música: Spartaco Rossi
Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
E de uma Pátria que eu tenho
No bojo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreiro,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacaranda,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz !
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
* Diretor da RM Law & Business School
EXAME/montedo.com