Visando evitar os problemas ocorridos em Londres, quando empresa contratada não conseguiu cumprir obrigações, Governo Federal decide assumir proteção aos Jogos
Segurança dos Jogos de Londres precisou de auxílio de última hora do governo (Foto: EFE) |
Flávio Dilascio
Rio de Janeiro
A alguns dias do início dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a empresa contratada para fazer a segurança do evento pediu ajuda ao Governo Britânico, alegando que não teria condições de garantir a paz durante as competições. Em caráter de emergência, 3,5 mil soldados do Reino Unido foram destacados para fazer a segurança dos Jogos, o que foi destacado pela imprensa internacional como o maior "mico" da última edição das Olimpíadas. Respaldado pelo episódio, o Governo Federal resolveu assumir a responsabilidade da segurança da Rio 2016. Com isso, o evento será majoritariamente vigiado por policiais militares e por integrantes das forças armadas brasileiras. A informação foi confirmada pelo secretário-executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, que participou de um encontro com a comissão de coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), no Rio, nesta segunda-feira.
- O Governo Federal ficará encarregado da segurança dentro dos equipamentos esportivos, instalação de equipamentos raios-X, detectores de metal e com os cuidados das instalações. A ideia é aproveitar ao máximo as forças públicas, não só para reduzir os custos, como para evitar os problemas que aconteceram em Londres. É possível que usemos tanto militares da ativa como policiais aposentados. Podemos também fazer pagamentos extras. Evitaremos ao máximo usar segurança privada. Esse desenho todo vai para mesa em breve. Demos apenas um primeiro passo do planejamento - afirmou Leyser.
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A decisão de a segurança da Rio 2016 ficar a cargo do Governo Federal foi tomada na última sexta-feira, em reunião em Brasília. No mesmo encontro, ficou determinado que a União também assumirá a compra de equipamentos esportivos e ficará responsável pelo fornecimento de energia dos Jogos. Segundo Ricardo Leyser, ainda não foi definido o tipo de policiamento que será feito dentro dos estádios e equipamentos olímpicos.
- Não necessariamente o policial trabalhará armado. Vamos escolher a melhor técnica. Temos que falar com o Ministério da Justiça e o Ministério da Defesa para planejar isso - complementou o secretário-executivo do Ministério do Esporte.
Questionado sobre o fato de a União passar a acumular mais uma despesa para a Rio 2016, Leyser ponderou, lembrando que a iniciativa privada assumiu alguns projetos que seriam financiados inicialmente com dinheiro público.
- O Parque Olímpico era para ser todo financiado com dinheiro público, mas conseguimos injetar R$ 1 bilhão da iniciativa privada via PPP. No próprio IBC, o comitê organizador tá assumindo algumas coisas que seriam do Governo. Estamos trabalhando dentro do teto de R$ 770 milhões aproximadamente. Acreditamos que o orçamento está equilibrado e não será afetado - finalizou.
Globo Esporte/montedo.com