13 de julho de 2015

Atlético PR dá calote no Exército e não constrói PNR em troca de terreno para ampliação da Arena da Baixada

Exército executa carta fiança e Atlético terá de pagar R$ 9 milhões a banco
Dívida é referente a terreno vizinho à Arena. Clube havia se comprometido a construir dois edifícios para os militares em troca da área, mas desistiu da obra no meio do ano passado
Placa informa a obra que o Atlético deveria bancar ao Exército em troca de terreno vizinho à Arena: acordo não foi cumprido. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Placa informa a obra que o Atlético deveria bancar ao Exército em troca de terreno vizinho à Arena: acordo não foi cumprido.
Robson Martins
O Exército executou no início dessa semana a carta fiança referente à construção não realizada pelo Atlético dos dois edifícios no bairro Bacacheri. A obra seria a contrapartida do Furacão pelo terreno cedido pelos militares para a ampliação da Arena da Baixada para a Copa do Mundo. Com a medida, o Exército recebeu cerca de R$ 9 milhões do Banco Itaú. Valor que então deverá ser pago pelo clube para a instituição financeira.
Com a obra parada desde a metade do ano passado, a construção dos dois edifícios ficará a cargo do Exército e deve levar mais dois anos para ser finalizada. Enquanto isso, o Atlético seguirá responsável por pagar o aluguel de quem foi desalojado pelo acordo entre os militares e o clube.
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Entenda o caso
Há cerca de 10 meses, diante da paralisação da obra prometidas pelo Atlético, o Exército abriu um processo administrativo interno para que o clube completasse o empreendimento (os dois edifícios), que tinha um custo inicial de R$ 7,2 milhões, ou para que a carta fiança fosse executada. O Furacão entrou na Justiça pedindo mais tempo para explicar a paralisação. Foi atendido.
Em março deste ano, o Rubro-Negro fez uma proposta para apenas pagar o valor devido à instituição e não ter de continuar a obra. A oferta não foi aceita por dois motivos. “Não aceitamos a proposta. Primeiro porque o Atlético só se dispunha a pagar mais um ano de aluguel em vez de dois e não será possível concluir a obra nesse período”, explica o coronel Roberto Alexandre Eickhoff, chefe do Estado Maior da 5ª Região Militar. “Em segundo lugar, porque isso concretizaria um novo contrato. Se o Atlético novamente não honrasse o compromisso, um novo processo administrativo teria de ser aberto e poderia atrasar por mais 10 meses a obra”, acrescenta.
Diante desse cenário, o Exército preferiu executar a carta fiança e o valor foi depositado em menos de 48 horas pelo banco.
Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, em reunião (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Divulgação)
Julho de 2013: o general Luiz Felipe Carbonell e Mario Celso Petraglia, então presidente do Atlético -PR, assinam termo (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Divulgação)
Outro lado
O advogado do Atlético, Luiz Fernando Pereira, garantiu que o clube irá pagar a dívida citada com o banco. “Agora o Atlético vai esperar que o Exército faça a obra com o valor da carta fiança”, declarou.
Já os aluguéis nos dois próximos anos o clube não garante que irá continuar pagando. “Isso ainda não está definido. Vamos analisar nesse contexto”, disse Pereira, alegando que esse é um assunto discutível. Se o Furacão não pagar, o Exército poderá entrar na Justiça para tentar receber esse valor.
GAZETA DO POVO/montedo.com