30 de agosto de 2015

Conflito agrário no MS: após morte de indígena, Exército se prepara para intervir

Após morte, governo apela e Exército vai intervir em área de conflito

Thiago de Souza
O governo Federal, por meio do Ministério da Defesa, determinou, neste sábado (29), o envio de tropas do Exército Brasileiro para fazendas na região de Antônio João, município distante 279 quilômetros de Campo Grande. O clima no local é tenso devido a disputa por terras entre indígenas e produtores rurais. Neste sábado, os fazendeiros retomaram uma das propriedades invadidas e na ação, um índio foi encontrado morto, segundo o DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Os militares já estão sendo mobilizados e devem chegar a região neste domingo (30).
A intervenção de tropas federais no Estado é um pedido do governo do Estado, feito pela secretaria de Governo e de Segurança Pública, por meio das bancadas na Câmara e no Senado. O contato com o ministro da Defesa Jacques Wagner foi feito pelo senador Delcídio do Amaral, na tarde deste sábado (29). O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo também foi consultado sobre o assunto.
Diante do clima de tensão instalado no local, e ser uma região de fronteira, o ministro da Defesa determinou a convocação do exército para garantir a lei e a ordem nas propriedades rurais e na região como um todo.

Segurança reforçada
Na noite deste sábado (29), mais 30 homens da Força Nacional de Segurança chegaram a Dourados, vindos de Brasília para atuar na região. O objetivo é evitar um possível confronto entre índios e produtores rurais por conta da disputa por terras.
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Equipe do Exército já está na cidade e vai montar base em fazenda. (Foto: Marcos Ermínio) Viviane Oliveira e Antonio Marques, enviado especial a Antônio João

Equipe do Exército do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada de Bela Vista já está na região de Antônio João, distante 279 quilômetros de Campo Grande. O capitão acompanhado de três soldados foi até uma das propriedades rurais ocupadas conversar com o comandante da Força Nacional para saber onde será montada a base dos militares.
Até o momento, tudo indica que as barracas serão montadas na Fazenda Fronteira. O número de militares que foram enviados para o local ainda não foi divulgado.
O Governo Federal determinou o envio de tropas do Exército Brasileiro para as fazendas na região, depois que os fazendeiros conseguiram reaver duas das seis propriedades retomadas pelos indígenas. Durante o confronto, o indígena Kaiowá Guarani Semião Fernandes Vilhalva, 24 anos, foi encontrado morto com tiro na cabeça.
Por enquanto, quatro caminhonetes da Força Nacional e uma do Exército estão na região. Nesta manhã, equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e Força Nacional escoltam os produtores rurais nas sedes das fazendas Barra e Fronteira. Uma equipe do Exército já está na região.
Segundo o DOF, na Fazenda Barra estão 13 pessoas escoltadas por uma equipe deles. Na Fazenda Fronteira, são quatro produtores rurais que estão sob a guarda de policiais da Força Nacional. Os índios estão espalhados na região, próximo das estradas. As sedes das Fazendas Piquiri, Cedro, primavera e Brasil continuam ocupadas pelos indígenas. Hoje, por volta das 8h40, duas viaturas do DOF levaram mantimentos até as propriedades.