26 de janeiro de 2016

Guerra contra o mosquito: 220 mil homens das Forças Armadas irão ás ruas em 13 de fevereiro

Ministro da Saúde diz que governo planeja atuar com 220 mil homens
LETICIA FERNANDES
BRASÍLIA — O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou que, no dia 13 de fevereiro, cerca de 220 mil homens das Forças Armadas sairão às ruas em todo o país para orientar os moradores sobre a prevenção ao Aedes aegypti, mosquito transmissor dos vírus causadores de dengue, zika e chikungunya. O governo vai distribuir ainda repelentes para 400 mil grávidas beneficiárias do Bolsa Família. Na quarta-feira, o ministro se encontrará com um fabricante de repelentes para ver a quantidade necessária e viabilidade do negócio.
— Estamos planejando colocar 220 mil homens das Forças Armadas, num dia determinado, que deverá ser 13 de fevereiro, para visitar casa por casa do Brasil distribuindo panfletos e orientando pessoas, porque temos a consciência exata que só seremos vitoriosos nessa luta se contarmos com a contribuição das pessoas. Se a população não chamar para si, uma das crises maiores de saúde pública já vivida em qualquer tempo no Brasil, nós não seremos vitoriosos — afirmou Castro.
O ministro participou de uma renião com a presidente Dilma Rousseff e um grupo de ministros do governo. Mais cedo, antes do encontro, o ministro havia afirmado que o Brasil estava 'perdendo feio' a batalha contra o Aedes.
Segundo Castro, houve uma "contemporização" do Aedes aegypti. Apesar de deixar claro que seu objetivo não era "culpar ninguém", ele lembrou que o Brasil já convive com o mosquito há 30 anos. Ele disse também que Dilma está "tão ou mais preocupada" do que ele com a epidemia de microcefalia que atinge o país e "completamente envolvida" no combate à doença. Castro descreveu como "gravíssima" a situação no país.
— Temos 30 anos de convivência com o mosquito do Aedes aegypti. Sem querer culpar ninguém, houve uma certa contemporização do mosquito. Mas agora a situação é completamente diferente, porque além da dengue, o mosquito está transmitindo a chicungunha e a zika. Não estou condenando ninguém, o fato é que o mosquito está convivendo conosco esse tempo todo. E agora não podemos perder a batalha — disse o ministro, negando que tenha levado qualquer puxão de orelha de Dilma.
Castro disse ainda que a presidente vai visitar, nesta sexta-feira, a Sala Nacional de Coordenação e Controle do Plano de Enfrentamento e Combate à Microcefalia para participar de uma videoconferência com todos os governadores do país, que estarão nas salas estaduais, para discutir estratégias de ofensiva contra o mosquito, que Marcelo Castro chamou de "inimigo número 1 do país".
— É uma ação muito difícil, porque tem aproximadamente 30 anos que o mosquito habita o Brasil e não conseguimos eliminá-lo. Ele existe em mais de 100 países do mundo e não conseguimos eliminá-lo, mas não podemos perder essa batalha —afirmou o ministro.
Castro destacou que, como não existe vacina contra as doenças, a única forma de combater a epidemia é eliminando o mosquito. Ele citou cidades que foram bem sucedidas nessa luta e afirmou que pretende estender para todo o país um programa implementado em Goiás pelo governador Marconi Perillo (PSDB), que monitora em tempo real o trabalho dos agentes de saúde pública.
O Globo/montedo.com