5 de fevereiro de 2016

Preso suspeito de assassinar cabo do Exército no RJ

Polícia prende suspeito de assassinar cabo do Exército e ex-militar no Chapadão
Luiz Henrique Santos foi encontrado pelos agentes baleado no Hospital municipal Salgado Filho

RAFAEL NASCIMENTO
RIO — Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) da capital prenderam um dos suspeitos de envolvimento no assassinato do cabo do Exército Jorge Fernando de Souza e o ex-militar Cleiton Felipe Massena, no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte. Identificado como Luiz Henrique Santos, cujo apelido é Tilé, de 25 anos, ele foi encontrado baleado na tarde desta quarta-feira, no Hospital municipal Salgado Filho, no Méier. A informação da prisão foi confirmada pelo titular da especializada Fábio Cardoso.
Segundo a DH, Luiz foi indiciado em investigações da Polícia Civil pelo homicídio das duas vítimas. Não há informações sobre como o suspeito foi ferido antes de ser internado no hospital. Após o rapaz dar entrada, unidade repassou a informação para a especializada.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Cardoso informou que, com o apoio da Core, policiais realizaram diligências no Complexo do Chapadão nesta quinta-feira. No alto da comunidade, foram encontrados três pontos de queimadas com ossos de seres humanos. A ossada será submetida a exames de DNA para a identificação.
O crime aconteceu na madrugada da última segunda-feira. As duas vítimas trabalhavam com os próprios carros para uma empresa de táxi clandestina que atua na região. Eles teriam sido confundidos pelos bandidos como informantes da Polícia Militar. O assassinato ocorreu na comunidade Final Feliz, que faz parte do conjunto de favelas.
No fim da noite de domingo, Jorge Fernando havia pegado uma corrida para Grumari. Ao chegar ao local, um homem disse que o serviço havia sido cancelado. Ele, então, avisou ao dono da empresa o ocorrido pelo WhatsApp. O homem que havia dado o recado passou a acusá-lo de estar passando informações para a polícia.
Por volta das 2h de segunda-feira, os motoristas foram chamados para uma “reunião de esclarecimento”, no alto do morro Final Feliz, mas apenas Cleiton, Jorge Fernando e um homem identificado como agente do Degase subiram para dar explicações. Receoso, Jorge Fernando enviou uma mensagem de áudio para a namorada, explicando a situação. Em resposta, ela perguntou se ele queria que avisasse à polícia.
A mensagem teria sido vista por um grupo de dez traficantes, que descarregaram dois pentes de AK-47 contra ele e Cleiton. O agente do Degase conseguiu escapar e contou a testemunhas que levou coronhadas, caiu em um barranco e, aproveitando a escuridão, entrou por uma rede de esgotos onde ficou escondido até traficantes desistirem de achá-lo.
Nesta quinta-feira, o irmão de um dos rapazes, por meio de uma rede social, contou que o corpo da vítima ainda não havia sido encontrado:
"Muitas pessoas continuam preocupadas se encontraram ou não o corpo do meu irmão, mas infelizmente não encontraram.E estamos sem novidades", relatou.
O GLOBO/montedo.com