14 de março de 2016

Capacete azul mata dois companheiros no norte de Mali

Um capacete azul da ONU matou, no sábado, dois de seus companheiros e feriu um terceiro, em um acampamento no norte de Mali, anunciou a organização da Missão da ONU deste país (MINUSMA), neste domingo, menos de três semanas depois de um incidente similar.
"Ontem (sábado), em torno das 19H00 locais (16H00, no horário de Brasília), foi registrado um trágico incidente no acampamento da MINUSMA, em Tessalit, região de Kidal, quando um capacete azul disparou contra três de seus companheiros. Dois morreram e um outro ficou levemente ferido", indica o comunicado da operação, que não informou as nacionalidades.
"O suspeito foi detido e a segurança reforçada. Uma investigação possibilitará determinar as causas e circunstâncias exatas do incidente", completa o texto.
No dia 25 de fevereiro, dois capacetes azuis chadianos morreram no campo de força da ONU, em Kidal, o que a MINUSMA qualificou como "um ajuste de contas entre indivíduos".
Uma fonte de segurança da missão afirmou, então, à AFP que o autor dos disparos estava em conflito com sua hierarquia.
A operação, deslocada desde julho de 2013, é formada por aproximadamente 11.700 militares e policiais de diversas nacionalidades, principalmente bangladeses, burquinenses e chadianos.
Trata-se da missão de manutenção da paz das Nações Unidas mais cara em recursos humanos desde a implantada na Somália, entre 1993 e 1995.
A extensa região do norte de Mali caiu, em março/abril de 2012, nas mãos de grupos extremistas vinculados à Al-Qaeda, após a derrota do exército ante a rebelião dominada pelos tuaregues, primeiro aliado destes grupos e logo excluído.
Os extremistas foram dispersados e, em grande parte, expulsos por uma intervenção internacional lançada em janeiro de 2013 por iniciativa da França e que continua até os dias de hoje.
Mas muitas zonas ainda escapam do controle das forças malinesas e estrangeiras, apesar do acordo de paz, firmado em maio/junho de 2015, entre o governo, os grupos pró-Bamako e a ex-rebelião que devia isolar, definitivamente, os extremistas. (AFP)
G1/montedo.com