17 de junho de 2016

Governo do Rio pede mais Exército nas ruas durante os Jogos Olímpicos

DO RIO
O Estado do Rio pediu nesta quinta (16) que as Forças Armadas reforcem o policiamento na capital durante os Jogos Olímpicos.
O governador em exercício, Francisco Dornelles, enviou ofício ao presidente interino, Michel Temer, solicitando o apoio no período de 24 de julho a 19 de setembro.
O pedido já havia sido anunciado pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, no último dia 19.
"Eu sou a favor de todo reforço que pudermos ter. Num evento complexo como a Olimpíada, nenhuma polícia do mundo dá conta da segurança sozinha. Em Londres o Exército britânico foi usado nesse trabalho também", disse Beltrame nesta quinta.
Se o pedido for aceito, o efetivo será determinado pelo Ministério da Defesa. Ele virá para reforçar o grupo de 38 mil militares que já estavam previstos para atuar nos Jogos.
Ao todo, somados os agentes de segurança, o efetivo nos Jogos será de cerca de 85 mil.
Após reunião do Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional, realizada nesta quinta, Beltrame afirmou que o planejamento e detalhamento operacionais das áreas que serão patrulhadas pelas Forças Armadas serão definidos pelo Ministério da Defesa.
"A vinda das Forças Armadas estava prevista e fizemos o pedido, estabelecendo determinadas áreas que ficarão sob a responsabilidade e competência do Ministério da Defesa. Eles vão analisar essas áreas e definir o tipo de equipamentos e a quantidade de militares. Em um evento com a dimensão de uma Olimpíada, é obvio que a PM de qualquer estado brasileiro ou qualquer polícia do mundo não faz sozinha", disse o secretário.
Segundo o governo, eles deverão atuar no policiamento ostensivo nas linhas Vermelha e Amarela, Avenida Brasil, Aeroporto Internacional Tom Jobim e outros locais. As vias são cercadas por favelas. Algumas delas, como a Linha Amarela, fazem parte de rotas da Olimpíada. A Linha Vermelha liga o aeroporto ao centro da cidade.
O Rio tem tido confrontos e tiros perto de arenas e rotas como essas. Nesta quinta, duas mulheres foram atingidas por tiros na Linha Vermelha. O estado de saúde das duas é estável.
A 50 dias da Olimpíada, em todas as regiões do Rio, seja próximo das arenas ou no percurso de delegações e atletas, sobram confrontos entre facções ou troca de tiros de criminosos com policiais.
O ministro da Defesa, Raul Jungman, afirmou que, a princípio, os militares não atuarão em favelas. Um estudo elaborado por militares e pela Secretaria de Segurança mostra que deve haver o reforço na segurança de seis favelas do Rio. Todas elas estão localizadas no caminho de atletas e de delegações para locais de competição ou próximas a essas áreas.
Não está prevista pelos militares uma ocupação semelhante no modelo das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) ou como fizeram no Complexo do Alemão, em 2010, ou no Complexo da Maré, ambos na zona norte.
Cerca 9,3 mil homens da Força Nacional de Segurança vão atuar na cidade durante os Jogos, mas, segundo o governo, a PM não terá apoio dela no policiamento ostensivo da cidade porque a Força estará empregada na segurança interna das instalações olímpicas.
Folha/montedo.com