O coronel Pinho é oficial da reserva do Exército e concorre a vereador pelo PHS em Salvador (BA)
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30 de setembro de 2016
Militares devem ser diferenciados na reforma da Previdência, diz ministro
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse [ontem] (29) que os militares devem ser diferenciados dos demais contribuintes, principalmente dos servidores públicos, na discussão de mudanças na Previdência. No entanto, segundo Jungmann, os militares estão dispostos a participar do esforço para resolver o déficit histórico da Previdência Social. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, já havia dito que os integrantes da Forças Armadas deverão ficar de fora das novas regras para aposentadoria elaboradas pelo governo.
“Antes de tudo, militar não tem Previdência [mas um sistema de proteção social]. Entendo que a Constituição trabalha com duas categorias: o servidor e o militar, com suas distinções e singularidades”, disse Raul Jungmann. “Mas isso tudo será ainda definido pelo presidente Michel Temer.”
Entre os fatores que diferenciam os militares dos servidores públicos civis, Jungmann citou a impossibilidade de fazer greve ou de se sindicalizar, a inexistência de hora extra e a dedicação exclusiva. “O militar trabalha, como, por exemplo agora durante a Olimpíada, às vezes 12, 14, 16 horas. O militar expõe a vida. Então, de fato, não é privilégio. É o reconhecimento da singularidade”, argumentou.
“Não acredito que tratar desiguais igualmente é injustiça. É preciso reconhecer que os desiguais devem ser tratados desigualmente. Não é privilégio. Para os senhores terem uma ideia, um militar hoje tem, dentre todas as categorias de Estado, a menor remuneração inicial ou final”, comparou.
Segundo Jungmann, os militares estão dispostos a colaborar com a reforma da Previdência. “Eu chamo atenção para uma coisa: [o fato de haver uma diferenciação] não quer dizer que a Defesa e que as Forças Armadas não vão contribuir com a reforma. Não queremos e recusamos privilégios. Vamos contribuir e vamos dar a nossa parte. Apenas defendemos nossa especificidade”, acrescentou, sem detalhar como seria essa contribuição.
Eleições
Perguntado sobre o papel das Forças Armadas para evitar novos casos de violência no período eleitoral, como os que têm ocorrido em alguns municípios brasileiros nos últimos dias, Jungmann disse que esses acontecimentos são da alçada das forças policiais, e não das Forças Armadas.
“A gente tem visto ultimamente ações lamentáveis de violência cometidas, mas ressalvo que isso é uma questão de polícia. Merecem uma reflexão, sem sombra de dúvidas, porque chamam atenção e nos preocupam a todos. Mas o papel que desempenhamos a pedido da Justiça Eleitoral é o de assegurar e dar tranquilidade durante o processo de votação e de apuração.”
A pedido da Justiça eleitoral, as Forças Armadas atuarão, nestas eleições, com um efetivo de 25 mil militares em 408 municípios localizados em 14 estados brasileiros. O custo dessas operações (R$ 23 milhões) serão arcados pela Justiça Eleitoral.
Agência Brasil/montedo.com
Eleições 2016: Forças Armadas terão 25 mil militares em 14 estados
PREVENÇÃO
SEGURANÇA DAS ELEIÇÕES TERÁ 25 MIL MILITARES EM 14 ESTADOS
TSE VAI PAGAR R$ 23 MILHÕES PELO APOIO DAS FORÇAS ARMADAS
As Forças Armadas vão empregar 25 mil militares no primeiro turno das eleições municipais. A informação foi divulgada hoje (29) pelo Ministério da Defesa. O contingente das três forças vai atuar em 408 localidades de 14 estados definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pelas solicitações.
No próximo domingo (2), os militares vão dar apoio logístico e contribuir para garantir a segurança na votação e apuração. Outros 3 mil militares devem ficar de prontidão. De acordo com o ministério, o custo estimado da operação é R$ 23 milhões, que serão pagos pelo TSE.
O número de municípios e tropas ainda pode aumentar, caso haja mais pedidos do tribunal.
Os 14 estados que receberão os militares são Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Os militares vão atuar no sábado (1°) e no domingo e a operação pode se repetir no segundo turno, caso haja nova solicitação.
O apoio logístico em 102 localidades de difícil acesso deve ajudar no transporte de material e pessoal, o que inclui as urnas eletrônicas e os funcionários dos tribunais eleitorais. Em outras 306 localidades, o objetivo dos militares será garantir a segurança e a tranquilidade na votação e apuração.
Ao todo, 1.243 viaturas, quatro veículos blindados, 89 embarcações e 26 aeronaves das três forças serão usadas.
Rio de Janeiro
Único estado da região Sudeste que receberá reforço na eleição, o Rio de Janeiro deve contar com 6,5 mil militares em 11 municípios (Rio de Janeiro, Belford Roxo, Magé, Campos dos Goytacazes, São Gonçalo, Macaé, Queimados, Japeri, Nova Iguaçu, São João de Meriti e Duque de Caxias).
Um efetivo de 7,7 mil militares foi escalado para a Região Norte, e outros 5,3 mil devem dar apoio às eleições no Nordeste. Para a Região Centro-Oeste, serão deslocados 2,3 mil militares.
A atuação das Forças Armadas nas eleições foi autorizada por um decreto do presidente Michel Temer publicado em 23 de agosto. O reforço foi confirmado pelo ministro da defesa, Raul Jungmann, em reunião com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes.
DIÁRIO do PODER/montedo.com
29 de setembro de 2016
Militares são contra, mas governo quer incluí-los na reforma da Previdência
Vicente Nunes
O Palácio do Planalto sabe que não será fácil, que a resistência será grande, mas está disposto a incluir, mesmo que de forma restrita, os militares na reforma da Previdência. Na avaliação de auxiliares do presidente Michel Temer, não há como mexer com as regras de todos os trabalhadores e deixar de fora dos militares, ainda que todos reconheçam o caráter diferencial da categoria.
Técnicos do governo já se reuniram com representantes de militares por diversas vezes, e sempre o discurso foi mesmo do lado da caserna: não há porque mexer no sistema atual de aposentadorias e de pensões. O governo, porém, diz que, do jeito que está, o sistema é insustentável, com deficit anual superior a R$ 32 bilhões, rombo bancado, integralmente, pelo Tesouro Nacional.
A meta do governo é fazer alguma alteração na concessão dos benefícios, como, por exemplo, atrasar em cinco anos a ida dos militares para a reserva, de 30 para 35 anos. Também há disposição do governo em mexer nos benefícios concedidos às filhas de militares. As regras para que elas recebam pensões mesmo depois de adultas ficaram bem restritas desde 2001. Mas há brechas que o governo quer fechar.
É possível que projeto de reforma da Previdência que o governo quer enviar ao Congresso pouco depois das eleições municipais seja apresentado entre hoje e amanhã a Temer.
BLOG DO VICENTE (Correio Braziliense)/montedo.com
Candidatos militares: Gerson Paulo
Gerson Paulo é suboficial da reserva da FAB e concorre a vereador pelo PSC no Rio de Janeiro (RJ)
Candidatos militares: Sargento Anderson José
O sargento Anderson José é da reserva da FAB e concorre a vereador pelo PMN em Anápolis (GO)
28 de setembro de 2016
Previdência: todos devem dar sua contribuição, diz ministro da Defesa sobre inclusão dos militares na reforma
Reforma da Previdência só após as eleições municipais
Geralda Doca - O Globo
BRASÍLIA - Pressionado pelos políticos da base aliada, que receiam o enfraquecimento das candidaturas nos últimos dias da campanha eleitoral, o presidente Michel Temer decidiu enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso depois das eleições municipais. Há desejo da equipe técnica de que a proposta seja encaminhada na próxima semana, mas o presidente poderá deixar para cumprir esse rito só em novembro, após o segundo turno na maioria das capitais, em 30 de outubro. Até lá, a intenção é concentrar esforços para votar na Câmara a proposta de emenda constitucional (PEC) que limita gastos públicos.
Segundo interlocutores, a última semana de setembro será dedicada a ajustes no texto e inicio da apresentação das medidas às partes envolvidas, primeiro aos militares das Forças Armadas e depois às centrais sindicais. Está programada uma reunião entre o ministro da Defesa, Raul Jungman, com o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, e o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, hoje, no Palácio do Planalto. Os comandantes das Forças Armadas também devem participar.
AJUSTE NA PENSÃO DOS MILITARES
O norte da reforma será a convergência de regras para todos os trabalhadores e, nesse sentido, a ideia é aumentar o tempo na ativa para os militares. Ao mesmo tempo, será fixada idade mínima para requerer a reserva. O tempo na ativa está hoje em 30 anos e deve subir para 35 anos, descontando-se o período de formação militar. Também estão em discussão ajustes na pensão dos militares. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o rombo previsto com as pensões é de R$ 11,5 bilhões neste ano.
Durante a abertura da BID Brasil Mostra da Base Industrial de Defesa, o ministro Jungman defendeu a reforma da Previdência para a plateia, formada majoritariamente por militares das Forças Armadas. Ele destacou que as mudanças devem preservar direitos adquiridos, com fase de transição. Sem se referir diretamente ao regime de aposentadoria dos militares, ele disse que há “dilemas difíceis” para resolver de agora em diante e citou a necessidade de ajuste fiscal.
— Não há plano B para o teto dos gastos (PEC que limita as despesas globais à reposição da inflação do ano anterior). Nós precisamos de uma reforma da Previdência. Consideradas as especificidades de cada um, acho que todos devem dar a sua contribuição. Afinal, a Previdência é de todos os trabalhadores — respondeu o ministro, ao ser perguntando se concordava com a inclusão dos militares na reforma.
Depois dos militares, as centrais sindicais serão chamadas para tomar conhecimento da proposta oficial. A reunião deve acontecer na sexta-feira, no Planalto. Da parte do governo, não há expectativa de as entidades concordarem com as mudanças. Porém, o fato de o Executivo apresentar previamente as mudanças aos representantes dos trabalhadores tem importância simbólica, do ponto de vista da negociação.
Segundo um importante político da base aliada, o adiamento do envio da proposta ao Congresso não terá efeito prático em sua tramitação. A expectativa é que o projeto só seja votado no segundo semestre de 2017.
— Criar um fato político que não terá efeito prático imediato é burrice. Só serve para desgastar — disse a fonte.
O recuo do presidente, que havia anunciado que encaminharia a reforma ainda este mês para não ser acusado de estelionato eleitoral, é respaldado pelos pedidos dos próprios políticos, na avaliação de fontes do Palácio. Amanhã, acontecem as últimas rodadas dos debates entre os candidatos na TV.
Há consenso que a divulgação oficial da PEC — uma medida impopular e que vai afetar a vida de todos os trabalhadores — tem potencial para causar estragos na reta final da campanha dos candidatos da base aliada. A queda na pesquisa na intenção de votos de Marta Suplicy (PMDB) na corrida pela disputa da prefeitura de São Paulo, por exemplo, pode estar relacionada às reformas em estudo.
POLÍTICA DO MÍNIMO PODE SER REVISTA
A reforma não acaba com a vinculação do piso previdenciário da política de reajuste do salário mínimo, que permite ganhos reais. Apesar da pressão que a chamada valorização do piso nacional exerce nas contas da Previdência, há risco de ações na Justiça. O caminho mais fácil será rever a fórmula de aumento do salário mínimo ao seu término em 2019, que prevê reposição da inflação e variação do PIB de dois anos antes, disse uma fonte envolvida nas discussões.
A desvinculação deverá ocorrer apenas para os beneficiários da Lei Orgânica de Assistência Social-Loas (idosos e deficientes da baixa renda). Os valores deverão ser corrigidos pela inflação, deixando de seguir o aumento do salário mínimo.
Em linhas gerais, a reforma fixa idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria, com pelo menos 25 anos de contribuição. Trabalhadores com menos de 50 anos e mulheres e professores (menos de 45 anos) serão afetados integralmente pelas novas regras. Quem estiver acima dessa faixa etária até a promulgação da PEC será enquadrado nas regras de transição e poderá se aposentar pelas regras atuais, pagando um pedágio de 50% sobre o tempo que ainda faltar para requerer o benefício.
EXTRA/montedo.com
Brasileiro confia mais nas Forças Armadas e na Igreja do que no Senado
População confia mais nas Forças Armadas e na Igreja Católica do que no Senado, nos sindicatos e nas Assembleias Legislativas. É o que revela a pesquisa feita sobre o índice de informação, confiança e conhecimento dos cidadãos nas principais instituições do país
Alessandra Melo
A população brasileira confia mais nas Forças Armadas e na Igreja Católica do que no Senado, nos sindicatos e nas Assembleias Legislativas. É o que revela a pesquisa feita pela Associação Brasileira de Consumidores (Proteste) sobre o índice de informação, confiança e conhecimento dos cidadãos nas principais instituições do país. O levantamento - feito entre fevereiro e março deste ano no Brasil e também na Bélgica, Espanha, Itália e Portugal – pediu que os entrevistados dessem uma nota de 1 a 10 para 18 instituições.
Quem ganhou a maior nota (5,7) foram as Forças Armadas, seguida pela Igreja Católica (5,6), Organização Mundial de Saúde (5,3), e organizações não governamentais que defendem o meio ambiente (5,1). Todas as instituições restante tiveram média menor que cinco. O Senado, que recentemente aprovou o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República, é o lanterninha com apenas dois pontos (confira ranking abaixo).
Apesar da pontuação baixa, o brasileiro, entre os cidadãos ouvidos, ainda tem maiores índices nas três categorias (conhecimento, informação e confiança) em comparação com os resultados de Bélgica, Espanha, Itália e Portugal, onde também foi feito o levantamento.
Também chama a atenção no levantamento um índice de confiança no Fundo Monetário Internacional (FMI) maior do que no Banco Central (BC), que é quem dita a política monetária brasileira. O FMI recebeu nota 4,1 contra 3,6 do BC. O brasileiro também confia mais nas Polícias Militar e Civil (4,7) do que no sistema judiciário (3,3).
O levantamento ou 912 pessoas, a maioria homens (55,7%), na faixa etária 40 e 74 anos (75,1%), na região Sudeste 56%, com no máximo ensino superior incompleto (86,2%). A maioria dos entrevistados (51,2%) tem situação profissional ativa e 2,7% são apenas estudantes. A maioria disse não ter orientação política específica (61,9%) e ser católico (50,6%).
Ranking de confiança dos brasileiros na instituições
- Forças Armadas 5,7
- Igreja Católica 5,6
- Organização Mundial da Saúde (OMS) 5,3
- Ongs que atuam na proteção do meio ambiente 5,1
- Associação de Consumidores 4,8
- Polícia (militar e civil) 4,7
- Ongs que atuam na proteção e segurança das crianças 4,2
- Fundo Monetário Internacional (FMI) 4,1
- Ongs que atuam no cuidado e prevenção da saúde da família 4,0
- Sistema público de educação 3,8
- Banco Central 3,6
- Banco Mundial 3,5
- Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) 3,5
- Sistema Único de Saúde 3,4
- Sistema Judiciário 3,3
- Assembleia Legislativa 2,7
- Sindicatos 2,7
- Senado Federal 2,0
Fonte: Associação Brasileira de Consumidores (Proteste)
Correio Braziliense/montedo.com
Cabos presos transportando maconha em caminhão do Exército são expulsos da Força
Exército expulsa militares da Capital presos com 3 toneladas de maconha
Sindicância foi concluída e resultado tornou-se público hoje, conforme CMO
Anahi Zurutuza(Imagens: Montedo.com)
Campo Grande (MS) - Os três militares de Campo Grande presos em São Paulo com três toneladas de maconha serão expulsos por violarem a ética e o decoro exigidos para os profissionais com carreira no Exército Brasileiro. O CMO (Comando Militar do Oeste) divulgou a informação na tarde desta terça-feira (27).
A ordem para a exclusão dos cabos foi publicada hoje, após a conclusão da sindicância instaurada para apurar a conduta dos militares que foram flagrandos na rodovia Anhanguera, em Campinas, interior de São Paulo.
“Ficou comprovado que os três militares violaram os preceitos da ética militar, da honra pessoal, do pundonor militar e do decoro da classe”, informou o CMO por meio de nota.
Leia tambémMilitares roubam caminhão do Exército para transportar drogas, trocam tiros com a polícia e são presos no interior de SP
Tráfico de drogas: Exército investiga participação de outros militares no caso do caminhão roubado
O crime
No dia 28 de agosto deste ano, os cabos Higor Abdala Costa Attene e Maykon Coutinho Coelho foram detidos após trocarem tiros com policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de São Paulo.
O terceiro integrante foi identificado como Simão Raul e conseguiu escapar em um veículo que dava apoio aos militares naquele dia, mas foi ferido durante a ação, e por isso localizado e preso em um hospital de Limeira (SP).
Eles estavam transportando as três toneladas de maconha no carro do 20º Regimento de Cavalaria Blindado de Campo Grande. O caminhão estava em manutenção e teria saído numa sexta-feira da capital sul-mato-grossense com a documentação de outro veículo.
Conforme a Denarc, o trio era investigado há ao menos três meses. Os militares receberiam cerca de R$ 30 mil pelo transporte do entorpecente.
Campo Grande News/montedo.com
Militar do Exército é preso ao comprar celular com notas falsas
Militar do Exército é preso ao comprar celular de R$ 900 com notas falsas
Viviane Oliveira e Adriano Fernandes
O soldado do Exército Paulo César Benites de Oliveira, 19 anos, foi preso na noite de ontem (25), em um shopping de Campo Grande, após comprar celular por R$ 900 e pagar com notas falsas. Ele estava sendo investigado pela polícia que armou um encontro, se passando por cliente.
Conforme o delegado Hoffman D'ávila, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, a vítima de 22 anos que anunciou o aparelho em site de vendas, percebeu a fraude horas depois de entregar o iPhone para o rapaz. Ele, então, procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência.
Durante investigações, a polícia encontrou o perfil falso, que o soldado mantinha no Facebook e descobriu que ele havia colocado o mesmo celular à venda no site. Os policiais, então, se passaram por compradores e marcaram encontro com Paulo César.
O soldado foi preso por volta das 20h30 em flagrante por estelionato e por porte de dinheiro falsificado. O celular foi recuperado e devolvido para o proprietário. Na casa do rapaz, foram apreendidos mais R$ 290 em notas falsas.
Campo Grande News/montedo.com
Candidatos militares: Machado
Machado é suboficial da reserva da Marinha e concorre a vereador pelo PEN em Belém (PA)
Candidatos militares: Ari Cândido
Ari Cândido é sargento da reserva e concorre a vereador pelo PPS em Jaguarão (RS)
27 de setembro de 2016
Candidatos militares: Capitão Carvalho
O capitão Carvalho é oficial da reserva do Exército e concorre a vereador pelo PP em Manaus (AM)
Porque é tão importante elegermos candidatos militares
Eis um artigo muito lúcido e didático. Leia, pondere, vote!
"Vivemos numa democracia e temos em mãos a ARMA MAIS PODEROSA PARA O CIDADÃO QUE É O VOTO. Falta-nos, agora, a inteligência e a coragem para escrevermos a nossa história."
PORQUE É TÃO IMPORTANTE ELEGERMOS CANDIDATOS MILITARES
Todo grupo que quer lutar de forma legítima para garantir seus direitos, ter suas reivindicações atendidas e lançar ideias para melhorar as condições de sua existência enquanto grupo, PRECISA TER REPRESENTATIVIDADE nos poderes legislativos Federal, Estaduais e Municipais, que são as instâncias adequadas, onde são criadas e votadas as leis que determinarão como este grupo será no futuro; desimportante, falido ou essencial e fortalecido junto ao público e a nossa estrutura de governo.
Para conseguirmos esta representação, deveremos eleger PESSOAS COMPROMETIDAS COM OS NOSSOS PROBLEMAS, com a nossa realidade e que conheçam a nossa história, não aventureiros que desejam, somente se locupletarem.
Nós militares muitas vezes torcemos o nosso nariz quando algum colega se lança candidato a algum cargo político. De imediato pensamos que ele quer se dar bem. Como conhecemos de perto cada um destes colegas, sabendo algumas de suas virtudes e também seus defeitos. Acabamos, infelizmente, focando mais nos defeitos do que nas qualidades, achando, assim, que aquele colega não é digno de nos representar. Por conta disso e para não perdermos nosso voto, acabamos por votar em alguém que não conhecemos direito. É ou não é assim?
Nosso colega acaba perdendo nosso voto porque o conhecemos!
O candidato em quem votamos tem a vantagem de não compartilharmos da sua intimidade e, por isso, não conhecemos os seus “podres”. Agora pare e pense em todos os grupos que têm boa representatividade no congresso. Será que é assim que eles vem pensando e agindo ao longo do tempo?
Será que eles boicotam seus próprios e mais legítimos representantes, dando voto ao representante de algum outro grupo organizado?
O que eles ganhariam ao fazerem isso?
O que temos ganhado por usar essa estratégia esterilizante?
Ao agir desta forma, quantos “Bolsonaros” temos conseguido colocar no Congresso a cada quatro anos?
Teriam estes grupos tanto poder, tanta força, tanta representatividade, se agissem da mesma forma como nós militares temos agido?
NÃO TENHAM DÚVIDAS DE QUE TODO CANDIDATO ESTÁ BUSCANDO SE ELEGER PARA DEFENDER ALGUM GRUPO, MESMO QUE ELE NÃO DIGA ISSO AO GRANDE PÚBLICO.
Então, amigos, quando você vota em alguém que NÃO É MILITAR, você está fortalecendo um grupo QUE NÃO É O SEU. E você sabe o quanto o nosso grupo está fraco!
Mais ainda:
-O que você espera após cada nova eleição presidencial?
-A cada renovação no Senado e Congresso Nacional?
Desejamos uma definição para os nossos problemas sobre previdência dos militares, melhoria no soldo, hospitais militares, a devolução dos nossos direitos covardemente retirados pelo governo FHC, a criação de um FGTS digno para que o militar na reserva possa dar um pouco mais de dignidade à sua família?
Não estou sugerindo aqui que devemos esquecer a importância das virtudes necessárias a um candidato, só acho fundamental enfatizar que temos pessoas excelentes em nossos quadros e que todo ser humano tem defeitos e qualidades!
Ora, focaremos nos defeitos ou nas virtudes?
Mais uma vez: -Como tem agido os grupos mais fortes do congresso?
UM ERRO GRAVÍSSIMO:
Nós militares sempre imaginamos que colegas que se candidatam estão querendo “se dar bem” e, de certa forma, se você também pensa assim, você está certo. Afinal, o parlamentar no Brasil é um ser privilegiado. Nossos colegas, realmente vão se dar muito bem!
Acontece que este é o ÚNICO MEIO LEGAL que existe e que conhecemos para conseguir com que nós militares tenhamos alguma chance de ter nossos direitos preservados.
Todo grupo que quer ser forte tem que ter representatividade no Congresso Nacional!
Vejam os evangélicos! Caso se boicotassem, não teriam a força que tem hoje. Sem falar nos ruralistas que quase emplacaram o Ronaldo Caiado como presidente da república anos atrás, os banqueiros, os grandes empresários...
Ainda que possuam um imenso poder, não se cansam de eleger mais representantes para que seu poder se torne cada vez maior. Eles nem cogitam depender de favores governamentais para a gestão do que acham justo. Eles elegem alguns de seus pares para conseguirem seus objetivos, "se darem bem." E assim, toda a sua classe poderá também progredir. "se darem bem, também".
Nós, por outro lado, por sermos uma classe há muito ABANDONADA E DESUNIDA, vivemos nos boicotando, nos destruindo, nos puxando para baixo. Dessa forma fica muito fácil para o governo tirar cada vez mais nossos frágeis direitos, pois sabem que somos frouxos.
Quem, então, lutará por nós?
Quem nos defenderá se não queremos que nossos colegas “se deem bem”?
Pensem em todos os grupos que tem boa representatividade no Congresso.
O que seriam deles se o tempo todo ficassem pensando que seus pares iriam se dar bem e por isso preferissem deixar de lutar por eles e impedir que conseguissem se eleger ?
O grupo que pensa assim está condenado a perder todas as lutas que travar!
Andará sempre de pires na mão e cabeça baixa.
Senhores, vivemos numa democracia e temos em mãos a ARMA MAIS PODEROSA PARA O CIDADÃO QUE É O VOTO. Falta-nos, agora, a inteligência e a coragem para escrevermos a nossa história.
SDMIL.COM/montedo.com
Candidatos militares: Subtenente Hélio 'BOLSONARO'
O subtenente Hélio e militar da ativa do Exército e concorre a vereador pelo PSC em Nova Iguaçu (RJ)
Candidatos militares: Sargento Sidnei
O sargento Sidnei é militar da reserva do Exército e concorre a vereador pelo PSC em Santa Maria (RS)
Candidatos militares: Dalmar
Dalmar é sargento da reserva do Exército e concorre a vereador pelo PDT em São João Del-Rei (MG)
Candidatos militares: William Marinheiro
William Marinheiro é suboficial da reserva da Marinha e concorre a vereador pelo PTB em Itaboraí (RJ)
Candidatos militares: Daniel Ribeiro
O sargento Daniel Ribeiro é militar da ativa do Exército e concorre a vereador pelo PRP em Caxias (RJ)
Candidatos militares: Aquiciley, filho do Adão do Campo
Aquiciley é sargento da ativa na Marinha e concorre a vereador pelo PRB em Caxias (RJ)
26 de setembro de 2016
Soldado do Exército é morto em tentativa de assalto em Porto Alegre
Soldado do 8º B Log do Exército é morto em tentativa de roubo
Quatro assaltantes em tentativa de roubo atiram em soldado do Exército, lotado no 8º B LOG, causando a morte do soldado
Quatro assaltantes em tentativa de roubo atiram em soldado do Exército, lotado no 8º B LOG, causando a morte do soldado
Porto Alegre (RS) - No inicio da madrugada de hoje, 26 de setembro, segunda-feira, na avenida Monte Cristo, 384, bairro Vila Nova em Porto Alegre, quatro indivíduos armados que tripulavam um veículo de cor prata, em tentativa de assalto, abordaram Marcus de Abreu Vidal e Igor Peixoto Dias, soldado do 8º B LOG, do Exército.
Na tentativa um dos assaltantes efetuou um disparo de arma de fogo, atingindo o soldado do EB na altura do pescoço. A vítima foi socorrida ao Hospital Vila Nova, onde não resistindo a lesão entrou em óbito. Os assaltantes teriam fugido em sentido ignorado. O fato foi registrado na 13ª Delegacia de Polícia.
CORREIO BRIGADIANO/montedo.com
Eleições 2016: a mediocridade dos 'Leões de Alojamento'
Abaixo, dois exemplos da mentalidade tacanha que - infelizmente! - ainda impera nos alojamentos. Dá bem para entender porque continuamos à espera dos chefes.
Na postagem
Vereador? Prefeito? Para quê? Hora dos milicos elegerem seus representantes
Não voto em militar, porque depois, se eleito, ele vai colar no comandante e sua turma, vai no quartel tomar wiskey barato e comer coxinha nas comemorações (assim como os juízes e desembargadores), para depois " casar" o famoso discurso de proteção a instituição, quando das diversas injustiças diárias. Se vendem barato, por um diploma e uma coxinha. AGORA, se houvesse uma associaçao nacional, forte, essa sim poderia apoiar candidatos comprometidos com a causa dos militares, porque senão correria o risco de não obter votos nas próximas eleições. Candidatos isolados, assim como uma andorinha sozinha, não faz verão. Perda de tempo e vantagem somente para quem se esorte.O que um vereador, sozinho e perdido no meio da amazonia, vai alterar para a minha carreira, em Brasilia, casa de DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES? Boa sorte.
Todos os militares que conheci que tentaram alguma candidatura, o fizeram apenas em benefício próprio. O perfil deles era sempre o mesmo: ser dar bem, dar golpe no expediente e trabalhar que é bom, nada.
Acho que pessoa honesta no Brasil não se envolve com política, porque quando faz isso, mais dia menos dia, se envolve em alguma falcatrua, é o que vemos todos os dias nos noticiaŕios. Com canditado militar nunca será diferente.
Se nos perguntarmos o que o Bolsonaro fez pela classe militar, responderemos: Nada. Mas sabemos como ele e sua família se beneficiam com isso.
Resumindo não voto em militar pórque sei qual é o perfil de candidato a cargo eletivo...mentir, enganar, legislar em proveito próprio, antecipar a reserva, pegar liçenca para sua campanha, resumindo se dar bem.
Não foi ajudar mais um vagabundo a se dar bem, votando nele...
Apagão aéreo: FAB expulsa dois suboficiais e três sargentos após condenação por motim
Controladores expulsos da FAB
Depois de condenados a dois anos de prisão por motim, os controladores de voo que lideraram o "apagão aéreo" de 2007 foram expulsos da Aeronáutica.
A portaria foi assinada há poucos dias pelo brigadeiro Nivaldo Rossato, comandante da FAB.
O Antagonista/montedo.com
Candidatos militares: Capitão Célio
O capitão Célio é da reserva do Exército e concorre a prefeito pelo PSC em Rodeiro (MG)
25 de setembro de 2016
Candidatos militares: Capitão Cardoso
O capitão Cardoso é militar da reserva da Aeronáutica e concorre a vereador pelo PSC em Florianópolis (SC)
Candidatos militares: SGT Jailson Santana
Jailson Santana é sargento reformado do Exército e concorre a vereador pelo PSD em Praia Grande (SP)
Queda do voo 1907 da Gol: dez anos depois, brigadeiro relembra a operação de resgate dos corpos
Comandante de resgate dos corpos relembra cenas que diz tentar esquecer
Em 2006, o brigadeiro da Aeronáutica foi escalado para comandar uma operação de resgate de sobreviventes de um acidente aéreo no meio da Amazônia. A gravidade da queda do voo 1907 da Gol, no entanto, logo deixou claro que aquela não seria uma busca por sobreviventes, mas por corpos das vítimas. Nesta semana, as memórias de Jorge Kersul Filho serão lançadas na forma de um livro, escrito por sua irmã, Maria Tereza Kersul. A obra tem como título o lema militar: "Ninguém ficou para trás".
A seguir, o depoimento dele, dado no Ministério da Defesa, em Brasília:
Depoimento a
FABRÍCIO LOBEL
DE SÃO PAULO
Enquanto quase ninguém na Força Aérea gostava de ir para a [base da] serra do Cachimbo, no meio da Amazônia, eu adorava. Sempre gostei. É lá onde a Força Aérea testa as munições de seus caças.
A região é um deserto verde. E eu adorava o silêncio, a calma da floresta. Hoje penso se, ao longo da minha vida, eu não estava de alguma forma sendo preparado para estar naquela área anos depois, para ajudar no resgate dos corpos das vítimas do acidente.
Eram 17h30 de uma sexta-feira e eu tinha acabado de chegar em casa, depois do expediente no comando da Aeronáutica em Brasília. Tinha tirado meu uniforme e estava recebendo amigos em casa. A Aeronáutica me telefonou pedindo para que eu retornasse à base. Eu achei que pudesse ser algum tipo de trote, de brincadeira. Mas assim que cheguei no comando da Força Aérea, percebi que havia ocorrido algo sério.
Uma reunião de emergência havia sido marcada e se alongaria até o início da madrugada. Tínhamos apenas a informação de um Boeing com 154 passageiros desaparecido no meio da Amazônia, entre Mato Grosso e Pará.
Naquela hora, eu era o oficial mais disponível para viajar e comandar a operação de buscas por sobreviventes. Meu foco era propiciar que as equipes tivessem uma estrutura necessária para a operação. Não poderia faltar equipamentos, alimentação, local para descanso, banho, itens de proteção.
Foram menos de quatro horas de sono. Às 6h da manhã seguinte, eu já estava embarcando com destino à serra do Cachimbo. Enquanto eu viajava, duas aeronaves de busca sobrevoavam a área em que o Boeing parou de emitir sinais ao radar. Nelas, estavam os homens do Para-SAR, um grupamento [militar] de buscas.
Logo, uma das aeronaves avistou a fuselagem do Boeing. Só avistou porque alguém lá em cima quis. Pois a mata não tinha nenhum sinal de destruição causada pela queda do avião.
Se o piloto tivesse tentado um pouso forçado, deixaria um rastro de árvores caídas. Não foi o caso. Como o avião se desintegrou no ar, as peças choveram na mata. E as fuselagens ficaram escondidas sob a copa de árvores com cerca de 40 metros de altura. Com a ajuda de um cabo de aço preso a um helicóptero, os homens desceram até o local onde estavam os destroços. Assim que chegaram no solo, encontraram dois corpos, um deles sobre o dorso da aeronave. Mas onde estavam os outros 152 passageiros?
Os militares assoviavam no meio da mata, gritavam pelo nome das vítimas e nada. Fomos para buscar sobreviventes. Montamos um hospital de campanha na fazenda Jarinã, mais próxima ao acidente. Tudo para atender os sobreviventes. E nada. Em vez disso, ao longo do dia encontramos mais corpos.
Na manhã seguinte, estava no primeiro helicóptero que pousou na clareira aberta ao lado dos destroços. Estava sendo cobrado por informações. Cobrado pela Aeronáutica, pelas famílias, pela imprensa. Então, eu tinha que ver aquela cena.
Por mais que você tente imaginar, você não consegue. Nenhum treinamento militar chega perto daquilo. Chegando lá, você se depara com uma floresta virgem, hostil, odores diversos, coisas espalhadas pelo chão, calça de uma das vítimas pendurada na árvore. Sacos com fragmentos dos corpos. Militares tendo de se alimentar e dormir no mesmo local em que estavam os destroços.
Não me cabia buscar vítimas. Não tenho nem preparo para isso. Por isso, eu fui poupado de ver muitas coisas. Mas os homens que estiveram na mata viram as cenas que ninguém quer ver. Naquela tarde, retornei à fazenda Jarinã e anunciei para a imprensa: "A situação é muito pior do que qualquer um de nós possa imaginar". Declarei que não havia sobreviventes.
Aí começou a fase mais difícil, o resgate dos corpos. Foram 40 dias de busca até encontrarmos os restos mortais de todos os passageiros.
O último foi o do Marcelo Paixão, que estava na poltrona 17-Charlie, ou 17-C. Esse número eu não esqueço. Todo dia eu olhava para o mapa de assentos do avião e sabia que ainda faltava encontrar o Marcelo. É como um lema militar, "ninguém fica para trás". E não ficou.
Ao longo do resgate dos corpos, pedi que os homens recolhessem pertences das vítimas que estivessem próximos a elas, para entregarmos às famílias. Eu fui aconselhado a não recolher os itens. Mas achei que as famílias iriam querer ter algum bem, como recordação.
Não posso dizer que me arrependo de ter tomado essa decisão. Se fosse um parente, gostaria de ter uma foto, uma carteira do meu familiar. Mas, quase um ano depois da operação, fomos acusados de sumirmos com parte dos itens. Fomos acusados de termos feito "pilhagem" das vítimas. Então digo que, se soubesse das consequências e das acusações, não tomaria aquela decisão. Teria deixado tudo na mata.
Fui cobrado quanto a isso nas CPIs que foram abertas no Congresso sobre o acidente. Recolher os pertences das vítimas e entregá-los às famílias não era nossa responsabilidade e acabou sendo motivo para acusar os 800 homens que se envolveram na operação.
Mas me lembro com carinho da mulher de uma das vítimas, que no meio da CPI, me abraçou e me agradeceu por eu ter trazido o corpo do marido dela de volta para o sepultamento. São cicatrizes que, com o tempo, eu quero tentar esquecer.
Escola Preparatória abre primeira turma de cadetes mulheres
Escola do Exército abre 1ª turma de cadetes mulheres e restringe namoro
LUÍS FREITAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAMPINAS (SP)
O comando de uma escola de cadetes do Exército em Campinas, no interior paulista, terá uma preocupação diferente a partir de 2017: fiscalizar os relacionamentos afetivos de alunos e alunas.
Pela primeira vez em 76 anos, a EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), que forma aspirantes para a linha bélica, terá uma turma feminina.
A novidade atraiu candidatas como Evellyn Bezerra de Carvalho Adorno, 20. Filha de um oficial da EsPCEx, ela terminou um relacionamento com um aluno da escola para evitar distrações na preparação para o vestibular.
"Estudei 16 horas por dia. Não quero correr o risco de jogar tudo pelo ralo". Vaidosa, ela diz que a maior dificuldade será se adequar às regras. Os piercings no umbigo e no nariz, por exemplo, terão de ser retirados.
Esmaltes, só incolores. Maquiagem, short, minissaia e salto alto, nem pensar.
Não há restrições quanto ao comprimento do cabelo, mas ele deve formar um coque que caiba dentro do capacete. Se os fios forem tingidos, a aluna deve atualizar a foto na documentação.
O ingresso das mulheres como combatentes das Forças Armadas foi determinado em 2012 por lei da então presidente Dilma Rousseff.
Marinha, Aeronáutica e Exército tiveram cinco anos para se adaptar –no Exército, a mudança levou mais tempo pelo efetivo maior e pelas reformas estruturais.
Na unidade de Campinas, serão 400 homens e 40 mulheres. A presença delas no Exército não é exatamente uma novidade –desde 1992 já ocupam funções administrativas ou das áreas de saúde, ciência e tecnologia.
Mas será a primeira vez que homens e mulheres serão "colegas de classe". Dos 28,9 mil inscritos para a prova, 7.600 eram mulheres. A concorrência para elas é de 190 candidatos por vaga, que devem ter entre 17 e 22 anos.
NAMORO
O regime é de internato. Os alunos só são autorizados a sair nas noites de quarta-feira, com toque de recolher às 23h, e aos fins de semana.
Aspirantes que quiserem namorar terão de comunicar o comandante do pelotão. Se um aluno se relacionar com um professor ou instrutor, deve informar o comandante.
"O conhecimento da situação é necessário para manter a disciplina e que não se venha vulgarizar pessoas. Médicos não ficam se pegando no corredor do hospital. Juízes não ficam se pegando no tribunal", diz o coronel Gustavo Dutra de Menezes, 50, comandante da EsPCEx.
Demonstrações de afeto dentro da escola são proibidas. O mesmo vale para fora da unidade, se estiverem fardados. Nem um aperto de mão é autorizado -o descumprimento pode implicar punições que vão de simples advertência até a prisão. "O único cumprimento dentro do local de trabalho é a continência".
Tanto rigor não assusta a candidata Ana Carolina Ribeiro Martins, 18, que fez o exame e espera a aprovação para as próximas fases.
Ela, que também é filha de oficiais da EsPCEx, está solteira, e ter um namorado na escola não está nos planos. "É um objetivo de vida. O foco é na carreira".
Thais do Prado Queiroz, 21, sonha em seguir carreira militar desde pequena. O namorado é oficial de um batalhão anexo à EsPCEx. "Pela instituição exigir muito dos alunos, e que representa um país, tem que ter respeito."
Ela não acha que encontrará problemas diante da maioria de homens na escola. "Acho que vai ter um assédio, mas nada fora do normal".
A escola também se modificou para receber as mulheres. Um alojamento exclusivo foi construído, e no banheiro um detalhe chama a atenção. Ao contrário do vestiário masculino, que tem os chuveiros dispostos lado a lado, para elas as cabines são individuais e fechadas.
CARGOS DE COMANDO
A formação na EsPCEx é só o início de uma longa carreira militar, para quem estiver disposto a segui-la. Homens ou mulheres que começarem o curso no ano que vem só poderão alçar cargos de comando em 2063.
Na escola em Campinas, os alunos passam por um ano de atividades teóricas e práticas -em 2012, a unidade foi alçada ao status de instituição de ensino superior. Os aspirantes recebem alimentação e uma ajuda mensal de R$ 969,54. Concluída a formação, eles entram na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), onde ficam mais quatro anos –lá, o auxílio sobe para R$ 5.622, e os alunos saem como oficiais do Exército.
A partir daí, precisarão chegar às patentes de segundo-tenente, primeiro-tenente, capitão, major, tenente-coronel, coronel, general de brigada, general de divisão, general de Exército e, só depois, comandante do Exército. O processo todo leva, no mínimo, 46 anos.
Mesmo que o ingresso feminino na linha bélica possa ser visto como um avanço, a participação de mulheres como combatentes será limitada.
Inicialmente, serão treinadas para as funções de material bélico e intendência, que compõem uma espécie de "apoio logístico" das tropas.
Ainda não há prazos para que elas cheguem à infantaria ou cavalaria, que formam a linha de frente no combate. "Vai ser um processo gradual", diz o major Rodrigo Lostinho Ávila, chefe de comunicação social da EsPCEx.
O treinamento para elas, no entanto, será forte. Exercícios e atividades serão os mesmos dos homens, com intensidade menor.
O nível de exigência foi definido pelo Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército, no Rio, que considerou diferenças de peso, altura e potencial muscular entre os gêneros.
"Trabalhamos com isonomia. Não vai ter moleza. As exigências serão as mesmas dos homens", afirma o comandante da unidade, Gustavo Dutra de Menezes.
Para Thais, que luta muay thai e jiu-jitsu, as mulheres podem surpreender. "Gosto de desafios. Estaremos em um lugar onde não acreditam que a gente possa ser mais forte que os homens. Espero mostrar que eles estão errados", diz.
Folha/montedo.com
Candidatos militares: Sargento Assis do Bigode
O sargento Assis é militar da ativa e concorre a vereador pelo PSC em Cuiabá (MT)
Candidatos militares: Vagner
Vagner é suboficial da reserva da Marinha e concorre a vereador pelo PPS em Ladário (MS)
Candidatos militares: Coronel Lauro Melo
Lauro Melo é coronel da reserva do Exército e concorre a vereador pelo PP em Pelotas (RS)
Candidatos militares: Enthony Torres
Enthony Torres é sargento da Marinha e concorre a vereador pelo PSC em Nova Friburgo (RJ)
Pasadena: TCU quer bloqueio dos bens de ex-Comandante do Exército
TCU propõe bloquear bens de Dilma por compra de Pasadena
Fábio Fabrini, do Estadão Conteúdo
Brasília - Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) pede que ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobrás, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff, sejam responsabilizados e tenham os bens bloqueados por perdas na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
É a primeira vez que o setor de auditoria da corte propõe tornar indisponível o patrimônio dos ex-conselheiros por prejuízos no negócio, investigado na Operação Lava Jato.
A área técnica do tribunal analisa a culpa de Dilma e de outros ex-membros do colegiado também nas maiores obras da estatal.
O parecer obtido pelo Estado foi concluído no último dia 19 e é subscrito pelo chefe da Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta do TCU no Rio de Janeiro (Secex Estatais), Luiz Sérgio Madeiro da Costa.
Ele divergiu de auditora que avaliou a transação e, dias antes, havia reiterado entendimento do tribunal de isentar o conselho, aplicando sanções apenas a ex-dirigentes que tinham funções executivas. Desde 2014, ex-diretores da companhia têm os bens bloqueados.
Dilma era ministra da Casa Civil do governo Lula e presidente do Conselho de Administração em 2006, quando foi aprovada a aquisição dos primeiros 50% da refinaria.
O secretário pede que os ex-conselheiros sejam considerados responsáveis solidários por perdas de ao menos US$ 266 milhões (R$ 858,3 milhões). O bloqueio, inicialmente por um ano, visa a cobrir eventual ressarcimento à estatal.
Além de Dilma, estão na lista o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), os empresários Cláudio Haddad e Fábio Barbosa, o general Gleuber Vieira e o ex-presidente da companhia José Sergio Gabrielli - como integrava também a Diretoria Executiva, este último já está com os bens bloqueados. O grupo participou da reunião que aprovou a compra em 2006.
A estatal pagou, inicialmente, US$ 359 milhões ao grupo belga Astra Oil, que, no ano anterior, havia desembolsado US$ 42 milhões por 100% dos ativos.
Em março de 2014, o Estado revelou que a então presidente da República votou a favor do negócio. Ela disse que só deu seu aval porque se baseou em "resumo tecnicamente falho" que omitia cláusulas das quais, se tivesse conhecimento, não aprovaria.
Após um desacordo, a Astra acionou uma dessas cláusulas, que lhe assegurava o direito de vender sua fatia em Pasadena à estatal. Em 2012, a Petrobrás pagou US$ 820 milhões pelos 50% remanescentes à empresa belga.
Em 2014, ao bloquear bens de ex-diretores, o TCU concluiu que a perda total pela compra foi de US$ 792 milhões (R$ 2,5 bilhões).
Em relatório anexado a um desses processos, que traz a análise sobre a maior parte das perdas (US$ 580 milhões ou R$ 1,8 bilhão), a auditora da Secex Estatais Maria Lúcia Samico defendeu responsabilizar não só os ex-diretores já implicados em 2014, mas outros cinco ex-funcionários da Petrobrás que negociaram com a Astra.
No entanto, reiterou que o conselho não tem culpa pelos prejuízos, pois não detinha as informações necessárias para antever que o negócio seria nocivo. O parecer não discute as delações premiadas da Lava Jato, entre elas a do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, informando que Dilma conhecia em detalhes a compra.
Dever de diligência
O chefe da secretaria contestou as conclusões. Para ele, Dilma e os demais ex-integrantes do conselho descumpriram normativos da Petrobrás e a Lei das Sociedades por Ações ao não "acompanhar a gestão da Diretoria Executiva" por meio da "análise devida das bases do negócio" e ao não solicitar "esclarecimentos mais detalhados sobre a operação", antes de autorizá-la. Com isso, argumenta ele, violaram o "dever de diligência" para com a companhia.
Os pareceres foram enviados ao relator dos processos, ministro Vital do Rêgo, e ao procurador-geral do MP de Contas, Paulo Bugarin, que vão apresentar suas considerações. Depois, o caso será pautado para julgamento. Não há previsão.
EXAME/Edição: montedo.com
24 de setembro de 2016
Candidatos militares: Sargento Nogueira
'Sargento Nogueira' é oficial da reserva do Exército e concorre a prefeito pelo PHS em Nova Esperança (PR)
Candidatos militares: Moraes
Moares é tenente da reserva e concorre a reeleição como vereador pelo PTB em Dom Pedrito (RS)
Candidatos militares: Sargento Vielmo
O sargento Vielmo é militar da ativa e concorre a vereador pelo DEM em Cruz Alta (RS)
Candidatos militares: 'Castro da Marinha'
Candidatos militares: Sargento Alex Soares (GO)
O sargento Soares é militar da ativa e concorre a vereador pelo PR em Formosa (GO)
23 de setembro de 2016
Vereador? Prefeito? Para quê? Hora dos milicos elegerem seus representantes
Confesso que de há muito estou desiludido com a visão dos militares sobre o seu papel na política brasileira, mas enfim, vamos lá, tentar mais uma vez tocar os 'corações e mentes' da classe fardada.
Desde 2009, venho destacando a importância de que nos entendamos como cidadãos na plenitude, tal qual as demais pessoas que compõem a sociedade. Não somos cidadãos de segunda classe! Somos brasileiros, no pleno gozo de nossos direitos fundamentais.
A carreira militar, se impõe algumas limitações constitucionais, não proíbe que o militar se informe, se esclareça, que busque uma inserção maior na sociedade, fora dos muros dos quartéis. A proibição de filiação partidária não inibe a atuação política, entenda-se aí o vivenciar os problemas da cidade, do estado, do País e participar de ações para sua resolução.
E onde começam essas ações? Começam no bairro em que você mora, na associação que você frequenta, no clube, na igreja, na pelada de futebol, no churrasco de domingo, enfim, bem debaixo do seu nariz, militar.
Vereador? Prefeito? Para quê?
Antes que comecem a pipocar comentários sobre a inutilidade de um prefeito ou vereador quando se fala em avanços aos militares das Forças Armadas, lembro que a força de qualquer parlamentar federal está nas suas bases, no seu município. É lá que tudo começa, e os prefeitos e vereadores são parte fundamental nesse processo.
O início de tudo
Nunca é demais recordar: o movimento dos militares do Quadro Especial - que culminou com a promoção a Segundo Sargento - iniciou-se através de contatos com integrantes da assessoria parlamentar do deputado gaúcho Paulo Pimenta (PT) em Santa Maria, seu principal reduto eleitoral,
Regra do jogo
Politizar-se e participar do jogo democrático é a alternativa para os militares. É isso ou continuar reclamando nos alojamentos da vida, esperando que os chefes - sempre preocupados! - façam algo pela tropa.
Candidatos
Brasil afora, existem dezenas de candidatos a prefeito e vereador oriundos do meio militar. São oficiais e sargentos que tiveram uma carreira nas Forças Armadas e agora pleiteiam um cargo público. Tem algum em sua cidade? Que tal analisar suas propostas? Entrar em contato para saber o que pensa de nossas demandas? Não tira pedaço e não dá cadeia!
Kelma Costa: Fé na Missão!
A guerreira Kelma Costa mantém o foco nas causas militares e é candidata a vereadora pelo PHS (Partido Humanista da Solidariedade) em sua terra natal, Juiz de Fora (MG).
Kelma, que vem batalhando há anos em prol dos fardados, não obteve o reconhecimento devido nas eleições de 2014, quando concorreu à Câmara pelo PTdoB. Foram apenas 4.222 votos para deputada federal.
Cacife eleitoral
Insuficiente quando se fala em vaga no Congresso, a votação de Kelma a credencia para aspirar a vereança. Dos 4.214 votos que obteve em 2014, 1.459 vieram de Juiz de Fora. Vereador menos votado entre os eleitos de 2012, o professor Jucélio (PSB) conquistou seu mandato com 1.452 votos. A partir do número expressivo de eleitores que a apoiaram para deputada, a 'Voz da Tropa' tem grandes chances de conseguir um mandato como vereadora em sua cidade.
PEC da reforma da Previdência vai atingir os militares, diz jornal
Reforma sem distinção na Previdência
Mudanças atingirão todos os brasileiros, inclusive militares e parlamentares
GERALDA DOCA
BRASÍLIA - A proposta de emenda constitucional (PEC) que vai alterar as regras do sistema previdenciário já foi fechada pelos técnicos do governo. De acordo com o texto encaminhado ao presidente Michel Temer, que deve bater o martelo na próxima semana, as mudanças vão atingir todos os trabalhadores brasileiros, do setor privado ao público, militares e até parlamentares, tendo regimes especiais ou não. Ao contrário do que chegou a ser divulgado anteriormente, as Forças Armadas entrarão na reforma da Previdência. E, para fechar brechas legais à chamada desaposentação (possibilidade de o aposentado continuar trabalhando e recalcular o benefício), a ideia é deixar claro na Constituição que a aposentadoria é “irreversível e irrenunciável” — conceito previsto apenas em decreto.
Sobre a desaposentação, há milhares de ações na Justiça, e o assunto já chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Uma decisão favorável aos trabalhadores poderá representar um esqueleto acima de R$ 100 bilhões para a União, segundo estimativas oficiais. A medida valeria para os novos pedidos e também para orientar as decisões judiciais em andamento. Até agora, a Advocacia-Geral da União (AGU) vem recorrendo das sentenças.
Segundo um interlocutor, a decisão de enviar ao Congresso uma proposta mais abrangente foi tomada antes da viagem de Temer a Nova York e tem como objetivo ajudar a convencer a opinião pública sobre a necessidade urgente das mudanças. Essa tarefa, explicou a fonte, é mais difícil se alguns grupos ficarem de fora da reforma. A intenção de Temer é enviar a PEC ao Congresso até outubro, se possível antes das eleições — depois de apresentar o texto às centrais sindicais e líderes dos partidos.
— A decisão do presidente será política, mas com embasamento técnico — afirmou um técnico envolvido nas discussões.
A opinião é compartilhada por especialistas em Previdência, levando-se em conta o que o país gasta com aposentadorias e pensões — e, sobretudo, a enorme distância entre os setores privado e público. O déficit no INSS neste ano está estimado em R$ 149,2 bilhões, para pagar 30 milhões de segurados. Já no serviço público, o rombo projetado é de R$ 90 bilhões, mas para um universo de um milhão de beneficiários.
— Entendo como correto e salutar o processo de convergência das regras da Previdência para todos os trabalhadores — afirmou o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Rogério Nagemine.
Militares das Forças ArmadasOs militares não ficarão de fora da reforma. Devem ser feitos ajustes na carreira, que elevariam o tempo de serviço necessário para pedir transferência para a reserva de 30 anos para 35 anos. A idade compulsória (limite para permanência na ativa) deve acabar. Também está sendo avaliado o impacto fiscal da pensão das filhas.
TRABALHADOR RURAL PASSARIA A CONTRIBUIR
A ideia é que a fase de transição dure entre 15 e 20 anos (mulheres e professores), de forma que, se a PEC for aprovada em 2017, todos estejam dentro das novas regras em 2037. Com isso, acaba a aposentadoria por tempo de contribuição — 35 anos para homens e 30 para mulheres —, vigorando apenas a idade mínima, com tempo de contribuição mínimo, que deve subir dos atuais 15 para 20 anos. Ou seja, se uma pessoa começou a trabalhar com 18 anos, contribuirá por 47 anos e, ainda assim, terá que ficar mais tempo na ativa para levar o benefício integral, pois o cálculo deste deve mudar.
Também acaba o chamado fator previdenciário, que hoje permite ao trabalhador do setor privado se aposentar ao atingir 85/95, somando idade e tempo de contribuição para mulheres e homens, respectivamente. No setor público, onde já existe idade mínima, esta passará do atual patamar — 60 anos de idade e 35 de contribuição (homens) e 55 anos e 30 de contribuição (mulheres) — para 65 anos.
Assim como no caso de mulheres e professores, que têm regras mais suaves que os demais trabalhadores (podem se aposentar com cinco anos a menos), os militares das Forças Armadas deverão ter uma fase de transição mais leve, diante das especificidades da carreira. Estão no radar elevar o tempo na ativa dos atuais 30 para 35 anos, acabar com a quota compulsória (ao chegar a determinada idade, o militar é obrigado a pedir reserva) e outros ajustes, inclusive na pensão.
Incertezas
De janeiro a agosto de 2016, foi registrado 1,710 milhão de solicitações de aposentadoria no INSS, um avanço de 7,9% frente a igual período do ano passado
Para isso, a PEC se propõe a alterar o artigo 142 da Constituição. Os militares continuam contribuindo quando vão para a reserva, com alíquota de 7,5%, mas, mesmo assim, o sistema registrou déficit de R$ 32,5 bilhões no ano passado.
Já no caso de policiais militares e bombeiros, estão previstas alterações no artigo 42. A ideia é fixar idade mínima, e não apenas tempo de contribuição, como é hoje. A medida é considerada importante para reduzir a pressão dos gastos dos estados, que viraram 2015 com déficit de R$ 60,9 bilhões no conjunto dos regimes próprios de previdência.
Desde que acabou o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), em 1997, deputados e senadores podem se aposentar aos 60 anos, com benefício integral se exerceram o mandato por 35 anos, ou proporcional, se por um tempo inferior. Eles seguem os mesmos critérios dos servidores públicos.
Em outra frente, a reforma deve proibir o acúmulo de pensão e aposentadoria para novos beneficiários. E o valor da pensão será reduzido, unificando as regras para todos. A PEC vai mexer ainda com a aposentadoria rural: os trabalhadores contribuirão com uma alíquota de 5%, semelhante aos microempreendedores. Empresas exportadoras do agronegócio, que têm isenção, também deverão ser afetadas. Todos, sem exceção, serão atingidos de alguma forma, disse a fonte.(Colaborou Eduardo Barretto)
O Globo/montedo.com
Exército admite realizar 'operações de inteligência' em manifestações de rua
Exército, porém, não confirma se usou agente infiltrado em ato Fora Temer.
Promotoria apura se capitão fez emboscada que prendeu 18 ativistas em SP.
Kleber Tomaz
Do G1 São Paulo
Mais de duas semanas após um oficial das Forças Armadas ter sido detido pela Polícia Militar (PM) com manifestantes suspeitos de serem black blocs, antes de um protesto em São Paulo contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB), o Exército brasileiro admitiu ao G1 realizar “operações de inteligência” permanentes em “manifestações de rua”.
Os ministérios públicos estadual e federal investigam se o capitão Willian Pina Botelho, de 37 anos, agia como agente infiltrado do Exército no dia 4 de setembro, quando ele e 18 ativistas foram abordados pela PM no Centro Cultural São Paulo, na Zona Sul da capital paulista. O grupo se preparava para participar do ato Fora Temer na Avenida Paulista.
O Ministério Público (MP) de São Paulo também apura a legalidade da ação policial, que liberou o militar pego junto com o grupo suspeito de portar objetos que seriam usados para depredar o patrimônio público e privado. Os manifestantes, no entanto, foram levados detidos à Polícia Civil, onde acabaram responsabilizados por associação criminosa e corrupção de menores.
Apesar de ter confirmado à reportagem que era Botelho o homem de óculos, com cabelos compridos e barbado, que aparece em vídeos e fotos da internet sendo detido pela PM junto com outros ativistas, a assessoria de imprensa do Exército em Brasília não respondeu se o capitão estava mesmo trabalhando como agente infiltrado e se estava lá com autorização judicial ou não.
Essa foi uma das 18 perguntas feitas pelo G1 ao Centro de Comunicação Social do Exército envolvendo a presença de um militar entre manifestantes que foram detidos pela PM.
“No caso específico ocorrido recentemente na cidade de São Paulo/SP, envolvendo oficial, o Exército Brasileiro aguarda a conclusão do processo administrativo, já instaurado pelo Comando Militar do Sudeste”, informa trecho da nota da assessoria do Exército da última sexta-feira (16) enviada à reportagem.
O comunicado, porém, não explica o que o oficial fazia no Centro Cultural São Paulo e se está apurando alguma irregularidade supostamente cometida por ele.
Outra questão não respondida foi: o "Exército e a polícia de São Paulo estavam agindo em parceria para identificar e prender manifestantes que planejavam depredar o patrimônio público?"
Por meio de nota encaminhada à reportagem, o Exército justificou a legalidade e emprego "permanente da inteligência" para benefício da população, sem, no entanto, esclarecer se isso significa que vêm usando militares infiltrados em protestos populares.
“A atividade de inteligência tem respaldo legal. O Exército tem sido empregado frequentemente nas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A utilização permanente da inteligência tem assegurado a eficácia nas operações, o emprego proporcional da Força e minimizado os efeitos colaterais na população”, alega as Forças Armadas.
“O acompanhamento de manifestações de rua em nosso país está inserido no contexto das Operações de Inteligência”, continua o comunicado da assessoria do Exército.
Infiltrado não precisa de autorização judicial
A pedido do G1, especialistas em segurança pública analisaram a nota do Exército e disseram que "operações de inteligência" em "manifestações" pressupõem, entre outras coisas, o emprego de agentes infiltrados.
Segundo os entrevistados, a prática é legal, mas desde que se obedeçam critérios pré-estabelecidos. Um deles é "identificar ameaças, riscos e oportunidades ao país e à sua população", informa um dos trechos da Política Nacional de Inteligência (PNI), que está em vigor desde 29 de junho deste ano após decreto de número 8.793, assinado pelo então presidente em exercício Michel Temer.
A PNI "estabelece objetivos, limites, pressupostos e instrumentos para a atuação da inteligência federal, desenvolvida pela Abin [Agência Brasileira de Inteligência] e por todos os órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)."
Entre as ameaças estão: "espionagem, sabotagem, interferência externa, ações contrárias à soberania nacional, ataques cibernéticos, terrorismo, atividades ilegais envolvendo bens de uso dual e tecnologias sensíveis, armas de destruição em massa, criminalidade organizada e corrupção".
Para o secretário nacional de segurança em 2002 e coronel da reserva da PM José Vicente da Silva, por exemplo, "está claro que o capitão [Willian Pina Botelho] é um agente infiltrado do Exército, que, provavelmente, está usando outros infiltrados em grupos que organizam as manifestações".
Segundo ele, a prática de infiltrar agentes em grupos ou protestos sempre existiu e é recorrente, tendo sido usada durante a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada deste ano, ambas no Brasil.
Os ativistas acusam Botelho de ter se infiltrado no grupo com nomes falsos. Ele se identificava como "Baltazar Nunes" e "Balta" nas redes sociais Facebook e Tinder -um aplicativo de paquera. Desde abril de 2015 ele vinha se apresentando em movimentos populares como uma pessoa descontente com a situação política do país.
"A lei diz que o infiltrado pode usar disfarces, nomes falsos etc", justificou Vicente da Silva.
Para os manifestantes, no entanto, Willian os atraiu para uma emboscada para serem presos com provas plantadas de que iriam cometer depredações, como uma barra de ferro que teria sido colocada por um policial na mochila de um ativista.
"O infiltrado não pode induzir o grupo ao crime. Sua missão é observar e passar informações a seus superiores", pontuou o ex-secretário nacional de segurança.
Por meio de nota, a PM alegou que liberou o capitão Botelho porque "não foram encontrados indícios de seu envolvimento em ações ilícitas". Segundo policiais ouvidos pela reportagem, ele não foi levado a nenhuma delegacia, e seu nome e identidade sequer foram anotados ou pedidos pela Polícia Militar.
Ainda de acordo com o especialista, não há a necessidade de se pedir autorização judicial para se infiltrar em grupos como os adeptos da tática de protesto black bloc _que depreda bens materiais que simbolizam o capitalismo, como agências bancárias e prédios governamentais.
"Só é preciso ter respaldo da Justiça se for para usar agentes infiltrados em organizações criminosas, como facções que atuam dentro e fora dos presídios paulistas", disse Vicente da Silva. "O black bloc não é organização criminosa, é um movimento".
Infiltrado precisa de autorização judicial
O jurista e professor Walter Maierovitch, que foi desembargador do Tribunal de Justiça (TJ) e secretário nacional antidrogas de 1998 a 2000, tem opinião diferente sobre os critérios para se usar infiltrados em determinados grupos.
"O black bloc é facil de enquadramento como milícia porque comete crimes contra a paz pública", alega Maierovitch. "Nesse caso, meu entendimento é de que precisa de conhecimento do Ministério Público e autorização judicial para se infiltrar nos black blocs".
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que enquadrou os manifestantes como organização criminosa, apreendeu, além de uma barra de ferro, máscaras contra gás, sprays, vinagre, pedras, lenços e estilingue apresentados pela PM como sendo dos suspeitos.
O nome de Botelho sequer aparece no boletim de ocorrência do caso feito no Deic. Segundo o documento, a PM alegou que recebeu uma denúncia anônima levou os policiais até o Centro Cultural São Paulo onde black blocs estariam se reunindo e se preparando para depredar o patrimônio público e privado. Para os ativistas detidos, esse denunciante seria 'Balta', ou capitão Botelho.
Indagado a respeito da presença do oficial do Exército com o grupo de manifestantes, o jurista falou que as perguntas que têm de ser feitas às autoridades e respondidas por elas são "se o militar foi infiltrado, se a infiltração teve respaldo da Justiça e se ela foi legal ou ilegal". Segundo Maierovitch, os infiltrados também são conhecidos como "arapongas".
Foi a Justiça que liberou todos os detidos por considerar as prisões para averiguação irregulares. Para um advogado que defendeu parte dos manifestantes, as detenções foram "políticas".
Manifestante e professor
"A gente foi enviado direto para o Deic e, nesse momento que a gente entrou no camburão para ir, o Balta já não foi junto. E aí no chat que a gente tinha no WhatsApp, ele conversando, falou que estavam mandando ele para outro DP [Distrito Policial] porque ele estava com documento falso. E aí meio que morreu o contato. Ele insistiu um pouco na ideia e a gente achou meio suspeito. Como assim só ele vai para outro DP?", indagou o jovem preso em entrevista à TV Globo.
O G1 não conseguiu localizar o capitão Botelho para comentar o assunto.
Em uma conversa com o professor da USP Pablo Ortellado por meio de uma rede social após a detenção dos jovens, Botelho escreveu que não estava 'infiltrado' e se disse abalado com as notícias, “andando pela cidade o tempo todo com medo da polícia e deles estarem me seguindo”. Também afirmou que pretendia “dar um tempo para cuidar da família”, alegou ter ido ao médico e "avaliado por estresse". Revelou estar "esquecendo as coisas". Em nenhum momento, ele confirmou ser capitão do Exército.
SSP, PM e Deic
Em comunicados anteriores à imprensa, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou desconhecer qualquer ação de inteligência que tenha sido feita entre a Polícia Militar e o Exército para deter os suspeitos de serem black blocs no dia 4 de setembro.
"A instituição também não conhece o homem apontado pela reportagem como um suposto oficial das Forças Armadas", alegou a pasta numa de suas notas sobre o capitão Botelho.
Em outro comunicado, a SSP informou que "o Deic desconhece a existência de um oficial infiltrado e garante que todos os detidos apresentados no departamento foram qualificados no boletim de ocorrência".
Segundo a promotora de Justiça Luciana Frugiuele, integrante do Grupo de Ação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) do MP, os manifestantes detidos no dia 4 de setembro serão chamados para depor, e o capitão do exército também pode ser ouvido.
"Vamos questionar a todos os manifestantes a eventual presença de um oficial infiltrado. Se isso ocorreu, se havia autorização para ele estar infiltrado, se ele agiu sozinho, tudo isso será apurado", disse a promotora à TV Globo.
O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (PSOL), pediu oficialmente ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, esclarecimentos sobre o caso.
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) protocolou, no dia 14 de setembro, pedidos de apuração de ilegalidades cometidas durante a prisão de ativistas antes do protesto. Os documentos foram enviados para Marlon Alberto Weichert, procurador da República em São Paulo; Gianpaolo Poggio Smanio, procurador-geral de Justiça de São Paulo; e Mágino Barbosa Filho, secretário da Segurança Pública.
Segundo Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe, é preciso apurar o envolvimento do Willian, que usou codinome de “Balta” para conversar com manifestantes por meio de redes sociais. “Precisamos saber se ele agiu como um possível agente provocador, gerando indícios de flagrantes preparados com o apoio do citado agente de inteligência do Exército."
G1/momtedo.com