"Eu gosto muito de pensar em uma espécie de Guarda Nacional a exemplo do que existe em outros países", afirmou Raul Jungmann
Moema França
O ministro de Defesa Raul Jungmann participou de uma reunião a portas fechadas no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), na área central do Recife, para discutir a integração das ações da Operação Leão do Norte na manhã desta segunda-feira (12). A ação trouxe as Forças Armadas para reforçar a segurança em Pernambuco, com permanência das tropas prevista para permanecer nas ruas da Região Metropolitana do Recife (RMR) por até 10 dias, a partir da sexta (9). Na ocasião, o chefe da pasta defendeu a criação de um efetivo permanente para esse tipo de necessidade, diferente do arranjo da Força Nacional, que só é composta de acordo com os casos excepcionais.
Além do ministro, participaram da discussão o General Artur Costa Moura, Comandante Militar do nordeste, General Jaborandy, General Montenegro, chefe da operação, Secretário de Defesa Social de Pernambuco, Angelo Gioia, Superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz, representante da Polícia Rodoviária Federal, Comandante do Corpo de Bombeiros Militar e Comandante Feral da PMPE.
“É muito mais uma ideia minha, não do Governo. Eu gosto muito de pensar em uma espécie de Guarda Nacional a exemplo do que existe em outros países, sob o comando das Forças Armadas, sem nenhum tipo de competição com as policiais locais, porque ela estaria a nível nacional para cuidar desses episódios. Não necessariamente seriam as Forças Armadas, mas subordinadas às Forças Armadas, ligadas e treinadas por ela. Hoje, no caso do exército, 70% do efetivo são militares temporários, depois de oito anos eles deixam o posto. As outras forças, em média 50%. Então, por qual motivo não utilizar esse pessoal já treinado para uma força permanente para essas funções extraordinárias, quando se fizesse necessário?”, defende.
De acordo com o ministro, não houve nenhuma ocorrência grave, desordem e perda de controle da segurança em toda a Região Metropolitana do Recife, área de atuação do efetivo, de sexta-feira para cá. A Polícia Civil, sob o comando do chefe Antônio Barros, sinalizou estar à disposição para colocar o efetivo em atividades de policiamento. Ele garantiu, ainda, que não há prejuízos na transferência do exército de outros lugares do estado. “Isso interfere, basicamente, numa redução do efetivo em algumas localidades, mas nada além disso. Não estamos vivendo nenhum situação de anormalidade ou necessidade de emprego das Forças Armadas fora daqui”, aponta.
São 3.500 militares circulando nas 14 cidades que compõem a RMR. O custo da operação chega a quase R$ 3 milhões.
Folha de Pernambuco/montedo.com