10 de dezembro de 2016

Temer decreta uso das Forças Armadas em Pernambuco

Estado enfrenta crise de segurança pública que envolve cabos e soldados, que ameaçam entrar em greve
EVANDRO ÉBOLI
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer ordenou em decreto publicado nesta sexta-feira as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Pernambuco, que enfrenta uma crise de segurança pública que envolve cabos e soldados, que ameaçam entrar em greve. A GLO concede poder de polícia aos militares que serão enviados para o local do conflito. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que 2,5 mil homens seguirão até o final deste sábado para Recife. A GLO é utilizada em graves situações de perturbação da ordem. As Forças Armadas atuam também para preservar a integridade da população.
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Alberisson Carlos, e o vice da associação, Nadelson Leite, foram presos em flagrante nesta sexta-feira por descumprirem ordem judicial que proibia bombeiros e policiais militares de se reunirem para discutir greve. A prisão aconteceu na Praça do Derby, na região central do Recife, durante discurso do presidente em um trio elétrico no local. Após se reunirem na Praça do Derby, os militares seguiram caminhando em direção ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado. O ato diante do palácio foi encerrado por volta das 20h. No interior do prédio se encontram 600 homens do Exército.
O ministro recebeu um telefonema na quinta-feira do govenador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), solicitando o envio das forças.
- O governador tinha me ligado dias atrás falando sobre esse movimento grevista, que a situação estava muito extremada e pode ser que talvez precisasse desse apoio. Disse a ele que avisaria ao presidente Temer e seria montado um planejamento necessário. Ontem (quinta), o governador me ligou e entrou com o ofício solicitando a Garantia da Lei e da Ordem ao presidente. E foi baixado o decreto - disse Jungmann.
O ministro segue neste sábado para Recife, acompanhado do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirande Ademir Sobrinho.
O Globo/montedo.com