24 de junho de 2017

Suicídio nas Forças Armadas: é hora de quebrar tabus e romper barreiras!


Leio no Noticiário do Exército que o 5º Batalhão Logístico, com sede em Curitiba, promoveu, junto ao CVV (Centro de Valorização da Vida), uma palestra sobre a prevenção de suicídios e a valorização da vida ao efetivo de cabos e soldados da organização militar. 
A palestra, intitulada "Compreendendo o Suicídio", foi ministrada pelo Professor Quintino Dagostin, que abordou aspectos da luta em favor da vida e a quebra de certos tabus relacionados ao tema.
Em meus anos de Exército, que não foram poucos, nunca - NUNCA! - participei de qualquer atividade relacionada a esse assunto. Nesse mesmo período, por diversas motivações, vários companheiros cometeram esse gesto tresloucado e deram adeus à existência.
Reconheço que os tempos sao outros e que algumas iniciativas importantes foram tomadas. Em 2015, o Exército realizou o 1º Encontro de Prevenção ao Suicídio (vídeo abaixo). Possivelmente a palestra no batalhão de Curitiba decorre dessa iniciativa, assim como outras atividades, Brasil afora.
Este Blog está na web desde 2009 e, desde então, tomei conhecimento de muitos casos de suicídio de militares de carreira. Trata-se de um mal que não distingue posto ou graduação: atinge de generais a soldados, passando por oficiais superiores, capitães, tenentes e graduados.
Por questões éticas, não publico a maioria dos casos. Quando o faço, tomo o cuidado de não dar ênfase às circunstâncias da morte, seguindo a linha predominante na imprensa, afinal, é consenso que as notícias sobre suicídio estimulam outras pessoas a cometer esse ato insano.
Voltando à palestra no 5º B Log, todos os elogios são válidos ao comando do batalhão pela iniciativa, porém, cabe uma pergunta:
- Por quê só para os cabos e soldados?
Respondo:
- Porque o tema é um tabu entre os militares profissionais!

Encerro
Já passou da hora de falar abertamente sobre suicídio nas Forças Armadas, rompendo as barreiras impostas pelos circulos hierárquicos.