18 de fevereiro de 2018

Presença de militares do Exército no RJ poderá gerar incômodo, afirma coronel

Chefe de comunicação do Comando Militar do Leste, o coronel Carlos Cinelli acredita ainda que será necessária a compreensão do povo neste momento
Militares durante decreto de Garantia da Lei e da Ordem (Glo) editado para a segurança dos Jogos Olímpicos de 2016
Exército Brasileiro/Divulgação
Militares durante decreto de Garantia da Lei e da Ordem (Glo) editado para a segurança dos Jogos Olímpicos de 2016
O chefe de comunicação do Comando Militar do Leste, o coronel Carlos Cinelli , afirmou que a presença de militares do Exército em algumas regiões do Rio de Janeiro poderá gerar incômodo, o que seria natural. Para ele, será necessária a compreensão da população.
"Algum desconforto vai existir. Uma revista, por exemplo, poderá gerar algum transtorno a moradores. O que, eventualmente, já ocorria antes", disse. Segundo o coronel, a presença dos militares do Exército será notada de fato após a anuência do Congresso, o que não impede que ações pontuais já aconteçam.

Reunião de autoridades
A presença de um blindado neste sábado (17), próximo ao Palácio Guanabara, chamou a atenção de quem passou pelo local, que recebeu o encontro do presidente Michel Temer, o governador Luiz Fernando Pezão e outras autoridades.
Na reunião, ficou decidida a criação do do Ministério de Segurança Pública . Eles também discutiram o planejamento para a intervenção militar, que foi determinada em decreto presidencial assinado nessa sexta-feira (16) e que ainda vai ser votado pelo Congresso Nacional na próxima semana.
O secretário de estado de segurança Roberto Sá foi afastado do cargo e o general Walter Braga Netto, que comanda o Comando Militar do Leste, foi nomeado interventor. Na prática, ele será o responsável pela segurança pública no estado enquanto durar a intervenção que, de acordo com o decreto, está prevista até o fim deste ano.
Ainda segundo Carlos Cinelli, operações que forem realizadas no curto prazo estavam planejadas antes da decisão. De acordo com o porta-voz, o decreto assinado pelo presidente da República não elimina outro que estava em vigor desde junho do ano passado, quando foi implantada uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (Glo). "Eu diria que um decreto dá maior sustentabilidade ao outro."

Garantia da Lei e da Ordem
As missões de Glo só podem ser realizadas por ordem expressa do presidente da República. Elas ocorrem quando se avalia que houve esgotamento das estruturas tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem que colocam em risco a integridade da população e o funcionamento regular das instituições. Nestas situações, as forças armadas passam a atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.
Os militares do Exército realizam prisões em caso de flagrantes criminosos, criam barreiras no tráfego e pedem documentos com intuito de fiscalização, apreendem armas e drogas, retém carteiras de motoristas que cometem infrações graves, etc. Decretos de GLO já foram editados, por exemplo, para garantir a segurança no Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), em 2012, na visita do Papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude, em 2013, na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.
*Com informações da Agência Brasil
iG/montedo.com