Por Reinaldo Azevedo
Os tontons-maCUTs começaram a torrar a minha paciência com essa história de “arquivos do Araguaia”. Porque já escrevi que não havia santos por lá de nenhum dos dois lados, acreditam que sou contrário à divulgação do conteúdo dos arquivos, estejam eles onde estiverem.
Abertura? Quero mais é que sejam arreganhados! Todos os arquivos secretos. E que todo mundo saiba de tudo — sem seleção de informação. Que se mostrem todos os registros, quem fez o quê, por quê, quem disse o quê para quem. Tudo mesmo!
A única coisa é tomar cuidado com o pendor para a literatura ruim, distinguindo o que é arquivo do que é leitura política do arquivo. É do interesse do país saber como morreu aquela minoria extremista que queria implantar uma ditadura comunista no Brasil, seguindo o modelo de Mao Tse-Tung, um assassino compulsivo. Fosse, em vez de uma minoria comunista, uma minoria nazista, eu estaria interessado do mesmo modo. Grupos organizados em nome de ideologias homicidas devem merecer sempre a nossa atenção.
E também acho útil que saibamos quando as forças que combateram os extremistas agiram dentro ou fora dos limites dados no combate a uma guerra de guerrilhas no coração das trevas. Contem-me tudo! Que não sobre um só papel sem publicidade.
Aliás, já passou da hora de se fazer, com efeito, o inventário dos mortos do período — incluindo as pessoas assassinadas pelos comunistas. Que não sobre mito sobre mito, mistificação sobre mistificação, falso heroísmo sobre falso heroísmo.