João Paulo Charleaux
Ao irritar-se com a possível ampliação da presença militar americana na Colômbia, o governo brasileiro revelou "um desejo megalomaníaco de oferecer aos países da América do Sul um falso dilema: ou os EUA ou eu (Brasil)", disse ao Estado o diplomata Rubens Ricupero, que foi embaixador do Brasil em Washington e assessor de três presidentes brasileiros.
Ao irritar-se com a possível ampliação da presença militar americana na Colômbia, o governo brasileiro revelou "um desejo megalomaníaco de oferecer aos países da América do Sul um falso dilema: ou os EUA ou eu (Brasil)", disse ao Estado o diplomata Rubens Ricupero, que foi embaixador do Brasil em Washington e assessor de três presidentes brasileiros.
"Há duas áreas onde nós não poderíamos nos apresentar como alternativa aos EUA. Uma é a economia. Outra, a defesa", disse.
"O Brasil compra muito pouco dos países vizinhos e tem saldos comerciais muito grandes na região. Já os EUA, compram muito. Hoje, não somos capazes de substituir a importância que os americanos têm na economia latino-americana."
Segundo ele, o mesmo acontece na área militar. "Eu desejo que o Brasil seja grande e lidere, mas a realidade é que nós não podemos, por exemplo, dar o apoio militar que os EUA dão atualmente à Colômbia. Isto é irreal", disse.
Ricupero acredita que a ampliação do acordo militar com os EUA é "uma questão de sobrevivência interna para a Colômbia", que há 40 anos enfrenta uma guerra civil com grupos guerrilheiros locais de esquerda e de direita. Leia mais.