Mesmo isolada, a Colômbia provocou o fracasso da tentativa da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) de chegar a um acordo geral sobre a cooperação militar de seus 12 sócios com países de fora da região. Ao final de nove horas de discussões entre os ministros de Defesa e os chanceleres dos países da Unasul, a Colômbia ainda resistia ontem a conceder, por escrito, uma "garantia formal" de que seu acordo com os Estados Unidos não resultará em agressões militares nos territórios vizinhos. O encontro foi encerrado sem a conclusão de um documento para a construção de uma relação de confiança e com um grave impasse instalado na região.
A intransigência de Bogotá refletiu-se também em outro ponto: a notificação à Unasul de todos os acordos de cooperação nas áreas de defesa e de segurança. A delegação colombiana exigiu a inclusão de uma cláusula que previa a anuência dos países com quem os sul-americanos fizessem acordos. No atual caso, dos EUA. "Essa cláusula era inaceitável", resumiu o chanceler brasileiro, Celso Amorim. "Esses dois pontos espelham a resistência da Colômbia a ter uma posição totalmente aberta e transparente com a região."
O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, insistiu à imprensa que a o acordo de seu país com os EUA não foi tratado com o mesmo peso, na reunião, dos contratos de compras de armas - uma referência explícita aos que a Venezuela fechou com a Rússia e aos que o Brasil discutiu com a França. Confrontado com a insistência do Brasil e da Venezuela para que Bogotá enviasse cópias de seu acordo aos países da região, o ministro colombiano da Defesa, Gabriel Silva, declarou que essa medida será tomada somente depois de o texto ser assinado. Leia mais.