Jobim diz que acidente com caças não interfere na negociação com a França
Segundo ministro francês, causa de queda não teria sido problema nos aviões
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem que o acidente envolvendo dois caças Rafale, fabricados pela Dassault, não interfere nas negociações do governo brasileiro para a compra dos aviões franceses. Segundo Jobim, até sexta-feira, a Força Aérea Brasileira receberá as propostas das três empresas interessadas no negócio de R$7 bilhões e avaliará qual melhor atende aos interesses brasileiros, especialmente no quesito transferência de tecnologia. Além da Dassault, estão na disputa a Saab (Suécia) e a Boeing (Estados Unidos).
- Não. Isso (o acidente) não interfere em absolutamente nada. É uma avaliação que tem que ser feita pela Força Aérea, o prazo para propostas foi fixado no dia 2 (de outubro), e vão ser examinadas. Agora, a questão do acidente é normal - disse o ministro.
Jobim afirmou não ter recebido informações sobre as causas do acidente com os caças, que caíram no Mar Mediterrâneo, quinta-feira, e que não adiantaria se recebesse, por não ser especialista no assunto. E insistiu que serão mantidos os prazos e o processo licitatório.
A Marinha francesa tenta determinar as causas do acidente com os jatos, que caíram durante missão de treinamento. O piloto de um deles conseguiu se ejetar e foi resgatado. As equipes de buscas continuam procurando o outro. O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, disse que, inicialmente, "foi um acidente de voo".
- Parece que os aviões se chocaram. É preciso deixar claro que não sabemos mais nada. Uma investigação está sendo feita - disse o ministro, em entrevista em Toulon, com base no testemunho do piloto sobrevivente, segundo a agência de notícias AFP. - Não há vestígios de destroços, nem nada encontrado pelas equipes de busca.
Morin tentou tranquilizar sobre a qualidade da aeronave:
- A priori, não tem nada a ver com o avião, foi antes de mais nada um acidente de voo.