Governo alega que região vive um momento de impasse por conta de acordos do tipo, mas não deu ultimato
Reuters
ASSUNÇÃO - O governo do Paraguai confirmou nesta quinta-feira, 17, a rejeição de um convênio de cooperação militar com os EUA que implicava a presença de 500 soldados americanos no país por considerá-lo pouco conveniente em um cenário regional marcado por polêmicas sobre a segurança.
O presidente Fernando Lugo confirmou em entrevista coletiva nesta quinta que seu governo resolveu não fazer parte do exercício chamado "Novos Horizontes 2010" do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, um programa similar a outros implantados em anos anteriores no país. Na quarta-feira, o ministro da Defesa, Luis Bareiro Spaini, e o comandante das Forças Militares, Cíbar Benítez, haviam se reunido com membros das comissões de Defesa e Relações Exteriores da Câmara dos Deputados e decidiram pela não adesão ao programa.
"Seriam 500 pessoas militares e profissionais dentro do país, algo que não passa desapercebido", disse Lugo. "Não é prudente nem conveniente neste momento e poderia ter uma repercussão de questionamentos entre os outros países irmãos do Mercosul e da Unasul", acrescentou.
Lugo também argumentou que "há um novo cenário em termos de defesa, segurança e soberania" e lembrou ainda que a utilização de bases colombianas por soldados americanos "está sendo muito questionada".
O veto à entrada da missão no país "não é definitivo", esclareceu o presidente. Mas a embaixadora dos Estados Unidos em Assunção, Liliana Ayalde, considerou a medida "lamentável".
A decisão acontece num momento em que os países da América do Sul discutem suas políticas de segurança em meio a uma avanço na corrida armamentista e à polêmica por um acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos.