10 de outubro de 2009

ALUNO DO COLÉGIO MILITAR DE PORTO ALEGRE QUER VENCER OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE ASTRONOMIA

Sonho possível
UM ASTRO DOS ESTUDOS



Com os olhos nas estrelas em busca do ouro
Otávio e outros quatro estudantes brasileiros vão para o Irã participar de uma olimpíada científicaCom os olhos colados na imagem azulada projetada na parede do laboratório de física do Colégio Militar de Porto Alegre, o gaúcho Otávio de Macedo Menezes, 18 anos, memoriza a posição das estrelas no céu do Hemisfério Norte.
Daqui a uma semana, o conhecimento do estudante será colocado à prova do outro lado do mundo, mais precisamente em Teerã, no Irã, onde ele representará o Brasil na 3ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica.
No ano passado, Otávio já havia participado da segunda edição do evento, do qual retornou com uma menção honrosa. Este ano, o objetivo é ir além: mesmo competindo com mais de cem jovens de outros 21 países, o aluno do 3º ano do Ensino Médio acredita que conseguirá voltar ao Rio Grande com uma medalha de ouro no peito.
A tarefa, porém, não será fácil. Durante a competição, Otávio terá de se submeter a três tipos de provas. A primeira delas será teórica e contará com questões sobre astronomia. A segunda será prática e transcorrerá à noite, quando os participantes terão de identificar constelações no céu de Teerã. Na terceira e última prova, considerada a mais difícil, será preciso analisar dados de experimentos astronômicos.
Capricho nos estudos por uma vaga entre os melhores
Para fazer bonito, o jovem gaúcho capricha nos estudos. Além de passar horas a fio solucionando problemas matemáticos e refazendo os testes já aplicados em outras olimpíadas, o porto-alegrense usa e abusa da internet, especialmente de simuladores. A partir deles, consegue observar, virtualmente, a posição dos corpos celestes no firmamento.
– Estou um pouco ansioso, mas acho que é normal. Me preparei muito e acredito que tenho boas chances de ficar entre os melhores – diz o rapaz, que terá a companhia de outros quatro estudantes brasileiros, do Rio e de São Paulo.
Motivo de orgulho na escola, Otávio também conta com o apoio de um orientador, o professor de física Luiz Carlos Gomes, que é coordenador do Clube de Astronomia do colégio. Foi ali, quase como uma brincadeira, que a paixão de Otávio pelas estrelas aflorou, quando ele estava na 6ª série.
– Ter um aluno assim é o que todo professor quer. Ele é disciplinado e gosta do que faz. Já resolve problemas de matemática e de astrofísica que eu não consigo. Vai se dar bem na atividade que escolher – acredita Gomes.
Prestes a deixar a escola e a ingressar em uma universidade, Otávio já traçou o seu destino, independentemente do resultado da olimpíada: quer ser matemático e dedicar-se à pesquisa científica. Sonha em contribuir para o avanço da humanidade. No Colégio Militar, ninguém duvida disso.
Texto e fotomontagem: ZERO HORA