22 de setembro de 2013

Batalhão israelense tem 60% de mulheres

Batalhão do Exército de Israel tem 60% de mulheres
Joel Silva/Folhapress
DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A HAR KEREN
Os soldados do batalhão de Caracal têm, enquanto treinam, algo em comum com o felino que dá nome ao grupo: a aparência praticamente igual entre machos e fêmeas.
Quando foi criado, em 2000, o batalhão recebeu o nome desse gato selvagem de orelhas pontudas como uma maneira de enfatizar a decisão militar de, pela primeira vez no Exército de Israel, permitir mulheres em combate.
Hoje, o batalhão é 60% feminino. No treinamento acompanhado pela Folha, garotas cumpriam as mesmas tarefas de garotos, inclusive carregar o mesmo peso e manejar as mesmas armas.

Operação Sinai
Soldados israelenses durante operação de treinamento no deserto do Sinai na regiao de Neguev, sul de Israel, na fronteira do Egito, onde atuam grupos radicais ligados a Al Qaeda.
"Somos fortes o suficiente para isso", diz Aya Brandt, 18, descansando à sombra em um oásis no deserto. Como todas as mulheres em Israel, ela é obrigada a cumprir dois anos de serviço militar. Por conta própria, escolheu adicionar um ano no Exército para ser combatente.
"Eu vim do centro do país, onde há mar e festas", brinca. "Bem diferente daqui."
Joel Silva/Folhapress
'SABABA'
Slav Zehavi, 20, dirige uma célula do grupo. Ela conta que "desde pequena quis ser combatente". "Há mais adrenalina com armas. É muito satisfatório."
"O combate forma a sua personalidade. Servir por três anos é divertido, é 'sababa'", diz, usando a gíria corrente para situações tranquilas. "Eu não estava doando o suficiente para o meu país antes de combater", afirma.
A participação de mulheres no Exército, na linha de frente, faz parte do debate público em Israel. As regras são hoje idênticas para os dois gêneros, incluindo a permanência delas na reserva, mesmo após serem mães.
Joel Silva/Folhapress
"Tem havido mais procura por soldados mulheres", diz um comandante. "Elas são excelentes nas relações humanas, têm habilidade para conectar as pessoas. O desafio, para nós no Exército, é o mesmo. Fazer de um civil um combatente."
Folha de São Paulo/montedo.com